Textos do Economia Mainstream - Mais Notas
Textos do Economia Mainstream - Mais Notas
A proposta aqui é apenas ser mais uma fonte de anotações rápidas sobre pequenos textos pelos quais eu passei o olho.
https://economiamainstream.com.br/artigo/a-dificil-ideia-de-hobbes/
1 - O ponto é que o estudo do "dilema do prisioneiro" e/ou da "tragédia dos comuns" mostra que é perfeitamente possível que a humanidade aja continuamente em desfavor do que seria o "ideal coletivo", por mais intensas que sejam quaisquer preces e discursos pela "conscientização". Sem alterar incentivos de forma séria, nenhuma crítica à ideologia ou elucidação científica das consequências - do problema como um todo e tal - irá alterar isso. Enfim, é mais uma questão de economia. Dá pra brincar chamando isso de "materialismo de teoria dos jogos". De certa forma, ele tem razão até.
https://economiamainstream.com.br/artigo/a-nova-matriz-economica-e-seus-efeitos/
2 - Cita diversos trabalhos que indicariam a importância de metas de inflação - inflação controlada - e baixo déficit fiscal para o crescimento econômico.
3 - Taxa de câmbio (REER), comércio mundial e termos de troca no Brasil em boa parte das duas últimas décadas:
4 - Elenca o seguinte conjunto de medidas "temerárias" de Dilma, segundo obra de referência do texto:
Tipo 1.a — Expansão do crédito ao consumidor para estimular o crescimento.
Tipo 1.b — Mudanças na taxa de juros da política monetária sem considerar os fundamentos econômicos.
Tipo 1.c — Incerteza sobre o grau de abertura financeira da economia. Devido ao aumento da volatilidade cambial, decisões erráticas quanto à abertura da economia podem diminuir a atratividade do país para investidores estrangeiros.
Tipo 1.d — Aumento do risco fiscal decorrente da redução de impostos e aumento dos gastos correntes do governo.
Tipo 2.a — Intervenção do Governo nos preços da energia e dos combustíveis.
Tipo 2.b — Redução da concorrência no mercado. A adoção de medidas que levam a falhas de mercado ao favorecer algumas empresas pode ser prejudicial à economia. Em particular, aumentar o poder de mercado de algumas empresas, além de impedir o surgimento e o crescimento de novas, pode promover uma diminuição da inovação devido à menor concorrência.
Tipo 2.c — Falta de transparência fiscal (truque fiscal). O uso de mecanismos para ocultar uma deterioração fiscal por meio da “contabilidade criativa” pode comprometer a confiança do mercado nas ações governamentais.
5 - (Enfim, ele pegou tudo que considerou negativo, mas ignora que Dilma fez várias coisas que eles defendem também, como a redução de gastos de 2011 e represamento de alguns aumentos reais, como ocorreu com os trabalhadores das UFs)
6 - Outra medida foi o uso do BNDES para fomentar o crescimento de empresas que ficaram conhecidas como “campeãs nacionais”. Essa linha de crédito barata começou ainda no governo do presidente Lula. O Tesouro Nacional emitia títulos da dívida pública e, em seguida, transferia o valor para o BNDES, que emprestava o dinheiro para essas empresas a taxas baixíssimas. Tal ação afetou consideravelmente as contas públicas do país, e a dívida bruta do governo começou a aumentar acentuadamente (Figura 3).
7 - Em seu segundo mandato, Dilma tentou passar credibilidade ao mercado chamando Joaquim Levy para ministro da Fazenda, mas tudo indicava que as suas políticas de austeridade não seriam bem-vindas. Em março de 2014, a Operação Lava Jato entrou na jogada apontando grandes esquemas de corrupção envolvendo a Petrobras. Como constam Gomes da Silva e Fishlow (2021): “Esses problemas levaram a uma total falta de confiança entre os agentes econômicos, juntamente com o baixíssimo poder político da presidente Dilma. O resultado foi uma grave recessão, com queda de 3,55% do PIB em 2015 e 3,46% em 2016 (Tabela 1). O Brasil também perdeu o selo de grau de investimento, as contas públicas pioraram ainda mais (Figura 3) e a taxa de desemprego aumentou (Tabela 1). Para ancorar as expectativas, o Banco Central manteve a taxa Selic em 14,25% a.a. por mais de um ano, de julho/2015 a out/2016 (Figura 1). Fatores externos também foram importantes, com destaque para a desaceleração da China, com nova queda nos preços das commodities e o início do aumento da taxa de juros nos EUA.”
8 - Compara o crescimento médio brasileiro com um não muito explicado "Brasil Sintético" a fim de mensurar o quanto essa "tempestade perfeita" do período foi culpada pela taxa de crescimento. Daí deduz uma certa preponderância da "Nova Matriz" sobre os fatores externos. (Minha crítica a isso é que houve fatores internos que também fugiram ao controle do governo, como Lava-Jato, Cunha e a incerteza das "pautas-bombas" e própria instabilidade política). É tudo muito misturado. O texto coloca que "para mais detalhes da análise empírica e seus por menores, recomendo que se leia os papers Gomes da Silva e Fishlow (2021) e de Mendonça e Valpasso (2021)".
https://economiamainstream.com.br/artigo/causalidade-nas-ciencias-sociais/
9 - O que achei interessante desse foi o exemplo do "cigarro causa câncer". E se for variável omitida? Pessoas têm um gene que tanto dá muito mais vontade de fumar quanto causa predisposição a algum câncer. Chamou de "confundidor":
10 - ...Uma solução é analisar só gente que não tem o polêmico gene aí.
https://economiamainstream.com.br/artigo/causalidade-nas-ciencias-sociais-parte-2/
11 - Vai trabalhar exemplificando com a questão do salário mínimo em 1989 nos EUA. Lei federal aumentou, mas estados seguiam se quisessem. Alguns optaram por isso. Foi analisado o efeito nas redes de fast food de ambos. A técnica - (“diferença em diferenças”, também escrito como DiD) - para tentar analisar isso é esta abaixo:
12 - Depois ele dá uma aprofundada em outras técnicas e questões, mas sem entrar fundo nos exemplos concretos. Não atraiu muito minha atenção.
https://economiamainstream.com.br/artigo/douglass-north-e-o-atraso-economico-na-america-latina/
13 - A simplificação de Douglas North sobre os problemas - certamente secundários, mas considero parcialmente válidos - da América Latina: “Com direitos de propriedade frágeis, leis aplicadas precariamente, barreiras à entrada e restrições monopolísticas, as empresas em busca de maximização dos lucros tenderão a trabalhar com horizonte temporal curto, pouco capital físico e pequenas escalas. Grandes empresas com capital físico substancial somente vão subsistir debaixo do guarda-chuva da proteção governamental mediante subsídios, proteção tarifária e propinas para o regime. Trata-se de uma combinação que dificilmente leva à eficiência produtiva.”
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