Livro: Hunt, E. K. - Historia do Pensamento Econômico - Capítulo 6
Livro: Hunt, E. K. - História do Pensamento Econômico
Pgs. 187-226
"CAPÍTULO 6: "O Subjetivismo Racionalista"
Origens Sociais das Premissas da Teoria da Utilidade
162 - Se, ..., o custo social real do menor consumo, necessário para a industrialização, deve ser pago pela classe capitalista ou pela classe operária é uma questão que depende do que acontece com as grandezas relativas aos lucros e aos salários durante o processo. ... em todo o período da industrialização inglesa, os salários reais diminuíram em relação aos lucros.
163 - Colocam que o termo microeconômico "ordenamento de preferências" é só um substituto mais sofisticado para "utilidade". (Isso me lembrou a solução terminológica de Pareto: "ofelimidade")
Jeremy Bentham e a Utilidade
164 - Toda motivação humana, em todas as épocas e lugares, pode ser reduzida a um único princípio: o desejo de maximizar a utilidade. Bentham tentou inclusive dissecar o prazer, suas causas e tal.
165 - Bentham não trabalhava com a noção de utilidade marginal, mas lançou alguma base para ela: "Os termos riqueza e valor se explicam mutuamente. Um artigo só entra na composição de uma riqueza se possui algum valor. A riqueza se mede de acordo com os graus desse valor. Todo valor se baseia na utilidade… Onde não há utilidade, não pode haver valor algum".
166 - ...Porém, ele quase chegou a formular isso (1800 e pouco): A razão pela qual não se acha que a água tenha qualquer valor de troca é que ela também não tem qualquer valor de uso. Se se puder ter toda a quantidade de água de que se precisa, o excesso não tem valor algum.
Bentham como Reformador Social
167 - Chegou a fazer um raciocínio "keynesiano" contra entesouramento: "se o governo aumentasse a quantidade de moeda em circulação, “a moeda introduzida… se transformaria numa fonte de riqueza cada vez maior”.
168 - Bentham também era por políticas de redistribuição, isso em razão da "utilidade marginal decrescente do dinheiro" (embora não existisse o termo). Assim, durante toda a vida de Bentham, houve uma cisão ou um antagonismo entre sua atitude inicial de laissez-faire e sua posterior atitude reformista.
Jean-Baptiste Say e a Utilidade, a Produção e a Distribuição de Renda
169 - Em Say, apologista que era, o capital vem da frugalidade. É justo e lindo.
170 - Say argumentava que os salários e a taxa de lucro eram determinados pelas contribuições relativas para a criação de utilidade, dadas pelo trabalho e pelo capital. Tudo vinha dos sacrifícios, na criação e persecução das utilidades, por parte dos capitalistas e trabalhadores. Assim ele enxergava. Say achava que se daria o maior valor ao estudo de Economia Política quando se percebesse que a Economia Política “prova que os interesses do rico e do pobre… não são antagônicos, e todas as rivalidades são meras tolices”.
A Lei dos Mercados, de Say
171 - Lei de Say: Ele argumentava que poderia haver uma superprodução temporária de algumas mercadorias, mas isso resultaria do fato de não ter sido atingido o equilíbrio do mercado. Os preços muito baixos cancelariam os muito altos. A normalização da taxa de lucro agiria.
A Orientação Social de Nassau Senior
172 - Senior inicia sua vida intelectual preocupado com a pobreza. Porém, com as insurreições de 1830, passa a temer, sobretudo, “a ameaça de uma classe operária ousada recorrer a greves, violências e combinações (sindicatos), uma ameaça aos fundamentos não só da riqueza, como também da própria existência”.
173 - O grande perigo, na opinião de Senior, era que os sindicatos lutassem para manter e ampliar a noção de que os salários deveriam refletir as necessidades da família de cada operário e não o livre jogo das forças da oferta e da demanda. A s leis dos pobres eram baseadas em um sistema de remuneração familiar para os desempregados e os carentes. Essas leis, segundo S enior, diminuíam o incentivo dos empregados para o trabalho e provocavam a atitude arrogante dos operários, achando que suas famílias tinham direito a existir, mesmo que eles não encontrassem ou não pudessem encontrar emprego.
174 - Senior viveu numa época de difusão das ideias socialistas (Owen, W. Thompson...): argumentava que a igualdade só poderia levar à extrema miséria. Basicamente, Senior colocava que era necessário pegar pesado com os pobres para "estimulá-los" a procurar um trabalho qualquer.
175 - Hobsbawn: ...a Lei dos Pobres, cuja aprovação foi tão influenciada por Senior, "era uma máquina de degradação e de opressão, e não um meio de assistência material". Salário menor que o mínimo de mercado e as teríveis workhouses eram partes dela.
A Metodologia Teórica de Senior
176 - Senior afirmou que proposições éticas não estavam sujeitas à confirmação nem refutação científica. (Pareto vai numa linha parecida décadas depois). Queria viver na ilusão da neutralidade.
As Quatro Proposições de Senior
Maximização da Utilidade, Preços e Superprodução, Segundo Senior
As Ideias de Senior sobre População e Bem-estar dos Trabalhadores
Acumulação de Capital e Abstinência, Segundo Senior
177 - (Tanta bobagem junta que nem me dei ao trabalho de anotar. Não sei porque Senior está tão importante no livro. Say e Bentham já bastavam. Não vi sequer qual seria a novidade). Em resumo do que ele pensava: a coisa mais importante de uma nação é a abstinência dos capitalistas, por não consumirem improdutivamente o capital que roubaram da classe trabalhadora. (Por que será que fazem isso né?)
A Renda e a Distribuição da Renda entre as Classes, Segundo Senior
178 - Está tudo sempre justificado, até a renda fundiária: "Definimos renda da terra como a receita espontaneamente oferecida pela natureza ou por um acidente; salário como a recompensa pelo trabalho e lucro como a recompensa da abstinência." Quase não existem classes em Senior. Todos deveriam se conscientizar de que a harmonia era boa pra todo mundo.
Harmonia Social Versus Economia Política dos Pobres
179 - Capitalista, lucro e renda: Em meados do século XIX, o capital industrial já tinha praticamente estabelecido sua supremacia. Com isso, um número cada vez maior de capitalistas deixou de funcionar como empresário ou organizador da produção e começou a entregar a administradores contratados o desempenho de tais funções. Cada vez mais os lucros, como a renda da terra, se transformaram apenas num retorno da propriedade passiva.
180 - Senior chama o intelectual que insiste "no conflito" de defensor da "Economia Política dos Pobres".
.
Comentários
Postar um comentário