Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx I - Introdução e Capítulo 1
Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx - Livro Primeiro
Epistemologia, classes sociais e tecnologia em "O Capital" - Volume I
Pgs. 1-49:
"Advertências, Bibliografia e Introdução"
1 - Livro de maio de 1977. As vinte primeiras páginas são de advertências sobre as traduções e material utilizado, além de uma extensa bibliografia.
2 - A introdução é uma crítica ao cenário intelectual português da época. O salazarismo não seria o único culpado pela decadência, eis que outros povos reprimidos também continuaram produzindo nomes e realizações.
3 - Coloca que o gênio do proletariado reside na produção institucional comunitária e igualitária, não muito em alguma contribuição ideológica específica. Critica também os marxistas portugueses, que demonstrariam, mesmo eles, grande desconhecimento a respeito do "O Capital".
4 - Não detalha muita coisa. Vai meio que dando um apanhado sobre o que pretendo com o livro e como foi influenciado. Menciona Althusser e Lukács como influências "anônimas" (em alguns casos), por exemplo.
5 - Ao que entendi, Marx contra Marx seria uma forma de superar as contradições do próprio Marx. Ou ao menos tentar.
6 - Anota que Marx direcionou sua vida conscientemente à produção de uma "obra máxima", dando menor importância relativa aos demais textos. Mesmo alguns profundos e densos nem chegaram a ser publicados, servindo mais de "diálogo íntimo".
I SEÇÃO - EPIOSTEMOLOGIA
Pgs. 50-76
"CAPÍTULO 1: "O conceito de 'determinação' e o modelo do 'todo'"
7 - Situa a questão na eterna batalha idealismo x materialismo. É como se Marx superasse a mera determinação do indivíduo social pela matéria ou pela ideia. Pudesse-se finalmente falar em possível nova consciência. (Se isso é drástico assim como parece? Creio que não, mas vai saber).
8 - Marx não trataria o conceito de "determinação" como "mera expressão de x ou y". Determinação seria apenas uma delimitação de possibilidades de ação, inclusive sobre o determinante. Existirão diversas "formas de realização da determinação".
9 - Afirma existir um anti-teleologismo marxista que faz mais do que nega o sentido pré-defindo da história, mas considera que esta sequer é previsível enquanto totalidade. Por tabela, isso já negaria o evolucionismo.
10 - "Prever as leis de tendência de uma sociedade é, para o marxismo, estabelecer o campo geral da evolução das suas determinações, os limites entre os quais aquela sociedade pode reconstituir-se e o tipo geral dos seus efeitos futuros, mas não essa realização em cada uma das suas formas concretas. E a história seria o concreto." (Creio que muitos aurodenominados marxistas vêem tudo isso aí de modo praticamente oposto).
11 - Por isso tudo, vai criticar os "e se..." da história. Como se houvesse um efeito terrível borboleta no nariz de Cleópatra ser assim ou assado. Como se não houvessem grandes terrenos já delimitados, ainda que para infinitas ações (delimitadas). (Parece a coisa da matemática. Quantos números há entre 0 e 1? Infinitos).
12 - Em Marx, a coisa é tão complexa que a ação pode levar a uma reorganização desse "exterior" que "determina". Surgem novas amplitudes para a ação. Enfim, confuso de se imaginar, mas dá pra entender.
13 - Sobre toda a discussão sobre o todo em Leibniz, Hegel e Althusser, eu obviamente não faço ideia do que JB está discutindo na prática ali.
14 - Ao que entendi, acusa Kautsky e Plekhanov - ortodoxos da II Internacional - de considerarem os fenômenos uma mera expressão de um todo essencial: as forças produtivas materiais. Isso seria um tipo hegeliano. Não seria a lógica de Marx. Para Plekhanov, a de Marx era a de Hegel.
15 - Critica a pretensão de Lênin de proceder a uma inversão materialista da dialética de Hegel. Seria mera modificação terminológica. Sai o "Espírito" e entra a "Matéria". As relações lógicas permaneceriam as mesmas. Chama inclusive de banalização de Hegel.
16 - Diz que usam o "quantidade -> qualidade" escamoteando quem faz a coisa acontecer. No caso, a ação exterior. Na prática, não ficou claro quem defende o contrário.
17 - Totalidade complexa com sistema causal complexo. Assim JB chama a "Lógica de Marx", digamos assim. Só Labriola, da II Internacional, teria andado por aí. Porém, diz que foi uma espécie de meio-termo. Não detalha muito.
18 - Coloca que Mao "dispensava" até a burocracia na sua relação direta com as massas. Burocratas cumprias papel secundário nesse esquema. Não era como no stalinismo.
19 - Sobre a discussão que faz sobre o "sistema de contradições", digamos assim, em Mao, não me disse nada na prática.
20 - No fim, até Althusser, em quem se inspira, ele acha ambíguo.
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