Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) V
Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) V
Pgs. 143-160:
92 - No controle de preço mínimo alto (creio que Mankiw trate dos de oferta elástica), haverá excesso de oferta. Os que recorrem às preferências pessoais dos compradores, talvez relacionadas a elos raciais ou de família, têm maiores chances de vender os bens produzidos do que aqueles que não o fazem.
93 - Atribui o desemprego a mercado de trabalho rígido (salário mínimo): Se o salário mínimo está acima do nível de equilíbrio, como nesse caso, a quantidade ofertada de mão de obra excede a quantidade demandada. (Colocada assim a afirmação é ideológica, o que em tese ele não faria, mas dá pra entender e contextualizar a afirmação. São tendências). ... Assim, o salário mínimo eleva a renda dos trabalhadores que têm emprego, mas reduz a renda daqueles que não conseguem encontrar trabalho. (Depende do contexto, Mankiw).
94 - Coloca que o aumento do salário mínimo tem consequências sobre o "mercado dos estagiários" além de aumentar o desemprego dos jovens no mercado de trabalho. Quando o salário mínimo aumenta, alguns jovens que ainda estão no ensino médio optam por abandonar os estudos e trabalhar. Esses jovens tiram o lugar de outros adolescentes que já haviam desistido da escola e que, então, se veem desempregados.
95 - Os economistas estão divididos igualmente com relação ao assunto. Em uma pesquisa realizada em 2006 por doutores em economia, 47% eram a favor da eliminação do salário mínimo, enquanto 14% o manteriam no nível atual e 38 % o aumentariam. Enfim Mankiw toca nas óbvias vantagens: Em 2009, por exemplo, quando o salário mínimo nos Estados Unidos era de $ 7,25 por hora, dois adultos que trabalhassem 40 horas semanais um ano inteiro em empregos que pagassem salário mínimo teriam renda anual total de$ 30.160, menos de dois terços da renda familiar mediana nos Estados Unidos. Muitos dos defensores do salário mínimo admitem que ele tenha alguns efeitos adversos, inclusive o desemprego, mas acreditam que esses efeitos são pequenos e que, levando-se em consideração todos os fatores, um salário mínimo maior deixa os pobres em melhor situação.
96 - Os argumentos contra salário mínimo também partem de verdades, porém: Os que se opõem ao salário mínimo afirmam que essa não é a melhor maneira de combater a pobreza. Eles observam que um salário mínimo elevado causa desemprego, incentiva os adolescentes a abandonar os estudos e impede que trabalhadores não qualificados obtenham o treinamento no emprego de que necessitam. E observam ainda que o salário mínimo é uma política que dificilmente atinge o alvo pretendido. Nem todos os trabalhadores que recebem salário mínimo são chefes de família tentando fugir da pobreza. Na verdade, menos de um terço dos que ganham salário mínimo fazem parte de famílias com renda abaixo da linha de pobreza. E muitos são adolescentes de classe média trabalhando em empregos de meio período por um dinheiro extra.
97 - Defende maior liberdade econômica para que o sistema de preços equilibre sempre de forma mais eficiente as coisas: Quando os formuladores de políticas fixam preços por decreto, obscurecem os sinais que normalmente conduzem a alocação dos recursos da sociedade.
98 - A ajuda àqueles que precisam pode ser dada sem a utilização de controle de preços. Por exemplo, o governo poderia tornar a moradia mais acessível se arcasse com uma parte do aluguel pago pelas famílias pobres. Ao contrário do controle dos aluguéis, os subsídios à moradia não reduzem a quantidade ofertada de imóveis e, portanto, não geram escassez. De maneira similar, o subsídio aos salários eleva os padrões de vida dos trabalhadores pobres sem desencorajar a contratação por parte das empresas.
99 - Em seguida, Mankiw passa a analisas o impacto de impostos. Parte do exemplo de imposto de $0,50 sobre a venda de cada casquinha de sorvete: O impacto imediato do imposto é sobre os vendedores de sorvete. ... torna o negócio menos lucrativo a qualquer preço dado, então provoca deslocamento na curva de oferta. Como as elasticidades de ambas as curvas são parecidas, ambos sairão perdendo, vendedores e compradores, pois não se pode vender a mesma quantidade de sorvete a qualquer preço:
100 - ... No novo equilíbrio, os compradores pagam mais pelo bem e os vendedores recebem menos por ele.
101 - Após, passa a analisar os efeitos de um imposto sobre a compra na mesma magnitude. Fifty cent. A curva de demanda é deslocada na mesma magnitude e... como eu já apostaria (apesar de Mankiw chamar de surpreendente)... o deslocamente resulta no mesmo preço/quantidade (ponto) de equilíbrio que o exemplo anterior. Impostos cobrados de compradores e impostos cobrados de vendedores são equivalentes.
102 - O "imposto sobre a folha de pagamento" dos legisladores pretende ser metade-metade muitas vezes. Porém, é o mercado, não a lei, quem vai dizer isso. Os legisladores podem decidir se um imposto sai do bolso do comprador ou do vendedor, mas não podem legislar sobre o verdadeiro ônus do imposto. Mais exatamente, a incidência tributária depende das forças de oferta e demanda.
103 - Influência da elasticidade: O painel (a) da Figura 9 mostra um imposto em um mercado com oferta altamente elástica e demanda relativamente inelástica. Ou seja, os vendedores reagem muito a mudanças no preço do bem (de modo que a curva de oferta tem inclinação relativamente pouco acentuada), ao passo que os compradores não respondem muito a mudanças de preço (de modo que a curva de demanda é relativamente íngreme). Quando um imposto incide sobre um mercado com essas elasticidades, o preço recebido pelos vendedores não cai muito, de modo que os vendedores arcam apenas com uma pequena parte do ônus. No entanto, o preço pago pelos compradores sobe substancialmente, indicando que eles arcam com a maior parte do ônus do imposto.
104 - Uma elasticidade pequena da demanda significa que os compradores não têm boas alternativas ao consumo do bem em questão. Uma elasticidade pequena da oferta significa que os vendedores não têm boas alternativas à produção do bem em questão.
105 - Podemos aplicar essa lógica ao imposto sobre a folha de pagamento que abordamos no estudo de caso anterior. A maioria dos economistas do trabalho acredita que a oferta de trabalho é muito menos elástica do que a demanda. Isso significa que os trabalhadores - e não as empresas - arcam com a maior parte do ônus do imposto sobre a folha de pagamento. Em outras palavras, a distribuição do ônus tributário não está tão perto assim da divisão meio a meio pretendida pelos legisladores.
106 - Imposto sobre bem de luxo prejudica mais os produtores que os consumidores/demandantes desses bens, que podem redirecionar os gastos, por exemplo, para serviços de luxo ou viagens ou algo do tipo. Fábrica de iate não pode facilmente virar fábrica de carro popular. Assim... Nossa análise faz uma previsão clara nesse caso. Com demanda elástica e oferta inelástica, o ônus do imposto recai em grande medida sobre os fornecedores. Isto é, um imposto sobre iates coloca um pesado ônus sobre as empresas e os trabalhadores que constroem iates, porque eles acabam obtendo um preço significativamente menor por seus produtos. Mas os trabalhadores não são ricos. Com isso, o ônus dos impostos sobre bens de luxo recai mais sobre a classe média do que sobre os ricos.
107 - Regra geral: A maior parte do ônus tende a recair sobre o lado do mercado que é menos elástico, porque esse lado do mercado não pode responder tão facilmente ao imposto mudando a quantidade comprada ou vendida.
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