Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XVIII
Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XVIII
Pgs. 574-584:
394 - Krugman afirma que, em 1910, apenas 13,5% dos estadunidenses com mais de 25 anos tinham diploma secundário. Apenas 3% eram universitários. Em 2010, essas porcentagens pularam para 89% e 30% respectivamente.
395 - Para evitar - ou ao menos atenuar bastante - os rendimentos decrescentes do capital físico, a quantidade de capital humano e evolução tecnológica precisam "suportar" tal acumulação. Do contrário, o retorno decrescente é praticamente certo. Produtividade crescerá a taxas cada vez menores ou até negativas a partir de algum ponto. Já quando os outros pilares sustentam a acumulação "física", o trabalhador é treinado a tirar da máquina tudo que ela pode oferecer. Do contrário, a relação capital-produto (produto-capital ou produtividade do capital) começa a ficar cada vez mais comprometida na margem. (Enfim, China que se cuide).
396 - O progresso tecnológico pode, assim, deslocar para cima a curva de produtividade de uma economia. Possibilidade abaixo:
397 - ...O crescimento médio em vez de ser 1% ao ano - acima - foi de 2% ao ano. Como só 50% da coisa se deveu ao acúmulo de capital por trabalhador, se diz que a produtividade total do fator (PTF) foi de 1% (e explica os outros 50%).
398 - ... (Pode ser que o capital humano explique o resto da PTF, mas se ele tiver se mantido constante, foi PTF "pura", digamos assim. "Mera" evolução tecnológica do capital utilizado. Foi isso que entendi).
399 - Após igualar explicitamente PTF a progresso tecnológico, Krugman traz os seguintes dados: produtividade do trabalho, segundo o BLS (Bureau of Labor Statistics), subiu 2,3% entre 1948 a 2010 nos EUA. Só metade disso pode ser explicado por aumentos no capital físico e humano por trabalhador (imagino que o "humano" exija uma aproximação um tanto incerta). A outra metade, sem explicação, seria progresso tecnológico mesmo. Então, seria quase 1,2% ao ano para cada fator. Coloca também que o período 1970 a 1995 foi bem ruim em termos de PTF e até de produtividade. (Mal sabia Krugman que a década de 10 seria outra decepção).
400 - Sobre os recursos naturais, Krugman diz que eram mais relevantes no Século XIX (hoje em dia, cita o Kuwait como exemplo de país que se beneficia deles). Países com terra arável e recursos minerais abundantes saíram na frente. Tinham os PIB per capita mais elevados. Daí Malthus crer que o crescimento populacional, ao reduzir a quantidade de recurso natural per capita, condenaria a economia mundial a ver uma permanente queda da produtividade. As melhorias tecnológicas cresceriam mais lentamente que a população. Seriam meros respiros temporários. O que ele previa só era realidade para sistemas pré-rápida evolução tecnológica. Não notou que as coisas estavam mudando. A alta pressão populacional só evitou aumento de produtividade até o século XVIII. Com o acúmulo de capital físico - inclusive por novas extensões de terras cultiváveis com a descoberta do "Novo Mundo" - e humano, a produtividade por trabalhador pôde crescer.
401 - Traz uma reflexão sobre o quanto as tecnologias podem demorar a surtir ciclos virtuosos de produtividade. Os avanços em TI, com invenção de microprocessadores e etc., começaram por volta já dos anos 70, justamente na época em que começou a aparente estagnação da produtividade. Entretanto, essa só foi subir forte de novo entre 1995-2005. Historiadores econômicos como Paul David afirmam que algo parecido se deu à época da "revolução da energia elétrica" em 1900. Tudo estava desenhado para funcionar bem conforme o modelo anterior, então levou muito tempo para os benefícios e possibilidades dessa nova tecnologia se fazerem sentir. Novas plantas e etc. A linha de montagem de Henry Ford, por exemplo, foi uma consequência demorada disso tudo. A produtividade por trabalhador pode até cair no início da transição, até todo mundo se acostumar.
402 - México e Japão tinham o mesmo PIB per capita em 1820, segundo Maddison.
403 - Sobre Educação, Krugman coloca que a China já ultrapassou a Argentina em educação secundária e já se aproxima da mesma em termos de "anos de escola" de um adulto de 25 anos ou mais. Em 1950, essa média da China era de 0,7 anos (contra 4,6 da Argentina) e foi para 7,5 (contra 9,3 da Argentina) em 2010. China prioriza crescentemente a educação.
404 - Afirma que Thomas Edison inventou o "P & D" em 1875. Seu laboratório de invenções para a indústria empregava 25 pessoas.
405 - Krugman menciona a importância das políticas governamentais. Lembra que a Irlanda nos anos 80 passou a investir pesadamente em infraestrutura de telecomunicações, tornando-se uma preferência de várias empresas do setor a partir dos anos 90.
406 - Traz dados que mostram que a taxa de crescimento da produtividade na Europa, que era superior até 1995, passou a ser seguidamente inferior a dos EUA. Não teriam aproveitado bem, por algum motivo, as novas tecnologias. Cita-se, talvez, regulação governamental excessiva, mas não explica muito.
407 - Diz que 75% dos universitários nos EUA frequentam faculdades e universidades públicas, sendo que governo concede subsídios significativos a pesquisas desenvolvidas por particulares.
408 - Cita a Embrapa como exemplo de subsídio governamental à pesquisa bem sucedido.
409 - Menciona a necessidade de um sistema financeiro confiável. Do contrário, pessoas irão comprar ouro ou ativos estrangeiros, o que faz com que a poupança de um país não vire investimento no mesmo.
410 - Romer foi quem trouxe a ideia de que a evolução da PTF/tecnologia/inovação era "endógena" (podia ser explicada, domada, incentivada, incluída em possíveis modelos de crescimento). Antes dos anos 90, era comum que se considerasse isso algo "exógeno". Trata-se de criar estoques crescentes de "capital de conhecimento". Espécie de know-how. Investimentos passados em P & D e conhecimento importado de outras economias podem ser trunfos para tanto. Esse estoque irradia todos os setores da economia nacional e todas as empresas se beneficiam. Geralmente, autores dessa nova teoria do conhecimento irão enfatizar a importância, como incentivo, dos direitos de propriedade intelectual.
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