Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx II - Capítulos 17, 18 e 19
Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx - Volume Dois
Pgs. 158-179:
"CAPÍTULO 17: "Crítica da concepção marxista da relação valor/preços e apresentação de um modelo: valor incorporado, valor social e valor realizado"
47 - Coloca que Marx não considera a "não-realização mercantil" ao igualar a totalidade dos preços à totalidade dos valores. Isso é uma "naturalização da ideologia", segundo JB.
48 - JB coloca, no que concordo, que a relação preço-valor não tem como ser enxergada na mercadoria individualizada nem na análise de uma empresa só. Na esfera global é que se pode analisar. As relações entre as classes e, depois, as relações intercapitalistas (redistribuição da mais-valia, creio). Não é que o preço seja ilusório e o valor essência. São apenas "diferentes relações sociais". Tem a ver com o campo das práticas, afirma.
49 - Ao que entendi, grande parte do capítulo se resume a expressar, de modo prolixo, que Marx não leva em conta, nas igualações que faz, a mais-valia não realizada.
50 - ...Exemplo: numa parte, JB observa que a taxa de lucro pode nao ser mv/c+v, pois a mais-valia pode não se realizar. É como se ele dissesse a mesma coisa o tempo todo só que com linguagens diferentes e desnecessariamente pouco diretas.
51 - Sobre "valor social" e "valor incorporado" não vi ainda a grande utilidade prática/original da distinção. Até explicou o esquema, o qual me parece apenas outro sistema de conceitos pra descrever quase as mesmas coisas que Marx descreveu. Sobre a questão dos preços de produção, que veio logo a seguir, não faço ideia do que ele quis problematizar.
52 - Valor incorporado é a ótica proletária. Ele é explorado e incorpora valor mesmo que a coisa não se realize (o último lote de filmes kodak que deve ter sido vendido a preço de chiclete? Não sei bem a utilidade desse conceito).
Pgs. 180-187:
"CAPÍTULO 18: "Crítica da concepção marxista do dinheiro"
53 - Parece, ao menos de início, no que tange à parte "importante", o mesmo argumento do capítulo anterior. A noção de dinheiro em Marx está errada, pois não leva em conta a não-realização. A keynesiana seria melhor nesse sentido. Só que ele diz isso em quase dez páginas e de forma desnecessariamente complexa. (Salvo erro meu, sempre possível).
54 - E o capítulo meio que foi tudo apenas isso mesmo.
Pgs. 188-xxx:
"CAPÍTULO 19: "A distribuição de mais-valia. Terceira parte: o critério da desigualdade da distribuição"
55 - Aqui JB está basicamente descrevendo o enredo de toda série ou filme bom de gângsteres dos últimos cinquenta anos ou mais. O investimento dos lucros em atividades legais até o ponto em que se confundam com os demais capitalistas... A racionalização das coisas com eliminação das "vendettas" desnecessárias e etc. ...
56 - Uma parte interessante: ele data de 1927 os EUA passando a dizer, num acórdão, que impostos são devidos mesmo em atividades ilegais. Isso inclusive fez com que Capone, dez anos depois, fosse preso por fraude fiscal. Coloca que aí sim os contrabandistas eram obrigados a, como qualquer capitalista, contribuir para a manutenção das "condições gerais de produção". Nada de competir em vantagem pela redistribuição da mais-valia.
57 - Menciona o emprego do gangster contra o proletário em greve, quando falha a burocracia sindical pelega. Outra função. Em decadência, pela integração dos sindicatos ao sistema como um todo, parece colocar JB.
58 - Coloca que a luta "intercapitalista" visa o domínio das condições gerais de produção. Uma condição privilegiada frente às mesmas. É a luta pela distribuição da mais-valia. Acusa Marx de não ter analisado muito isso. (Ok?)
59 - Coloca que a taxa de lucro dos capitais de alta composição orgânica pode até ficar mais alta que a dos capitais com alto "teor inorgânico" em razão da capacidade dos capitalistas das indústrias mais avançadas de tomarem conta das condições gerais de produção e do poder político a seu favor. Na prática, não sei bem se existem essas "maiores taxas de lucro" lá e nem, em caso afirmativo, se são pelo motivo que JB destaca. Tantos outros poderiam ser. Barreiras de entradas... Monopólios "naturais".. Efeito rede...
60 - Após isso, segue repetição de ideias já expostas sobre suposta incoerência nos modelos dos diferentes tipos de taxa de lucro que Marx expõe no livro III. Renda... Juro...
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