Livro: Karl Marx - O Capital, Livro II - Capítulo 6

                                     

Livro: Karl Marx - O Capital, Livro II - Capítulo 6


Pgs. 207-230:


CAPÍTULO 6: "Os custos de circulação"


65 - I. Custos líquidos de circulação: 1) Tempo de compra e de venda.


66 - Sobre as negociações comerciais, afirma: "Esse trabalho, aumentado pelas intenções malignas de ambas as partes, cria tão pouco valor quanto o trabalho despendido num processo judicial aumenta o valor do objeto em litígio". (A meu ver, não é tão simples assim).


67 - (Eu não vejo como concordar com os escritos aqui. Marx admite que um capitalista pode ter seus custos reduzidos e ganhar "em cima" de uma circulação mais eficiente. Ora, não vejo motivos para não ver o valor operando aí). 


68 - ...Sua utilidade não consiste em transformar uma função improdutiva em produtiva, ou um trabalho improdutivo em produtivo. Seria um milagre se uma transformação assim pudesse ser operada mediante tal transposição de funções. Sua utilidade consiste, antes, no fato de que uma parte menor da força de trabalho e do tempo de trabalho da sociedade é reservada a essa função improdutiva. Pois bem, já que uma parte do trabalho social é liberado, não vejo por que razão chamar isso de "improdutivo". (Porque nada garante que será esse tempo necessariamente deslocado para a produção de bens. É isso? Ok, então no mínimo se consegue o mesmo resultado com menos trabalho social necessário. Estranho que isso "não produza valor"...)


69 - (Enfim... Parece-me uma distinção mais conceitual do que real/material). 


70 - Passa a falar do setor contábil das empresas. Ao que entendi, também não considera produtivo (óbvio que também discordo): ..."é evidente que essa sua função e os instrumentos de trabalho que ela consome, como papel etc., representam um consumo adicional de tempo e meios de trabalho, que, embora necessários, constituem um desconto tanto do tempo que ele pode utilizar produtivamente como dos meios de trabalho que atuam no verdadeiro processo de produção, que entram na formação do produto e do valor". (Penso que com produtores associados continuaria a existir e ajudar a organizar.) (...) Essa parte do capital é subtraída ao processo de produção e faz parte dos custos de circulação, dos descontos efetuados sobre o produto total.


71 - ...Também "admite" que "os custos da contabilidade se reduzem com a concentração da produção e à medida que ela se transforma em contabilidade social". Porém, chama de custos de circulação (o que também são).


72 - Assim Marx vê, ao que entendi, a questão do trabalho improdutivo - o da circulação: "...custos que encarecem a mercadoria sem nada adicionar ao seu valor de uso e que, do ponto de vista da sociedade, pertencem, portanto, aos faux frais da produção, podem constituir uma fonte de enriquecimento para o capitalista individual. (...) estes não perdem seu caráter improdutivo."


73 - Passa a falar de armazenamento, nada que me desperte muito interesse. Basicamente... com o capitalismo crescem os estoques de mercadoria...


74 - "A elevação do valor da mercadoria que os estoques provocam não faz mais do que repartir esses custos pro rata [proporcionalmente] entre as distintas mercadorias, já que variam de acordo com os diferentes tipos de mercadorias." (Em geral, achei essa parte dos estoques bem meio confusa, não sei exatamente o que ele pretendeu demonstrar).


75 - Para os custos de transporte, pareceu que ele ia colocar a mesma coisa: "não acrescentam valor algum". (E novamente eu não veria razão alguma para tal consideração). Mais na frente, parece defender o contrário (se sou eu que estou viajando ou ele que é confuso, já não sei). "...Porém, o valor de uso das coisas só se realiza em seu consumo, o qual pode exigir seu deslocamento espacial e, portanto, o processo adicional de produção da indústria do transporte. Assim, o capital produtivo investido nessa indústria adiciona valor aos produtos transportados, em parte por meio da transferência de valor dos meios de transporte, em parte por meio do acréscimo de valor gerado pelo trabalho de transporte. Esta última adição de valor se decompõe, como em toda produção capitalista, em reposição de salário e mais-valor. (...) a produtividade do trabalho e sua criação de valor encontram-se em proporção inversa uma à outra. Isso vale para todas as indústrias, inclusive a dos transportes. Quanto menor é a quantidade de trabalho, morto ou vivo, necessária para transportar a mercadoria a uma dada distância, maior é a força produtiva do trabalho, e vice-versa.


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