Livro: Alfred Marshall - Princípios de Economia Vol. II - Demais Apêndices
Livro: Alfred Marshall - Princípios de Economia Vol. II (Os Economistas) (1890)
Pgs. 340-365
"APÊNDICE B: "O Desenvolvimento da Ciência Econômica"
"APÊNDICE C: "O Âmbito e o Método da Economia"
"APÊNDICE D: "Usos do Raciocínio Abstrato em Economia"
Pgs. 366-371
"APÊNDICE E: "Definições de Capital"
209 - Pulei as vinte e seis páginas anteriores porque nem tudo me interessa nesses apêndices. Respeitei todos os capítulos, mas aqui vou julgar que são menos importantes. Muitos parecem bem datados embora certamente se pudessem obter trechos úteis. Vou ler alguns que talvez me interessem. Mesmo eles são "tiro no escuro".
210 - Aderimos à tradição usando a expressão "capital" quando consideramos a riqueza como um agente de produção.
211 - Fisiocratas: usaram o termo Capital muito próximo da acepção dada por Adam Smith e seus seguidores imediatos, incluindo toda a riqueza acumulada ..., isto .é, todo o resultado do excesso de produção sobre o consumo.
212 - Todos parecem ver capital como estoque de bens, a diferença é mais o limite entre bem qualquer - que signifique algum tipo de provisão para o futuro - e "bem-capital", digamos assim
213 - "Capital é a parte da riqueza de um pais empregada na produção, e consiste em alimentos, vestuários, ferramentas, matérias-primas, máquinas etc., necessários para tomar efetivo o trabalho''. Malthus: "Capital é a porção do estoque de um pais mantida ou empregada visando ao lucro na produção e distribuição da riqueza". Para Sentar: "Capital é um artigo de riqueza, resultado do esforço humano, empregado na produção e distribuição da riqueza". John Stuart Mill disse: "O que o capital faz pela produção é conceder o abrigo, a proteção, os Instrumentos e materiais de que o trabalho carece, e alimentar e manter de toda a maneira os trabalhadores durante o processo. Quaisquer coisas destinadas a esse uso constituem capital".
214 - Discorda das velhas definições de trabalho produtivo, que exigem corporificação em bens materiais como resultado final.
Pgs. 372-387
"APÊNDICE F: "Escambo"
"APÊNDICE G: "A Incidência de Impostos Locais com Algumas Sugestões Sobre a Política Fiscal"
Pgs. 388-395
"APÊNDICE H: "Limitações do Uso de Pressupostos Estáticos em Relação ao Rendimento Decrescente"
215 - Aqui eu cortei/pulei mais dois apêndices. Um total de dezesseis páginas.
216 - O ponto capital é que a expressão "margem de produção" não tem significação, no que se refere a longos períodos, para as mercadorias cujo custo de produção diminui com um aumento gradual da mesma, enquanto a tendência ao rendimento crescente não existe geralmente em curtos períodos. Por conseguinte, quando estudamos as condições especiais do valor das mercadorias que se conformam a essas tendências, o termo "margem" deve ser evitado. (...) É verdade que quando aproximadamente todo um ramo de indústria está nas mãos de poucas empresas gigantes, nenhuma delas pode ser rigorosamente considerada "representativa''.
217 - A questão do tal "equilíbrio instável" realmente me deu preguiça de tentar saber o que ele quer, já que compara a um "ovo em pé" e diz que, na prática, não vai existir. Não vale, assim, meu interesse nos diagramas chatos.
218 - Um dos efeitos na economia Internacional da Guerra Anglo-Americana (1812/14), como da Guerra Civil nos Estados Unidos (1861/65), foi elevar o preço e animar o algodão brasileiro.
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219 - As procuras e ofertas mudam com as oscilações que retornam ao ponto anterior. O retorno nunca é exatamente ao mesmo ponto. Procura geram hábitos e ofertas geram aprendizado. As curvas se deslocam. Exemplo: ...Com efeito, quando qualquer perturbação ocasional causou um grande aumento na produção de uma mercadoria, e com isso levou à introdução de economias extensivas, essas economias não são perdidas de chofre.
220 - O capital e o trabalho, uma vez empenhados em determinada indústria, podem, é certo, ficar depreciados no seu valor, se há uma queda na procura dos artigos que eles produzem; não podem, porém, ser rapidamente convertidos a outras aplicações, e sua concorrência impedirá durante certo tempo que uma diminuição da procura leve a um aumento do preço das mercadorias.
221 - (Depois discute mais algumas outras coisas para as quais me faltam interesse, ambiente e silêncio, mas li. Diagrama de hipótese estacionária que não existe... Se a lei do rendimento crescente age, imagino que uma empresa já vai jogar o preço lá embaixo para ir ganhando o mercado que maximiza a eficiência final. Quando chegar perto do precipício, ela freia. Deve ser algo meio teoria dos jogos. Rodapé gigante de apêndice é um verdadeiro "haja saco").
Pgs. 396-403
"APÊNDICE I: "A Teoria do Valor de Ricardo"
222 - Segundo Marshall, Ricardo tinha experiência prática, mas era abstrato e assistemático como autor. ... E ademais, como escreveu a Malthus no outubro seguinte, não possuía "um perfeito domínio da língua''. Sua exposição é tão confusa quanto profundo o seu pensamento, usa palavras com significados artificiais que não explica e aos quais ele próprio não se apega, e muda de uma hipótese para outra, sem avisar.
223 - ...Ele deu a utilidade como pressuposta porque sua influência é relativamente simples. ...E, noutro trecho (ibid., cap. N), insiste sobre a maneira pela qual as flutuações dos preços no mercado são determinadas pela quantidade disponível para a venda, de um lado, e "as necessidades e desejos da Humanidade", de outro.
224 - ...No mesmo sentido, isto aqui parece interessante: Outrossim, numa discussão profunda, embora muito incompleta, da diferença entre "o valor e a riqueza", ele parecia estar tateando o caminho em .direção à distinção entre utilidade· marginal e utilidade total. Com efeito, entendia como riqueza a utilidade total, e parecia chegar quase a ponto de dizer que o valor corresponde ao acréscimo de riqueza que resulta da porção de uma mercadoria que justamente vale a pena ao comprador adquirir; e que quando a oferta se toma escassa, seja temporariamente em conseqüência de um acidente passageiro, seja permanentemente em virtude de um aumento no custo da produção, há um aumento nesse incremento marginal de riqueza que é medido em valor, ao mesmo tempo que há uma diminuição da riqueza total, da utilidade total, derivada da mercadoria. Durante toda a discussão tenta dizer, embora (por ignorar a concisa linguagem do cálculo diferencial) não saiba empregar 'os termos precisos para exprimi-lo claramente, que a utilidade marginal é acrescida e a utilidade total reduzida, por toda diminuição da oferta.
225 - ...Com efeito, embora soubesse muito bem que as mercadorias se dividem em três classes, conforme obedeçam à lei do rendimento decrescente, à do rendimento constante ou à do rendimento crescente, contudo achou melhor ignorar essa distinção numa teoria do valor aplicável a todas as espécies de mercadorias. Uma mercadoria escolhida ao acaso tanto pode obedecer a uma como à outra das duas leis do rendimento decrescente e do rendimento crescente, e, por conseguinte, julgou-se autorizado a supor provisoriamente que todas se subordinavam à lei do rendimento constante. Tinha razão talvez, mas cometeu um erro não declarando explicitamente o que estava fazendo.
226 - Teria sido melhor se tivesse ocasionalmente repetido a afirmativa de que os valores de duas mercadorias só podem ser considerados, a longo prazo, proporcionais à soma de trabalho empregado na sua feitura, se forem iguais todas as outras condições, isto é, se o trabalho empregado nos dois casos for de igual qualidade, e pois igualmente pago, se for auxiliado por somas proporcionais de capital, levado em conta o prazo das inversões, e se forem iguais as taxas de lucros.
227 - Coloca que Ricardo incluía os lucros - e creio que também o juro - no custo de produção e Marx não (lembro de nem Marx usando essencialmente essa categoria, na verdade. Não basta definir como se quer).
228 - Jevons abordando a questão do trabalho versus utilidade: "...Constata-se frequentemente que o trabalho determina o valor, mas só indiretamente, fazendo variar o grau de utilidade de um artigo mediante um aumento ou limitação de sua oferta."
229 - Marshall atribui por sinal, a Jevons, a seguinte cadeia causal: "O custo da produção determina a oferta. A oferta determina o grau final de utilidade. O grau final de utilidade determina o valor".
230 - ...Uma objeção mais grave se levanta contra a terceira proposição. Pois o preço que os vários compradores num mercado pagarão por uma coisa é determinado não somente pelos graus finais de sua utilidade para eles, mas por esse fator em conjunção com as somas de poder aquisitivo ao dispor de cada um individualmente. O valor de troca de uma coisa é o mesmo em toda a extensão de um mercado, mas os graus finais de utilidade a que ele corresponde não são iguais para dois exemplares da mesma.
231 - .... E em resposta a Jevons, uma cadeia menos falsa que a sua pode ser armada, invertendo a sua ordem, e dizendo:
A utilidade determina a quantidade que deve ser suprida.
A quantidade que deve ser oferecida determina o custo de produção.
O custo de produção determina o valor, porque ele determina o preço de oferta, necessário para que os produtores mantenham a produção.
Volvamos então à doutrina de Ricardo que, embora assistemática e sujeita a muitas objeções, parece ser em princípio mais filosófica, e mais próxima dos fatos reais da vida.
232 - Posição de Ricardo é explicitada em carta sobre Say: "O Sr. Say não tem noção correta do que significa o valor, quando sustenta que o valor de uma mercadoria é proporcional à sua utilidade. Isso seria verdade se apenas os compradores ditassem o valor das mercadorias; então, de fato, poderíamos esperar que todos os homens pagassem pelas coisas proporcionalmente à estimativa que delas fizessem; mas o que me parece é que os compradores são os que menos têm a ver no mundo com a regulação dos preços ... Tudo é feito pela concorrência entre vendedores e, por mais dispostos que os compradores estivessem a pagar mais pelo ferro do que pelo ouro, não o poderiam fazer porque a oferta seria regulada pelo custo de produção ... Dizeis que a procura e a oferta regulam o valor (sic). Penso que isso não diz nada, pela razão que dei no começo desta carta: é a oferta que regula o valor, e a oferta por sua vez é governada pelo custo relativo da produção. O custo de produção, em dinheiro, significa o valor do trabalho, assim como o dos lucros" (...) "Não contesto a influência da procura quer sobre o preço do trigo ou sobre o preço de todas as outras coisas: mas a oferta segue a procura de perto, e logo enfeixa nas suas mãos (sic) o poder de regular o preço, e, regulando-o, é determinada pelo custo de produção".
233 - Jevons: "O custo de produção é apenas uma circunstância que governa a oferta e assim indiretamente influi sobre os valores".
234 - ...Marshall arremata na discussão: O "princípio do custo de produção" e o da "utilidade final" são indubitavelmente partes de uma lei geral da oferta e da procura, comparando-se cada um deles a uma das lâminas de uma tesoura.
235 - Jevons versus Ricardo: ...Em grande parte, é um ataque ao que ele chama no prefácio, "esse homem capaz, mas mal orientado, David Ricardo", que "desviou o trem da ciência econômica para uma via errada". Sua crítica de Ricardo conquistou alguns triunfos dialéticos aparentemente injustos, baseando-se na presunção de que a concepção de valor de Ricardo era fundada no custo de produção sem referência à procura.
236 - Marshall: ...Certas partes são novas e muitas ganharam uma forma melhor. Mas não parecem ter feito nenhum progresso no sentido de justificar as pretensões de terem descoberto uma nova doutrina do valor em nítido contraste com a antiga, ou de que tenham operado qualquer demolição considerável, em lugar de um simples desenvolvimento ou extensão da velha doutrina.
Pgs. 404-411
"APÊNDICE J: "A Teoria do Fundo de Salários"
237 - Do jeito que ele explica a teoria (e Marshall bateu nela), parece tosca a ponto de não merecer anotação. Mill seria um dos defensores.
Pgs. 412-414
"APÊNDICE K: "Certas Classes de Excedentes"
238 - Fiquei muito tentado a pular com esta frase de abertura: "O estudo é difícil e tem pouca importância prática...". Como são praticamente três páginas, vamos lá...
239 - Refere-se aos excedentes que todos os consumidores podem ter em suas compras. Quando pagariam até a mais para ter o que têm, mas acabam podendo poupar ou deslocar recurso.
240 - Este outro excedente é mais raro, creio: Como trabalhador tira um excedente de trabalhador, sendo remunerado por todo o trabalho à mesma taxa da última parte ou tarefa desse trabalho que está disposto a efetuar pela remuneração fixada, ainda que grande parte do trabalho lhe possa ter dado um prazer positivo.
241 - ...Como capitalista (ou de maneira geral como detentor de riqueza acumulada sob qualquer forma) obtém um excedente de poupador...
242 - ...Dependem em parte de sua sensibilidade geral para as satisfações e dissabores do consumo, do trabalho e da espera, e em parte ·também da elasticidade da sua sensibilidade, isto é, das taxas às quais elas se alteram com um aumento do consumo, do trabalho e da espera respectivamente.
243 - Certa parte do final do capítulo nem entendi bem o que ele quer...
Pgs. 415-420
"APÊNDICE L: "A Doutrina de Ricardo Sobre Impostos e Melhoramentos na Agricultura"
244 - Pulei essas seis páginas. Parece um apêndice que pouco me interessa.
"Apêndice Matemático"
245 - Nem vi por quê cogitar.
FIM!
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