Livro: Karl Marx - O Capital, Livro II - Capítulos 2, 3, 4 e 5
Livro: Karl Marx - O Capital, Livro II - Capítulos 2, 3, 4 e 5
Pgs. 143-164:
CAPÍTULO 2: "O ciclo do capital produtivo"
45 - Várias páginas já, mas até agora me parece tudo uma complicação desnecessária de processos extremamente simples. Capitalista pode meramente consumir a mais-valia produzida (reprodução simples) ou reinvestir (ampliada). E a maioria dos eventos estará no meio termo das duas coisas. Mas enfim... É meio que uma continuação do capítulo 1: Em nosso exemplo, o valor do capital produtivo era £422. Portanto, se avança na operação D-M, por exemplo, como £480 ou £500, ele percorre as últimas fases do ciclo com um valor £58 ou £78 acima de seu valor inicial. E isso pode vir acompanhado de uma mudança em sua composição de valor.
46 - O resto dos escritos não captei grande importância ou polêmica. Até mesmo o primeiro achei mais interessante. Outras coisas têm a ver com a possibilidade de "superprodução", da qual eu nunca vi por qual motivo discordar, então nem me interessou. os argumentos em contrário sempre me pareceram defeituosos.
47 - ...Se a marcha do processo de circulação encontra obstáculos, de modo que D é obrigado a suspender sua função D-M por circunstâncias externas, pela situação do mercado etc. e, assim, a permanecer por mais ou menos tempo em seu estado de dinheiro, tem-se novamente um estado de entesouramento do dinheiro, que ocorre também na circulação simples de mercadorias, quando a transição de M-D a D-M é interrompida por circunstâncias externas.
48 - O caráter inteiro da produção capitalista é determinado pela valorização do valor de capital adiantado, ou seja, em primeira instância, pela produção do máximo possível de mais-valor; em segundo lugar, porém (cf. Livro I, cap. 22), pela produção de capital, isto é, pela transformação de mais-valor em capital.
49 - Em ambos os casos, a propriedade que caracteriza o capital, a de ser valor que pare valor, é expressa apenas como resultado. M’ é sempre o produto da função de P, e D’ é sempre apenas a forma de M’ transformada no ciclo do capital industrial.
50 - Nem sempre o entesouramento se dá por um mercado excepcionalmente ruim/desaquecido. Pode ser apenas o preparo de um novo grande investimento, seja de ampliação da empresa, seja em outro ramo ou numa nova técnica de produção. ...No intervalo, é acumulado e existe apenas na forma de um tesouro em processo de formação, de crescimento. A acumulação de dinheiro, o entesouramento, aparece aqui, portanto, como um processo que acompanha transitoriamente a acumulação efetiva, a ampliação da escala em que atua o capital industrial. (...) enquanto o tesouro permanece em seu estado de tesouro, ele não funciona como capital, não participa do processo de valorização.
51 - Quanto ao entesouramento propriamente dito, trata-se de um processo comum a toda produção de mercadorias e que só desempenha um papel como fim em si mesmo nas formas pré-capitalistas não desenvolvidas.
52 - Enquanto permanece em estado de tesouro, contudo, ele não funciona como capital monetário, mas é ainda capital monetário imóvel; não capital monetário interrompido em sua função, como antes, mas capital monetário ainda não apto ao exercício de sua função. (O "como antes" é porque ele fez referências a crises, mercados desaquecidos e tal. Aí para a circulação porque "é o jeito". Aí o Estado entra geralmente...).
53 - Outra possível função do dinheiro acumulado: ...O fundo de acumulação de dinheiro serve, assim, como fundo de reserva para equilibrar as perturbações do ciclo. Energia ficou mais cara devido a uma guerra... Choque de oferta esculhambou o preço das máquinas e insumos... Um país fez uma maxidesvalorização. Sei lá. Acaba não havendo a escala ampliada que se pretendia. O capital monetário inicial se tornou mais caro.
Pgs. 165-178:
CAPÍTULO 3 - "O ciclo do capital-mercadoria"
54 - A fórmula geral para o ciclo do capital-mercadoria é: M’-D’-M…P…M’. (...) Se a reprodução se dá em escala ampliada, a M’ final é maior do que a M’ inicial e deve, por isso, ser designada como M’’.
55 - (Mais uma vez sigo lendo sem entender bem a importância ou dilema prático que o capítulo quer resolver. Qual a polêmica direta aqui? Se alguém me perguntar, não saberei dizer. Mas vamos lendo, pois é, em tese, importante.)
56 - Isto aqui de fato é importante, mas está implícito/subentendido em tudo que vem "atrás": Em P…P, P pode começar o novo ciclo com o mesmo valor, ou inclusive com menos, e, no entanto, representar uma reprodução em escala ampliada; por exemplo, quando os elementos das mercadorias se barateiam em consequência da produtividade aumentada do trabalho. Em contrapartida, no caso contrário, é possível que um capital produtivo superior ao seu valor represente uma reprodução numa escala materialmente inferior; por exemplo, quando os elementos de produção encarecerem. O mesmo vale para M’…M’.
Pgs. 179-198:
CAPÍTULO 4 - "As três figuras do processo cíclico"
57 - Ao que entendi, todo um blablablá para dizer que está tudo ligado: Assim, por exemplo, partimos das £422 inteiramente na forma de capital monetário; em seguida, elas foram integralmente convertidas em capital produtivo e, por fim, em capital-mercadoria: fio no valor de £500 (das quais £78 de mais-valor). Fica repetindo isso várias vezes daí em diante, por sinal.
58 - Marx critica Bailey: Isso decorre de seu equívoco geral, segundo o qual valor de troca = valor, isto é, a forma do valor é o próprio valor; desse modo, os valores-mercadorias não são mais comparáveis entre si, tão logo deixem de funcionar ativamente como valores de troca e, portanto, não possam ser realmente trocados uns pelos outros. (Vai entender o que Bailey quis dizer...)
59 - Marx vai considerar que as "perturbações do ciclo", digamos assim, podem exigir boas reservas de capital monetário, logo, isso é uma tendência à monopolização. Nem todo mundo "guenta", digamos. (...) cada vez mais, transformam a função do capitalista industrial num monopólio de grandes capitalistas monetários, isolados ou associados.
60 - Vinculação "valor/preço" (ele não deveria ter feito alguma ressalva aqui?): Se nosso fiandeiro, por exemplo, tem um grande estoque de algodão (portanto, grande parte de seu capital produtivo na forma de estoque de algodão), uma parte de seu capital produtivo se desvaloriza em consequência de uma queda dos preços do algodão; se esses preços sobem, ao contrário, tem-se um aumento do valor dessa parte de seu capital produtivo.
61 - Após isso, Marx volta a fazer raciocínios acerca dos quais desconheço a importância ou polêmica em questão. Não sei se é tudo extremamente óbvio - é o que me parece na maioria das vezes - ou confuso (caso queira dizer mais do que eu esteja lendo). Alguns trechos eu não faço ideia do que Marx quis dizer, pois há várias interpretações possíveis e, em algumas delas, ele poderia até estar cometendo um erro: "...ele compra meios de produção por um valor menor do que o valor de seu capital e, por isso, por um valor ainda menor do que o do capital-mercadoria que ele põe à venda".
62 - ...Ao fim do capítulo, trabalha com um cálculo bem mal explicado, a meu ver. Não entendi os termos que usou, nem o que quis demonstrar. Balanços reais/atuais de empresas de são mais claros. Quando ele finalmente é transparente no que queria dizer antes, você percebe que era algo extremamente óbvio (que sequer precisaria ser explicado), mas que era expressado em redação confusa: "...passemos agora à reprodução. Suponhamos que o capitalista consuma todo o mais-valor d e reinvista em capital produtivo apenas a grandeza original de capital C. Agora a demanda do capitalista é equivalente à sua oferta. Mas não com relação ao movimento de seu capital; como capitalista, ele só exerce uma demanda equivalente a ⅘ de sua oferta (considerada em sua grandeza de valor); ⅕ ele consome como não-capitalista, não em sua função como capitalista, mas para suas necessidades ou gozos privados. (...) Esse pressuposto é igual ao pressuposto da inexistência da produção capitalista e, portanto, da inexistência do próprio capitalista industrial. Pois o capitalismo[i] já está destruído em suas bases quando se aceita o pressuposto de que sua mola propulsora é o gozo, e não o enriquecimento." (Interessante é que, segundo o rodapé, foi a única vez que Marx falou em capitalismo como modo de produção). Por fim, Marx coloca que, além de tudo, trata-se de uma hipótese irrealista, pois...: O capitalista tem não apenas de formar um capital de reserva que lhe permita defender-se de oscilações nos preços e aguardar conjunturas mais favoráveis para a compra e venda como também precisa acumular capital a fim de ampliar a produção e incorporar os progressos técnicos a seu organismo produtivo.
63 - Em todo o Império Inca, mercadorias e mão de obra eram intercambiadas, não precisando ser vendidas. Por conseguinte, quase não havia comércio e dinheiro. Em 1532-1533, deu-se a conquista pelos espanhóis, comandada por Francisco Pizarro.
Pgs. 199-206
CAPÍTULO 5: "O tempo de curso"
64 - Sinceramente, não vi nada digno de nota neste capítulo. Na prática, obviedades que poderiam ser resumidas em duas ou três linhas. Apenas aquela velha história de que Marx não vê valor produzido na circulação - apenas realizado (em tempo, discordo disso ao menos que seja convencido durante os livros) e conjuntamente: Os agentes da circulação têm de ser pagos pelos agentes da produção. Mas se os capitalistas, ao comprarem e venderem entre si, não criam com esse ato qualquer produto ou valor, isso não se altera em nada quando o volume de seu negócio lhes permite e exige que transfiram essa função a outrem. Em muitos negócios, compradores e vendedores são pagos com uma porcentagem do lucro. Noutro trecho, lembra que mercadorias que perecem perdem valor-de-uso e, por consequência, o de troca.
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