Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 14
Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 14
Pgs. 303-312:
CAPÍTULO 14: "Causas contra-arrestantes"
171 - A taxa de mais-valor sobe, o que ajuda a contrabalancear a tendência à queda da massa total. Você pode explorar menos capital variável, mas sob uma taxa maior. Se a taxa triplica, por exemplo, e o número de trabalhadores explorados cai pela metade, não estará havendo queda da taxa de lucro. Só que aí haja produtividade pra conseguir um negócio desse. E a fronteira vai ficando cada vez mais difícil.
172 - Ainda sobre o aumento da taxa de mais-valia: ...Ele não derroga a lei geral, mas faz com que esta atue mais como tendência, isto é, como uma lei cuja aplicação absoluta é contida, refreada e enfraquecida por circunstâncias contra-arrestantes.
173 - Antes de finalizar esse ponto, cabe sublinhar uma vez mais que, com uma grandeza dada do capital, pode ocorrer um aumento da taxa do mais-valor, embora sua massa diminua, e vice-versa.
174 - Joga como outra causa a "compressão do salário abaixo de seu valor". Seria deixar o "capital variável" na miséria piorada? Já não entra na primeira causa então?
175 - Terceira causa: "Barateamento dos elementos do capital constante". Essa deve agir bastante. Vide os desenvolvimentos da produtividade agrícola e mesmo das máquinas. Bens de capital. Em casos isolados, pode ocorrer inclusive um aumento da massa dos elementos do capital constante, enquanto seu valor permanece igual ou até mesmo diminui.
176 - Ao analisar a "quarta causa" - superpopulação relativa - Marx demonstra consciência de que, como eu chamo, o desemprego pode ser "estrutural pero no mucho": "...Por outro lado, abrem-se novos ramos da produção, especialmente para o consumo de luxo, os quais têm como base precisamente essa população relativa, com frequência liberada pelo predomínio do capital constante em outros ramos da produção, que, por sua vez, baseiam-se no predomínio do elemento do trabalho vivo e só paulatinamente realizam o mesmo percurso dos demais ramos da produção."
177 - ...Em ambos os casos, o capital variável constitui uma proporção significativa do capital total, e o salário se encontra abaixo da média, de modo que, nesses ramos da produção, tanto a taxa como a massa do mais-valor são extraordinariamente elevadas. Mas como a taxa geral de lucro é formada por meio da equalização das taxas de lucro nos ramos de produção particulares, a mesma causa que gera a tendência à queda da taxa de lucro produz aqui um contrapeso a essa tendência, paralisando, em maior ou menor grau, seu efeito.
178 - Marx associa o comércio exterior ao aumento da taxa de lucro. É a quinta causa. Meio que tem a ver com as outras, porém. Na medida em que o comércio exterior barateia em parte os elementos do capital constante, em parte os meios de subsistência nos quais se transforma o capital variável, ele atua no incremento da taxa de lucro, elevando a taxa do mais-valor e reduzindo o valor do capital constante. Coloca, porém, que o comércio exterior também atua no sentido contrário, acelerando também a diminuição do capital variável em relação ao constante. Ou seja, no fim das contas nem é bem um fator relevante.
179 - Taxa de lucro e o aumento da mais-valia e exploração: A taxa de lucro não cai porque o trabalho se torna mais improdutivo, mas porque se torna mais produtivo.
180 - A bem pequena parte sobre aumento do capital acionário achei confusa. Porém, ele mesmo disse que não queria aprofundar no momento.
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