Livro: Isaak Ilich Rubin - Teoria marxista do valor - Capítulos 13 e 14


Livro: Isaak Ilich Rubin - Teoria marxista do valor



Pgs. 137-143:


"CAPÍTULO 13: "Trabalho social"


43 - Coloca que a teoria do valor-trabalho não pretende criar uma "unidade de valor" para operacionalizar/medir trocas, como os críticos da teoria parecem querer fazer com algum "quantum de trabalho". Ora, isso já é feito espontaneamente na economia capitalista. O padrão de valor já surge da troca mercantil. 


44 - Essas definições de trabalho... Simples... Abstrato... Sinceramente, parecem, no fundo, a mesma questão. Ele mesmo vai um pouco nesse sentido em um parágrafo que li após escrever isto. No fundo, tudo é o mesmo processo. Só que ele coloca uma ordem.



Pgs. 144-172:


"CAPÍTULO 14: "Trabalho abstrato"


45 - O trabalho abstrato cria valor. O duplo caráter do trabalho - concreto e abstrato - não era reconhecido antes de Marx, afirma. 


46 - Diz que não é simplesmente trabalho simples. Vejamos...


47 - Critica, por exemplo, a definição de Kautsky. Por ela, trabalho abstrato seria meramente o que não assume forma concreta específica. Meio que o "trabalho em geral" em qualquer época ou modo de produção. Coloca que os críticos de Marx partem desse mesmo pressuposto errado.


48 - Ocorre que cita trechos em que o próprio Marx faz essa confusão (difícil Rubin ficar criticando os críticos em tal contexto né...). Rubin diz que ou o conceito de trabalho abstrato é fisiológico ou é histórico. Escolhe a segunda interpretação como a mais compatível com a obra de Marx. O fisiológico é base do "socialmente igualado" (que caberia até num socialismo), que é base do "abstrato" (seria o segundo, só que na forma mercantil). Enfim... Conceitos...


49 - Para ser abstrato, tem que assumir a forma de valor. (E vice-versa? Ou seja, isso pouco diz?)


50 - Produção sob o aspecto técnico: trabalho concreto criador de valores de uso. Isso acaba existindo em qualquer sociedade. Sob aspecto social é que surge o trabalho abstrato criador de valor. 


51 - O dispêndio de energia, trabalho fisiológico, é apenas pressuposto do trabalho abstrato. (E de qualquer outro, por sinal).


52 - Coloca que o trabalho socialmente igualado é bem diferente do trabalho fisiologicamente igual (mesmo dispêndio). Se um operário comum e um qualificado trabalham dez horas, no mesmo vigor e intensidade (energia), isso não significa que os critérios sociais irão valorizar do mesmo jeito. O "socialmente igualado" pode ter medida diferente. O segundo valer por dois, por exemplo. É a "magnitude social". A produção mercantil também possui a sua. 


53 - Crê que essa confusão é que faz com que autores como "Marshall" digam que Marx ignorou a questão da "qualidade do trabalho". 


54 - Diz que Marx fala em trabalho coagulado/cristalizado como valor, mas que isso não significa a naturalização da lei do valor. 


55 - Coloca que a troca pode até ser desigual em tempo de tempo de trabalho total - "psicofisiológico" - "cristalizado" em cada produto, mas que há um "centro de gravidade" na coisa. Não se trata de mera espontaneidade do mercado.


56 - Duração... intensidade... qualificação do trabalho. Tudo pode ser usado, inclusive conjuntamente, como critério de igualação social do trabalho.


57 - Pode a intensidade - energia despendida por hora, digamos - aumentar e, ainda assim, o "valor total" - soma de valores - continuar o mesmo? È isso mesmo que acontecerá, se falamos em intensidade média com manutenção do tempo média de trabalho. Diferente seria se estivéssemos falando de duas unidades produtivas, por exemplo, uma comparada à outra. 


58 - ...Enfim... É simplesmente outra forma de aumento da produtividade. E isso prova que trabalho fisiológico é uma coisa e trabalho abstrato é outra. (Pronto. Não precisa escrever trinta páginas, bastava dar esse exemplo). A medida do valor é o tempo de trabalho. A intensidade é subordinada a ele, secundária.


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