Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 13

                                                   

Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 13



Pgs. 277-302:


Seção III - A LEI DA QUEDA TENDENCIAL DA TAXA DE LUCRO


CAPÍTULO 13: "A lei como tal"


161 - Por tudo já apresentado...: "...chegaremos necessariamente à conclusão de que crescimento gradual do capital constante em proporção ao variável tem necessariamente como resultado uma queda gradual na taxa geral de lucro, mantendo­-se constante a taxa do mais­-valor, ou seja, o grau de exploração do trabalho pelo capital". Sobre a composição orgânica com o desenvolvimento capitalista. 


162 - Nem todas as quedas serão causadas por isso. E não deixa de ser uma tendência apenas de longuíssimo prazo, deixa claro. 


163 - O capital com composição orgânica mais baixa pode até ter taxa média de lucro menor que a do mais alto, mas aí significaria que uma taxa menor de mais-valia (exploração). Ou seja, o tempo que o trabalhador desse capital com composição mais baixa dedica a reproduzir os próprios meios de subsistência está sendo maior que o do trabalhador contratado pelo capital com composição mais alta.


164 - Em se tratando de países em que a produção capitalista apresenta diversos graus de desenvolvimento e, por conseguinte, diferente composição orgânica do capital, a taxa de mais­-valor (um dos fatores que determinam a taxa de lucro) pode ser maior naquele em que a jornada de trabalho normal é mais curta do que em outro no qual ela é mais longa. Em primeiro lugar, se a jornada de trabalho inglesa de 10 horas, por exemplo, é, devido a sua maior intensidade, igual a uma jornada de trabalho austríaca de 14 horas, então, com uma divisão igual da jornada de trabalho, 5 horas de mais­-trabalho podem representar no primeiro caso um valor maior no mercado mundial do que 7 horas no segundo caso. Em segundo lugar, porque no primeiro caso é maior a parte da jornada de trabalho que pode constituir mais­-valor.


165 - Basicamente, a taxa de mais-valia tende a crescer para tentar compensar a queda da taxa de lucro (pela mudança na composição orgânica) e, em algum ponto muito futuro de alguma crise estrutural talvez, da própria massa de lucro e mais-valia, já que a produtividade e acúmulo de capital é quem vão aumentando a massa num ritmo superior à queda da taxa (por sinal, o próprio Marx, páginas depois, dará um exemplo matemático disso). A massa absoluta de mais-trabalho pode até continuar a subir, mas num ritmo cada vez menor (salvo taxa de mais-valia cada vez mais brutal). Marx vai dar até um exemplo matemático disso. O mais importante é a relativa: A queda da taxa de lucro não deriva de uma diminuição absoluta, mas apenas de uma diminuição relativa do componente variável do capital total, de seu decréscimo comparado com o do capital constante.


166 - A massa aumenta e a taxa cai: ...E não só pode ser o caso, como tem de ocorrer necessariamente assim – abstraindo de flutuações transitórias – sobre a base da produção capitalista. Ou, mais na frente: "...ao decréscimo relativo do capital variável e do lucro corresponde um aumento absoluto de ambos"


167 - (Por sinal, nesse capítulo Marx volta a ser bem redundante)


168 - Pela lógica de Marx, o exército de reserva sempre cresceria, isso pela desproporção entre o crescimento progressivo do capital e sua necessidade relativamente decrescente de uma população cada vez maior. (O negócio é que ele só considera produtiva a produção de bens. Cresce o trabalho nos serviços. Servir aos ricos no consumo destes).


169 - O poder do capital torna viável até certos "dumpings", mesmo contra empresas com processos de produção muito mais eficientes (mas pequenas): ...Além disso, a consideração mais superficial da concorrência mostra que, sob certas circunstâncias, quando o capitalista maior deseja conquistar lugar no mercado e, para isso, procura deslocar os menores, como em tempos de crise, ele coloca isso em prática, isto é, reduz intencionalmente sua taxa de lucro para eliminar os capitalistas menores.


170 - (Não saquei bem o que as páginas finais quiseram/tentaram problematizar, afinal, parece-me que o essencial é simplesmente que "na mesma proporção em que diminui a massa de lucro por produto individual, aumenta o número dos produtos." O resto achei blablablá - redundância - confuso. Espero que não seja minha pressa).


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