Livro: Ostroy - Perfect Competition and Creativity of the Market (PARTE "A")

                                                                                                                                             

Livro: Ostroy - Perfect Competition and Creativity of the Market



Pgs. 1-4


"CAPÍTULO 1: "Introdução"


1 - Ao que entendi, trata-se de um texto ou artigo no "Journal of Economic Literature - Vol. XXXIX (June 2001) pp. 479–535". Autores: Louis Makowski e Joseph M. Ostroy.


2 - Retratar o indivíduo como um tomador de preços foi extremamente útil para exibir o novo princípio equi-marginal subjacente à escolha individual. Mas tinha a infeliz consequência de suprimir o lado empreendedor de competição


3 - A "competição perfeita" que eles propõem aqui é diferente: Duas características notáveis da reformulação são que (1) os preços não são dados exogenamente, eles emergem da negociação. Da mesma forma, (2) o conjunto de ativos mercados não é dado exogenamente, ele resulta da inovação.


4 - Querem criticar parcialmente a teoria neoclássica sem serem "austríacos" ao que entendi: Nossa reformulação não aceita a forte dicotomia enfatizada na Tradição austríaca entre equilíbrio e desequilíbrio, onde este último é o locus exclusivo do comportamento inovador. Na nossa opinião, os austríacos têm aceitado  de bom grado o baixo nível de criatividade associado ao "modelo padrão"  como sinônimo das limitações da análise de equilíbrio.


5 - Não sei a que grupo se referem como "oportunistas". Não sei se é só a "galera" da "assimetria da informação" ou o quê mais. Parecem vê-lo como um grupo que defende o modelo padrão (equilíbrio geral?) exceto nos casos onde há informações assimétricas. Assim sendo, não concordam com eles.



Pgs. 4-7


"CAPÍTULO 2: "O modelo padrão"


6 - Jevons descobriu a coisa toda até um pouco antes, mas... Jevons estava contente em esboçar uma análise do equilíbrio numa economia com dois bens e dois tipos de comerciantes, enquanto Walras gastou sua vida reunindo e expandindo sua sistema de equações a aplicar à troca de muitas mercadorias, à produção, à formação de capital e à troca monetária. (...) A formulação de Walras é um resumo lógico do marginalismo.


7 - Os preços em Walras: ...a detecção e a correção do desequilíbrio é delegada às forças de mercado, respondendo impessoalmente ao excesso de demandas e ofertas. Às vezes, essas forças são antropomorfizado na forma de um exógeno, benevolente “leiloeiro walrasiano”, que ajusta os preços até que os mercados se liberem.


8 - Não há rivalidade na competição perfeita walrasiana: Os críticos do modelo padrão poderiam salientar com justiça que a concorrência perfeita contém muito pouca evidência de real concorrência.


9 -  A insistência de Walras em lucros zero é em contraste com a tradição marshalliana do excedente dos produtores como um simétrico complemento ao excedente dos consumidores. Os lucros marshallianos vêm de uma fonte impedido por Walras, nomeadamente que as empresas tecnologias podem não ser livremente reproduzíveis. (É, mas aí não seria já a "perfeita" ué. Receio de que esse texto vire uma discussão semântica). (...) Ao exigir que os lucros sejam zero, Walras fechou a porta para o mercado que recompensa a atividade empreendedora, enquanto Marshall a deixou entreaberta.



Pgs. 7-12


"CAPÍTULO 3: "Ausência de Criatividade no Modelo Padrão"


10 - Kirzner: A atividade empreendedora é baseada em desequilíbrio e na ignorância; é o alerta à informação.


11 - Hayek não criticou Lange e a interpretação de Lerner do modelo padrão como incorreto; em vez disso, ele implicitamente aceitou sua interpretação. Para Hayek, o problema econômico da sociedade não é apenas um problema de como alocar recursos “dados” — se “dados” for tomado como significa dado a uma única mente que deliberadamente resolve o problema definido por esses “dados” [taxas marginais de substituição]. Para resumir: ...é um problema de utilização do conhecimento que não é dado a ninguém na totalidade. (1945, págs. 77–78).


12 - O socialismo de mercado não é tão simples: ...Como tomador de preços, qualquer coisa, exceto preços, por exemplo, os gostos, as possibilidades de produção e as dotações de outros, são  informações irrelevantes. A empresa, por exemplo, só precisa saber os preços para encontrar uma plano de produção que maximiza o lucro. Quando os mercados se estabilizam, os maximizadores da tomada de preços alcançam uma alocação de recursos que satisfaçam todas as condições equi marginais necessárias para a eficiência.


13 - A proposta dos socialistas de mercado e a oposição de Hayek: ...uma autoridade central poderia registrar demandas e suprimentos a vários preços e ajuste até que todos os mercados estejam limpos. Hayek pareceu disposto, talvez por uma questão de o argumento, para acompanhar os estágios iniciais das reivindicações dos socialistas de mercado. Mas ele opôs-se vigorosamente à suposição de que uma autoridade central poderia reunir todas as informações sobre as demandas e suprimentos individuais necessários para faça os ajustes de preço adequados.


14 - Externalidades são um problema, mas quem trata melhor o problema? Coase criticou a tradição pigouviana por operar sob a suposição tácita de que os custos empresariais de organizar transações de mercado para eliminar externalidades sempre foi proibitivo, enquanto os custos de internalização do governo eram efetivamente zero.


15 - ...Coase introduziu a ideia de zero custos de transação. Neste caso, ele afirmou que, enquanto os direitos de propriedade fossem completamente definido, o resultado do mercado internalizaria eficientemente todos externalidades, que passaram a ser conhecidas como o Teorema de Coase. Utópico, mas útil. 



Pgs. 12-17


"CAPÍTULO 4: "A Descoberta do Comportamento Estratégico"


16 - O tema agora são os incentivos e comportamentos "oportunistas".  Os monopolistas inovadores de Schumpeter e os empreendedores atentos de Kirzner, apresentaram o lado meritório do oportunismo.


17 - Os austríacos concentram-se na imensa quantidade de informações implicitamente utilizadas na alocação de recursos. (...) Os oportunistas concentram-se principalmente sobre a qualidade da informação: Quanto do que é conhecido será transmitido com precisão de uma pessoa para outra? A venda de carro usado exigiria um mecânico especialista em carros como comprador? Não tem como todos serem. Todos os potenciais bons negócios não seriam fechados porque não dá pra confiar no vendedor verdadeiro que vende carro realmente sem defeito. E esse não vai querer vender ao preço de mercado, que é o preço mais barato (por impossibilidade de boa informação).


18 - ...A combinação das críticas austríaca e oportunista leva à conclusão que o modelo padrão é duplamente ingênuo. (...) Austríacos e oportunistas, ambos criticam o modelo padrão por suas suposições informacionais implicitamente estreitas e irrealistas. Cada um concordaria, mas não pelas mesmas razões que o modelo padrão opera sob o tácito égide da informação perfeita.


19 - Taxonomia que vão usar: Os problemas de privacidade referem-se a problemas de alocação decorrentes do fato de cada indivíduo conhecer seus próprios gostos ou possibilidades de produção melhor do que qualquer outra pessoa. Por seu lado, os problemas de entrega se referem a problemas de alocação decorrentes de alguns indivíduos sendo mais informados do que outros sobre as qualidades de algumas mercadorias a serem entregues (por exemplo, se o vendedor de um carro usado entregará um limão ou pêssego...).


20 - Ao que entendi, Hayek via os preços meio que contendo já toda ou boa parte da informação necessária, mas não é bem assim. Tudo isso me lembra a coisa dos "vícios redibitórios" lá do direito. Analiticamente, em problemas de entrega, algumas informações ou ações privadas de indivíduos podem  afetar diretamente a utilidade final de alguns outros indivíduos.


21 -  Notavelmente, verifica-se que sob concorrência perfeita uma economia pode resolver com eficiência seus problemas de privacidade (as restrições de compatibilidade/revelação de incentivos são afrouxadas pela força da competição). Em contraste, como Oportunistas enfatizam, mesmo em condições de concorrência perfeita, os problemas de entrega impõem restrições sobre o que os mercados podem fazer.



Pgs. 18-33


"CAPÍTULO 5: "Uma reformulação do Modelo Padrão"


22 - O objetivo da nossa reformulação é demonstrar que a concorrência perfeita merece atenção separada e renovada.


23  - Um preço de equilíbrio pode ser algo bem relativo: O espécime no esquerda envolve monopólio bilateral: há apenas um comprador e um vendedor no mercado, o vendedor pode fornecer até um unidade a um custo marginal de c, enquanto a o comprador quer no máximo uma unidade, com um valoração marginal de v. Qualquer preço em o intervalo [c,v] é um preço de equilíbrio potencial Wal-rasiano. A quantidade v – c representa um monopólio bilateral excedente para negociar; os termos de troca dependerão das capacidades das partes para persuadir, ameaçar etc.



24 - ...Na economia do  painel do meio, adicionamos uma opção externa: o vendedor não precisa lidar com comprador 1, ele poderia vender sua unidade para comprador 2 por w. (...) Observe a força da competição (ou seja, a presença da opção externa) reduziu o tamanho do excedente monopolista bilateral para o comprador 1


25 - ...O painel direito, introduz um terceiro comprador, com avaliação igual ao primeiro. Agora, ao jogar um comprador de maior valor contra o outro, por exemplo, fazendo-os licitar sua unidade, o vendedor pode obter v — mesmo que ele seja mole e o os compradores são difíceis; ele pode relaxar e deixar a força da competição trabalha para ele. (...) ele é capaz de apropriar-se plenamente do valor social da sua bom ao jogar com um de maior valor comprador contra o outro.


26 - Colocando vários agentes em cada polo, temos o quadro abaixo. Observe que há um comprador marginal com avaliação p e um vendedor marginal com custo p que, respectivamente, servem como opções externas para os vendedores de menor custo e os compradores de maior valor caso os seus parceiros comerciais comecem a seja duro e insista em pagar menos ou recebendo mais, respectivamente, do que p.



27 - Uma crítica aos clássicos? Trocas geram "valor" mesmo numa economia de produção estacionária. 


28 - (No mais, vem um longo trecho que, com tradução ruim do google, não consegui compreender cem por cento).


29 - Percebi lendo: Marshall esforçou-se por amenizar as rupturas entre a economia clássica e a neoclássica que, por exemplo, Jevons saudou. Ao que entendi, acusam-no de ter uma visão muito passiva de "renda". Seria apenas algo que "cai no colo", digamos assim. Querem se diferenciar disso.  No lado padrão, as  rendas  não são diretamente procuradas; em vez disso, elas são os resíduos resultantes da maximização em relação aos preços dados. No lado oposto, famílias e empresas procuram maximizar as suas rendas (consumidor e excedentes do produtor) diretamente por meio de negociações sobre termos de troca, inovação mercadorias e fazer qualquer outra coisa que não é proscrito o que aumenta seus ganhos. Portanto, visto do lado oposto, pareceria natural chamar comportamento individual de maximização “busca de renda”. Sua renda é o que cada um maximizador criativo empreendedor é capaz de extrair do resto do economia.


30 -  No lado oposto, há uma resposta simples para a pergunta “de onde vêm os preços?” Eles vêm da barganha. (Existe mesmo essa barganha toda nos negócios prosaicos?)


31 - Desequilíbrio é oportunidade. Por exemplo, se dois grupos de indivíduos têm diferentes taxas marginais de substituição sobre dois bens, comprando de um indivíduo de baixo valor e vendendo a um indivíduo de alto valor, há arbitragem lucros a serem obtidos. Se houver muitos indivíduos em cada grupo, a operação pode ser repetido várias vezes, então um oportunidade de arbitragem se torna uma bomba de lucro. O equilíbrio viria justamente disso. Embora não possamos expandir em os detalhes aqui (ver Makowski e Ostroy 1998), o ponto principal é que o equilíbrio perfeitamente competitivo pode ser pensado como resultante de indivíduos explorando ativamente (e, portanto, eliminando) todas as oportunidades de lucro de arbitragem. (...) Ou seja...  Os mesmos participantes do mercado que devem agir como tomadores de preços em equilíbrio (devido à disponibilidade de perfeito substituir opções externas), atuam como formadores de preços fora do equilíbrio. Há equilíbrios e "equilíbrios" (quando ainda há oportunidades de ganhos por comércio), eu diria, sendo que o segundo talvez ocorra o tempo todo, já que gostos e rendas mudam.


32 - Dado qualquer equilíbrio de tomada de preços, um indivíduo é um concorrente perfeito se, no momento preços de equilíbrio ele realmente enfrenta demandas e suprimentos perfeitamente elásticos para os bens que ele vende e compra, PEDS.


33 - Colocam que a inovação no mercado perfeitamente competitiva (um novo produto feito sob medida, por exemplo) é sempre bem vinda mesmo que o vendedor seja obrigado a vender no custo marginal (ao que entendi). (Seria por ganhar volume de venda e gerar maior lucro contábil? Seria por fugir do "perfeitamente competitivo" por algum tempo curto? Seria pelas duas coisas? A tradução ruim ferra esse texto). O inovador perfeitamente competitivo, como o monopolista perfeitamente discriminador, mas ao contrário do monopolista não discriminador, sempre se apropria totalmente e, portanto, inova sempre que é necessário no interesse social.


34 - Falam coisa pra caramba pra concluir esta obviedade? (estou perdendo algo?): ...Na verdade, se restringirmos o conjunto de mercadorias para um número fixo e finito de bens privados, à medida que aumentamos a números de mercados compradores e vendedores tornam-se cada vez mais espessos, tão perfeitos a competição é inevitável na limitação economia. (Em tempo, ao tratarem de concorrência monopolística também parece querer explicar coisas relativamente fáceis de modo difícil).


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