Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XX

                      

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XX


Pgs. 707-740:


CAPÍTULO 26: "O comportamento monopolista"


609 - Nunca é 100% monopólio ou 100% concorrência pura. Se alguma empresa detiver algum grau de poder de monopólio, disporá de maiores opções do que uma empresa que atue em uma indústria com concorrência perfeita. Ela pode, por exemplo, praticar estratégias de fixação de preços e de comercialização mais complicadas do que uma empresa que esteja em uma indústria competitiva.


610 - Há vários tipos de discriminação de preço. A individualizada é a "perfeita", sendo que não há geração de excedente do consumidor nesse mercado. O segundo tipo é o "desconto por quantidade", que vai pegando várias faixas de renda, já que, no fim das contas, há opções de preços diferentes. É uma "discriminação de preço de segundo grau".


611 - Na perfeita, passa a existir inclusive eficiência de Pareto. 


612 - Detalhando o "tipo dois": Um meio de lidar com esse problema é oferecer dois pacotes diferentes de preço-quantidade no mercado. Um deles terá como alvo a pessoa mais propensa a pagar, enquanto o outro será dirigido à pessoa menos propensa a pagar. É um incentivo à autosseleção.


613 - ...A quantidade também pode ser entendida como qualidade nesse segundo tipo. Cita as companhias aéreas - e os antigos transportes via trens - como exemplos. Passagens com diversos níveis de qualidades. Classes... O sábado à noite no local de destino como forma de diferenciar passagem pra lazer e passagem pra negócios (maior propensão a pagar nessa...). Etc. 


614 - Preços de remédios idênticos -  mesmo fabricante até - também varia de país para país. Nos ricos tende a ser mais caro.


615 - Por fim, há um terceiro tipo de discriminação de preço que envolve dois grupos bem diferentes e identificáveis e que não podem revender entre si. Tipo desconto pra estudante em cinema ou para idoso em farmácia. Coloca que as equações que maximizarão o lucro são as abaixo:



616 - Bota outras várias equações chatas - que nem transcrevo aqui - sobre elasticidade para concluir o seguinte: ...o mercado com o preço mais alto precisa ter a menor elasticidade de demanda. (...) Uma demanda elástica é uma demanda sensível ao preço. Uma empresa que discrimina preços atribuirá, portanto, um preço mais baixo para o grupo sensível ao preço e um preço mais elevado ao grupo relativamente insensível. Desse modo, ela maximiza seus lucros em termos gerais. (Pra mim, parece que a diferença aqui é apenas que há seleção "de fora" e não "autosseleção", como no tipo 2).


617 - As partes sobre cálculos exatos e discriminação ótima são chatas e não me interessam pra qualquer prática futura. Só olhei. Basicamente é usar as fórmulas do "615". Antes transforma as curvas/funções de demanda em "funções de demanda inversas".


618 - Monopolistas possuem bom incentivo a tentar venda casada, caso se conheça bem a propensão a pagar do consumidor, como na situação abaixo. 



619 - ...Em vez de vender processador de texto por 100 e planilha por 100, vende ambas por 220. O consumidor não terá excedente, mas comprará.


620 - Outro assunto: os parques de diversões maximizando lucro: Observe que as demandas de acesso e de voltas nos brinquedos estão interrelacionadas: o preço que as pessoas estarão propensas a pagar para entrar no parque dependerá do preço que pagarão pelas voltas. Esse tipo de esquema de fixação de preços que considera demandas inter-relacionadas é conhecido como tarifa bipartida. Não entendi bem como ele quis demonstrar, mas a conclusão foi esta: De fato, essa é a política que a Disneylândia e a maioria dos outros parques de diversões seguem. Há um preço para a entrada, mas o acesso às atrações do parque é gratuito. Parece que o custo marginal do acesso aos brinquedos é menor do que o custo de transação72 de cobrar separadamente por eles. A conclusão e esse porquê eu entendi


621 - Passa a tratar de competição monopolística (pensei que seria um capítulo á parte). 


622 - Tem a ver com isso: Na verdade, devemos conceber a indústria como o conjunto de empresas que produzem produtos que são considerados como substitutos próximos pelos consumidores. Cada empresa na indústria pode produzir um produto único – uma marca única, digamos, mas os consumidores consideram cada uma das marcas como substitutas em algum grau.


623 - A competição monopolística é provavelmente a forma que mais prevalece na estrutura industrial. Infelizmente, é também a modalidade mais difícil de analisar.


624 - O equilíbrio competitivo monopolizador tem algumas particularidades, afinal, combina entrada livre (o que leva a lucro zero) com algum poder de mercado advindo de certa diferenciação: Primeiro, embora os lucros sejam zero, a situação ainda é ineficiente no sentido de Pareto. Os lucros nada têm a ver com a questão da eficiência; quando o preço é maior do que o custo marginal, há um argumento de eficiência para expandir a produção. (...) Segundo, é claro que as empresas irão operar à esquerda do nível de produção, onde o custo médio é minimizado. Isso tem sido interpretado como se na competição monopolística houvesse “excesso de capacidade”. Se houvesse menos empresas, cada uma poderia atuar numa escala de operação mais eficiente, o que seria melhor para os consumidores. Todavia, se houvesse menos empresas, haveria também menor variedade de produtos, o que pioraria a situação dos consumidores. Qual desses efeitos é o dominante constitui uma questão de difícil resposta.


...têm de ser tangentes.


625 - Varian usa bons exemplos - sorveteiros e rádios de estilos - para falar de diferenciação de produto por localização. Seria socialmente ótimo ter sorveteiros no ponto 1/4 do calçadão e no ponto 3/4. Ninguém ficaria muito longe de sorvetes. Entretanto, ambos possuem incentivo a ir para o meio - 2/4 - para tentar captar, além dos clientes "naturais" do seu espaço, uma parte menor dos clientes do "adversário". Esse equilíbrio competitivo fará com que os dois vendam "no meio do calçadão da praia". A competição pelos clientes resultou num padrão ineficiente de localização. É o mesmo caso das emissoras que tocam música "extrema", Se forem mais ao "centro", mantém boa parte dos extremos e abocanham mais ouvintes diferentes (embora sob críticas dos extremos "true"). 


626 - Passa a falar, também, do contrário. O "calçadão muito longo". Para alguns (eu incluso, certamente), a situação seguinte é um desperdício de recursos: É possível produzir modelos de competição monopolística onde haja diferenciação excessiva de produtos. Nesses modelos, cada empresa tenta convencer os consumidores de que seu produto é diferente dos produtos feitos pelos concorrentes, com o objetivo de obter algum grau de poder de mercado. Se as empresas conseguirem convencer os consumidores de que seus produtos não têm substitutos próximos, conseguirão cobrar um preço maior por eles do que cobrariam se não fosse assim. Isto leva cada produtor a investir pesadamente na criação de uma marca com uma identidade forte. (...) O sabão em pó, por exemplo, é uma mercadoria bastante padronizada. Contudo, os fabricantes investem somas gigantescas em anúncios que prometem roupas mais limpas, mais cheirosas, um casamento mais feliz e uma vida melhor se você escolher a marca deles em vez das concorrentes. Esse “posicionamento do produto” se assemelha muito ao dos vendedores de sorvete que ficam bem afastados uns dos outros para evitar uma concorrência direta.


627 - ...Varian meio que contra-argumenta que é melhor ter excesso de variedade que correr o risco contrário.


628 - Resumindo: A competição monopolística pode geralmente resultar em uma diferenciação de produtos muito grande ou muito pequena. 


629 - Volta ao exemplo do sorveteiro para mostrar a esquisitamente correta (eu nem quis pensar muito sobre isso, não me interessei, mas me pareceu) conclusão de que um número de três sorveteiros implode qualquer equilíbrio. Quatro ou mais restabelece. 


EXERCÍCIOS


630 - Mais perguntas-respostas mal formuladas. Como a um. Fico impressionado.


FIM DO CAPÍTULO.



Pgs. 741-756:


CAPÍTULO 27: "O mercado de fatores"


631 - Varian, inicia obviamente cuspindo fórmulas com incógnitas de legenda "implícita" ("O efeito na receita derivado do crescimento marginal no insumo é chamado de produto da receita marginal."):




632 - ...A primeira expressão é a expressão usual da receita marginal. A segunda e a terceira expressões utilizam a forma da elasticidade da receita marginal, discutida no Capítulo 15.


633 - O “produto da receita marginal” do insumo de uma empresa em um mercado competitivo é apenas o valor do produto marginal daquele insumo, pPMx. (seja lá o que ele estiver discutindo).


634 - (Confesso que não consegui tirar qualquer lição concreta dessas poucas páginas a respeito disso tudo acima. Não sei qual dilema prático ele pretendeu estar solucionando).


635 - A parte sobre monopsônio é ainda pior explicada. Dá para entender nada numa leitura rápida, mas a conclusão é esta: Assim como ocorre com o monopolista, o monopsonista opera num ponto ineficiente no sentido de Pareto. Mas a ineficiência encontra-se agora no mercado de fatores, e não no de produto. O exemplo que ele deu, envolvendo o salário mínimo, ilustra isso acontecendo. A explicação do porquê é que me pareceu vaga.



636 - ...Estabelecer um piso salarial para o monopsonista é o mesmo que estabelecer um teto de preços para o monopolista: cada política faz com que a empresa se comporte como se estivesse num mercado competitivo.


637 - Trata também de um tal binômio "monopolista downstream e monopolista upstream". Antes de explicar o problema (só entendi ao final, na conclusão, o que ele queria investigar nas três páginas de fórmulas), joga uma série de premissas e equações lá. No fim, percebi que ele quer comparar a dupla de monopolistas em que um vende pra o outro, com um "monopolismo integrado", digamos. Uma fusão das duas empresas talvez. A conclusão, que me pareceu ser a única coisa interessante, é esta aqui (não sei bem como poderia ser outra): ...É claro que o fato de a curva de receita marginal final ser exatamente quatro vezes mais inclinada constitui uma particularidade do caso da demanda linear. Entretanto, não é difícil perceber que o monopolista integrado sempre produzirá mais do que a dupla de monopolistas upstream e downstream. No último caso, o monopolista upstream eleva seu preço acima do custo marginal e, em resposta, o monopolista downstream eleva seu preço acima desse teto de custo. Há, pois, um markup duplo. O preço não é alto demais apenas do ponto de vista social; é alto demais do ponto de vista da maximização dos lucros totais do monopólio! Se os dois monopolistas se fundissem, o preço baixaria e os lucros subiriam.



638 - (Enfim, um capítulo que realmente me disse muito pouco, salvo essas poucas coisas que anotei. Achei o mais abstrato/"grego". Não entendi, volta e meia, quais eram os dilemas práticos em questão e não consegui me interessar pelo "discurso matemático", que às vezes parece até fim em si mesmo, mesmo eu sabendo que não deve ser).


EXERCÍCIOS E APÊNDICE


639 - Se não entendi a parte "explicada", muito menos os exercícios.


640 - A questão dois, porém, que é a de meu interesse, é mais ou menos o que eu imaginava mesmo. P = Em nosso exemplo de salário mínimo, o que aconteceria se o mercado de trabalho fosse dominado por um monopsonista e o governo fixasse um salário que estivesse acima do nível competitivo? R = Como a demanda por trabalho excederia a oferta a tal salário, é de presumir que houvesse desemprego.


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