Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXV

                          

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXV


Pgs. 872-888:


CAPÍTULO 32: "Trocas"


768 - Introdução: Quando discutimos as condições de equilíbrio num mercado particular, observamos apenas parte do problema: como a demanda e a oferta foram afetadas pelo preço de determinado bem que examinávamos. Isso é chamado análise de equilíbrio parcial. (...) Neste capítulo iniciaremos nosso estudo da análise de equilíbrio geral: como as condições de oferta e demanda interagem em vários mercados para determinar os preços de muitos bens.


769 - ...limitaremos nossa análise ao comportamento dos mercados competitivos, de modo que tanto consumidores como produtores considerarão os preços como dados e otimizarão com base nisso. O estudo do equilíbrio geral com competição imperfeita é muito interessante, mas difícil demais para examinarmos agora.


770 - Caixa de Edgeworth: Pessoas A e B. Bens 1 e 2. x é o consumo. Uma alocação será uma alocação factível se a quantidade total de cada bem consumido for igual ao total disponível (...). Um tipo interessante de alocação factível é a alocação da dotação inicial, (ω1A , ω2A ) e (ω1B , ω2B). Ou seja:



771 - ...Eles trocarão entre si alguns desses bens para chegar a uma alocação final. (Enfim, nada de explicar o que essa "caixa" traz de novo/importante. Parece ser só uma forma de visualizar a interação...).



772 - ...os pontos nessa caixa nos dão tanto as cestas que A pode ter como as que B pode ter – medidas a partir de origens diferentes. Os pontos da caixa de Edgeworth podem representar todas as alocações factíveis nessa economia simples.


773 - Curvas de indiferença de B: Para elaborá-las, pegamos um diagrama-padrão das curvas de indiferença de B, viramo-lo de cabeça para baixo e o sobrepomos na caixa de Edgeworth.


774 - ...O ponto "W" na figura é a dotação inicial de ambos. As trocas fazem com que a coisa se mova para algo como "M" (é porque as curvas de A são as mais escuras e as de B as mais clarinhas). A região em que A está melhor do que em sua dotação inicial consiste em todas as cestas acima de sua curva de indiferença que passa por W.


775 - Alocação eficiente no sentido de Pareto. Nenhuma troca a mais na caixa será mutuamente benéfica. Pode estar em qualquer uma das "curva de contrato", que são ligados por retas, por sinal: 



776 - ...O conjunto de todos os pontos eficiente no sentido de Pareto na caixa de Edgeworth é conhecido como conjunto de Pareto ou curva de contrato.


777 - Traz de volta os conceitos de demanda bruta e demanda líquidaA demanda bruta do agente A pelo bem 1 é, digamos, a quantidade total do bem 1 que ele deseja aos preços vigentes. Já a demanda líquida do agente A pelo bem 1 é a diferença entre sua demanda total e a dotação inicial do bem 1 que o agente tem.



778 - .... Representaremos a demanda excedente do agente A pelo bem 1 por "e"1A . Por definição, se a demanda bruta de A for de "x"1A e sua dotação for de "ω"1A , teremos:



779 - Ou seja, a demanda líquida é isso aí.


780 - Para os preços arbitrários (p1 , p2), nada garante que a oferta se iguale à demanda – em qualquer dos dois sentidos. Em termos de demanda líquida, isso significa que a quantidade que A desejará comprar (ou vender) não se igualará necessariamente à quantidade que B desejará vender (ou comprar).


781 - ...Vê-se que na figura 32.3 não há curva de contrato. Há desequilíbrio. Apenas a mudança dos preços pode corrigir isso até que a coisa fique assim:



782 - ...Dizemos que o mercado está em equilíbrio. Mais precisamente, isso é chamado um equilíbrio de mercado, um equilíbrio competitivo ou um equilíbrio walrasiano.


783 - Sabemos que, se cada agente escolher a melhor cesta que puder pagar, a taxa marginal de substituição entre dois bens tem de ser igual à razão dos preços. Mas, se todos os consumidores se defrontarem com os mesmos preços, todos deverão ter a mesma taxa marginal de substituição entre os dois bens. Nos termos da Figura 32.4, o equilíbrio tem a propriedade de que cada curva de indiferença do agente tangencia sua reta orçamentária. Mas, como a reta orçamentária de cada agente tem inclinação –p1 /p2 , isso significa que as curvas de indiferença dos dois agentes têm de ser tangentes uma à outra.


784 - Equilíbrio igualando demanda à oferta mediante funções:



785 - ...Rearranjando tem essa outra que dá no mesmo:



786 - Função de demanda excedente agregada. Começa assim:



787 - ...Somemos agora as demandas líquidas do agente A e do agente B pelo bem 1:



788 - ...Podemos, então, descrever um equilíbrio (p*1 , p*2 ) mediante a afirmação de que a demanda excedente agregada de cada bem é zero.



789 - Realmente não consegui ver qual polêmica a "Lei de Walras" resolve. Muita álgebra só para isso: Em geral, se houver mercados para k bens, precisaremos então apenas encontrar um conjunto de preços em que k – 1 dos mercados estejam em equilíbrio. A lei de Walras então implica que o mercado do bem k terá automaticamente a demanda igual à oferta. Depois teve ainda mais álgebra para falar de preços relativos. Entendi o objetivo menos ainda. Para quem gosta de colocar abstrações na frente, deve ter sido uma delícia.


(...)

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