Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XXIX

     

Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XXIX


Pgs. 761-775:


649 - Um aumento na oferta de moeda reduz a taxa de juros de equilíbrio para qualquer nível de preços dado. Quando o FED faz injeção monetária comprando título público: Como mostra o painel (a) da Figura 3, um aumento na oferta de moeda desloca a curva de oferta de moeda para a direita, de OM¹ para OM². Como a curva de demanda de moeda não se altera, a taxa de juros cai de r¹ para r² para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. Ou seja, a taxa de juros precisa cair para induzir as pessoas a reter a moeda adicional criada pelo Fed, restaurando, assim, o equilíbrio no mercado monetário



650 - Existem várias razões para que o Fed use a taxa de fundos federais como meta. Uma delas é que é difícil medir a oferta de moeda com precisão. Controlar os juros é mais certeiro do que controlar a oferta. É mais fácil influenciar a oferta e demanda mediante juros que o contrário.


651 - Armadilha da liquidez existe? Outros economistas são céticos sobre as relevâncias das armadilhas de liquidez e acreditam que o banco central continue a ter ferramentas para expandir a economia, até mesmo após a meta da taxa de juros atingir seu limite inferior igual a zero. Bastaria demonstrar que vai tolerar mais inflação. As pessoas fugiriam da retenção de moeda com medo dos juros reais negativos (mesmo com o nominal no piso zero) e emprestariam/investiriam. É meio o que os BCs têm feito, por sinal. 


652 - ...Uma segunda possibilidade é a de que o banco central poderia conduzir as operações expansionistas de mercado aberto com uma variedade maior de instrumentos financeiros que normalmente utiliza. Por exemplo, ele poderia comprar hipotecas e dívidas corporativas, reduzindo, assim, as taxas de juros desses tipos de empréstimos.


653 - Política fiscal com efeito multiplicador também é um grande instrumento, como algumas compras do governo. Aumenta-se a renda e as despesas de consumo. Tal efeito depende da propensão marginal a consumir (PMgC). A fórmula do efeito:





654 - Serve pra baixo também: Por exemplo, suponha que uma recessão no exterior reduza a demanda por exportações líquidas dos Estados Unidos em $10 bilhões. Essa redução da despesa com bens e serviços norte-americanos deprime a renda nacional dos Estados Unidos, o que reduz a despesa dos consumidores norte-americanos. Se a propensão marginal a consumir é de 3/4 e o multiplicador é 4, então a queda de $ 10 bilhões nas exportações líquidas significa uma contração de $ 40 bilhões na demanda agregada. Um "boom" de ações poderia surtir o efeito contrário, por exemplo.


655 - Quem contrabalanceia esse efeito do expansionismo fiscal? O juro de equilíbrio: A redução na demanda agregada que resulta quando uma expansão fiscal aumenta a taxa de juros é chamada efeito deslocamento. ... como a taxa de juros é o custo dos empréstimos, o aumento na taxa de juros tende a reduzir a quantidade de bens e serviços demandada, especialmente para bens de investimento. A curva de demanda vai com tudo e depois volta, por esse "contra-efeito" a um patamar "meio-termo" entre o inicial e o pós-expansionismo-fiscal. Tudo depende, na verdade, da magnitude de cada força.


656 - Os efeitos "multiplicador" e "deslocamento" servem também para os impostos. Operam em sentidos contrários. Dependendo da magnitude de cada um dos efeitos, o deslocamento na demanda agregada pode ser maior ou menor que a variação nos impostos que o causou. Expectativas quanto ao tempo de duração do corte ou aperto tributário também influenciam os "efeitos" em questão.


657 - Mankiw alerta para o problema que menciona sempre no discurso do "diminuir imposto é sempre bom porque estimula a oferta agregada e pode até aumentar a própria arrecadação tributária": Da mesma forma que as alterações nos impostos, as alterações nas compras do governo também podem, potencialmente, afetar a oferta agregada. Suponha, por exemplo, que o governo aumente seus gastos na forma de capital fornecido por ele, como as estradas. As estradas são usadas pelas empresas privadas para fazer entregas a seus clientes; um aumento na quantidade de estradas eleva a produtividade dessas empresas. Portanto, quando o governo gasta mais em estradas, aumenta a quantidade de bens e serviços ofertada a qualquer nível de preços dado e, como resultado, desloca a curva de oferta agregada para a direita. Esse efeito sobre a oferta agregada é provavelmente mais importante no longo prazo que no curto, já que levaria algum tempo para que o governo construísse novas estradas e as colocasse em uso.


658 - Keynes (e muitos de seus seguidores) argumentou que a demanda agregada flutua em ondas, bastante irracionais, de otimismo e pessimismo. Ele usou a expressão "espírito animal" para se referir a essas mudanças arbitrárias de atitude. Ao governo, caberia estabilizar.


659 - Parte da proposta de Kennedy era de um crédito tributário para investimentos, o qual concede um benefício tributário às empresas que investem em novo capital. O maior investimento não só estimularia a demanda agregada imediatamente, como também aumentaria a capacidade produtiva da economia ao longo do tempo. Portanto, o objetivo de curto prazo de aumentar a produção por meio de maior demanda agregada estava acoplado ao objetivo de longo prazo de aumentar a produção por meio de uma oferta agregada maior. E, de fato, quando o corte de impostos proposto por Kennedy finalmente foi aprovado, em 1964, ajudou a dar início a um período de forte crescimento econômico.


660 - Muitas empresas planejam seus investimentos com grande antecedência. Portanto, a maioria dos economistas acredita que leva pelo menos seis meses até que os efeitos das mudanças na política monetária se façam sentir sobre a produção e o emprego. (...) Os críticos da política de estabilização argumentam que, por causa desse atraso, o Fed não deve tentar fazer a sintonia fina da economia. Segundo eles, "as políticas monetária e fiscal funcionam com tal atraso que tentativas de estabilizar a economia muitas vezes acabam sendo desestabilizadoras". (Bom... Eu tenho visto o FED e o governo agirem rapidamente nas crises).


661 - Estabilizadores automáticos da crise. Um exemplo são os impostos: Como rendas, ganhos e lucros caem durante uma recessão, a receita tributária do governo também cai. Esse corte automático dos impostos estimula a demanda agregada e, portanto, reduz a magnitude das flutuações econômicas. Outro exemplo são as despesas do governo, que crescem pela maior demanda de seguridade (seguro-desemprego e tal), o que ajuda a não deprimir demais a demanda agregada. (...) Os estabilizadores automáticos da economia norte-americana não são suficientemente poderosos para impedir totalmente as recessões. No entanto, sem esses estabilizadores automáticos, a produção e o emprego provavelmente seriam mais voláteis do que são. Tudo isso me parece ter a ver com a "grande moderação".


662 - Equilíbrio fiscal rígido e estabilizadores automáticos não combinam. Se o governo estivesse sujeito a uma regra de rígido orçamento equilibrado, seria obrigado a encontrar maneiras de aumentar os impostos ou cortar despesas durante uma recessão


663 - (Relembra a relação entre inflação e moeda: Um aumento no nível de preços aumenta a demanda por moeda e aumenta a taxa de juros que equilibra o mercado de moeda.)


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