Texto e Seus Gráficos - Edmilson Costa - Política Salarial no Brasil, 1964 a 1985 (pgs. 172 a 188)
Texto e Seus Gráficos - Edmilson Costa - Política Salarial no Brasil, 1964 a 1985 (pgs. 172 a 188):
1 - Trata-se de um trecho da tese de doutorado de Edmilson Silva Costa.
2 - Em São Paulo, todavia, há uma contínua depreciação do valor do salário mínimo, Mais grave ainda é o fato de que o preço da cesta básica, que correspondia a 42,33% do salário minimo em 1968 aumento para 61,25% em 1973, o que já refletia uma nítida aceleração do processo inflacionário. (...) Em 1968 era necessário o trabalho de 101 horas e 35 minutos para comprar uma cesta básica; em 1973 o trabalhador já precisava trabalhar 147 horas e 04 minutos para adquirir o mesmo produto (Tabela 28),
3 - O arrocho diminui a partir de Geisel, quando o governo, preocupado com mau desempenho nas eleições (as que tiveram que criar o "biônico"), afrouxa a coisa e ao menos o salário dos qualificados passa a subir até acima da produtividade: Os dados relativos indústria de transformação, todavia, registrava uma sensível elevação do salário médio, especialmente em 1979, 1982 e 1983, respectivamente de 13%, 8,3% e 9,3% (Tabela 29), Esse desempenho deve ser visto com cautela pois, como já analisamos, diretores, gerentes e chefes em geral obtiveram ganhos acima da produtividade, o que certamente deve ter influenciado a performance do salário médio.
4 - Concentração de Renda entre 1960-1970 cresce. Esse performance torna-se ainda mais dramática se verificarmos que todos os decis, exceção dos 10% mais ricos, apresentaram decréscimos em sua participação na renda. Por exemplo, os 20% mais pobres, que já tinham uma participação pouco expressiva, caíram de 3,49% para 3,16%, enquanto os 50% mais pobres, que possuíam 17,72%, tiveram sua participação diminuída para 14,41%. A escalada na concentração de renda se transformaria nas décadas seguintes numa das marcas registradas do "modelo econômico brasileiro".
5 - Resumo dos dados sobre salário entre 1961 e 1974: Os dados, construídos a partir de um índice I 00 para 1961, permitem observar que os salários de diretores, gerentes, chefes de produção, chefes administrativos, técnicos e trabalhadores de escritórios tiveram um crescimento maior que os operários qualificados e não-qualificados compreendidos pela pesquisa. (...) Pelos dados da Tabela 24, veremos que. quanto mais alto o posto na hierarquia empresarial, mais acentuada a disparidade relativa de remuneração. Entre 61 e 66 todo mundo perde. Já entre 67 e 74, chefes passam a ganhar em linha com a produtividade. Mesmo os operários qualificados obtém alta significativa, embora muito abaixo dos outros dois grupos. (...) No entanto, a remuneração dos operários semiqualificados e não-qualificados cresceu apenas 14% entre 1966 e 1974.
6 - Seguem as tabelas que comprovam tudo quanto dito acima:
7 - Concentração:
8 - Período do Arrocho. Castelo Branco e Costa e Silva:
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