Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXI

                       

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXI


Pgs. 757-792:


CAPÍTULO 28: "O oligopólio"


641 - Há com frequência um grande número de concorrentes no mercado, mas não tantos a ponto de considerarmos nula a influência de cada um deles sobre o preço. Essa situação é conhecida como oligopólio. (...) O modelo de concorrência monopolizadora descrito no Capítulo 25 é uma forma especial de oligopólio que enfatiza questões de diferenciação de produção e entrada.


642 - Examina o duopólio, por ser mais simples. Se uma empresa estabelece seu preço antes da outra, nós a chamamos líder de preço, e a outra, seguidora de preço. Do mesmo modo, uma empresa pode escolher sua quantidade antes da outra; nesse caso, ela será a líder de quantidade, e a outra, seguidora de quantidade. As interações estratégicas nesses casos formam um jogo sequencial.


643 - ...Entretanto, pode ser que, quando uma empresa tome decisões, ela não conheça as escolhas da outra. Nesse caso, é preciso adivinhar a escolha da outra empresa para tomar uma decisão. Isso é um jogo simultâneo.


644 - ...E o possível conluio será um "jogo cooperativo".


645 - "A lógica básica da concorrência": se os clientes estiverem suficientemente sensíveis ao preço, então um vendedor que baixar seu preço desfrutará de um aumento nas vendas e um aumento nos lucros.


646 - ...Assim, o anúncio de que "cobre qualquer oferta" neutraliza essa possível estratégia de venda (cooptação) da competidora adversária, levando-a a nem tentar! Basta mostrar o anúncio. Logo, esse tipo de coisa, na verdade, pode coibir a concorrência. A garantia de preço baixo. 


647 - Modelo de Stackelberg: as outras empresas "imitam" ou "se definem" pela líder. Esperam uma IBM lançar seu catálogo de novos produtos, por exemplo. 


648 - ...Não que eu tenha conseguido me interessar minimamente por esse assunto, mas, via das dúvidas, segue a fórmula do problema da maximização de lucro da empresa seguidora, que toma a quantidade da líder como já "dada".



649 - ...O importante a observar é que a escolha maximizadora de lucros da seguidora dependerá da escolha feita pela líder. Escrevemos esse relacionamento como y2 = f2 (y1). É a "função de reação".


650 - Mete um monte de fórmula, sei lá sobre ou para quê, para chegar nessa simples conclusão: Observe que os lucros da empresa 2 aumentarão à medida que nos movermos para retas isolucro mais à esquerda. Isso será verdadeiro porque, se fixarmos a produção da empresa 2 num determinado nível, os lucros da empresa 2 aumentarão à medida que a produção da empresa 1 diminui. A empresa 2 alcançará o máximo de lucro possível quando se tornar monopolista, ou seja, quando a empresa 1 escolher produzir zero unidade.



651 - A parte da maximização da líder é outra abstração chata e algébrica. Não me deu qualquer vontade de dedicar tempo da maneira confusa que ele explicou. Quem sabe um dia. Ao menos, o gráfico deu uma ideia de como se dá a escolha:



652 - Liderança de preço funciona assim: Suponhamos que a líder estabeleça um preço p. Iremos supor que a seguidora tome esse preço como dado e escolha a produção que maximize seu lucro. (...) No modelo de liderança de preços, uma empresa fixa seu preço e a outra escolhe o quanto quer produzir a esse preço. Novamente, a líder, ao decidir, leva em consideração o comportamento da seguidora.


653 - ...Coloca que a líder se defrontará com "curva de demanda residual". Não aprofunda muito, é o que sobra da seguidora. Assim, a receita marginal deve ser a receita marginal da curva de demanda residual – a curva que realmente mede quanto da produção ela conseguirá vender a cada preço dado. Após, passa a cuspir álgebra chata sem que eu consiga me interessar, já que sequer estou vendo qualquer concretude. Enfim, assunto desinteressante e Varian ainda atrapalha.


654 - Coloca que cada modelo - liderança por quantidade ou a por preço - se aplica a um determinado contexto da realidade. Explica esses contextos de forma bem vaga e abstrata. Ou seja, meu interesse continua zero.


655 - No "estabelecimento simultâneo da quantidade", o problema de maximização de lucro da empresa 1 será (o ezinho é de "esperada"):



656 - ...Aqui, ele também deriva uma "curva de reação" baseado nisso:



657 - Pressupõe-se que ambas buscarão a maximização dos lucros, logo, as escolhas de produção (y*1 , y*2) satisfazem:



658 - ...Tal combinação de níveis de produção é conhecida como equilíbrio de Cournot. Nele, cada empresa maximiza seus lucros de acordo com suas expectativas sobre a escolha de produção da outra empresa e, além disso, essas expectativas são confirmadas em equilíbrio: cada empresa escolhe de forma ótima fabricar a quantidade que a outra empresa espera que ela fabrique. (...) O equilíbrio de Cournot é simplesmente o par de produções no qual as duas curvas de reação se cruzam.


659 - Ele dá um exemplo de gráfico disso com função de demanda linear e custo marginal zero pra facilitar, acho ("...as expectativas de cada empresa sobre o comportamento da outra são confirmadas pelo seu comportamento real."):



660 - Cournot e várias empresas. Numa álgebra chata, chega a isso:



661 - ...Podemos pensar em |є(Y)|/si como sendo a elasticidade da curva de demanda com a qual a empresa se defronta: quanto menor a participação da empresa no mercado, mais elástica é a curva de demanda com que ela se defronta. Se a participação no mercado fosse "1", então seria monopólio e a sua fórmula, já que "some" esse "s".


662 - Por tudo isso, é lógico que... Se a empresa for muito pequena em relação ao mercado, sua participação nesse mercado será efetivamente zero e a curva de demanda com a qual ela se defrontará será efetivamente plana. Portanto, a condição será reduzida à do concorrente puro: o preço iguala-se ao custo marginal.


663 - O equilíbrio de Bertrand é para fixação simultânea de preços. Produtos idênticos? É o equilíbrio competitivo, em que o preço se iguala ao custo marginal! Caso o contrário, cada empresa pode cooptar clientes da outra facilmente. Uma redução mínima de preço já faria isso. 


664 - ...Observa-se com frequência que ofertas competitivas entre as empresas que não conseguem formar um conluio podem resultar em preços muito menores do que os que podem ser alcançados por outros meios. Esse fenômeno é simplesmente um exemplo da lógica da concorrência de Bertrand.


665 - Tem alguns detalhes para um conluio (ilegal geralmente) funcionar de forma ótima: ...Segue-se que CMa1 (y*1) = CMa2 (y*2), de modo que os dois custos marginais se igualem para alcançar o equilíbrio. Se uma empresa tiver uma vantagem de custo, de modo que sua curva de custo marginal sempre se situe abaixo da curva da outra empresa, ela então produzirá necessariamente mais em equilíbrio na solução de cartel


666 - O problema pode ser a tentação para agir fora desse "monopólio artificial", pois a capacidade para produzir mais, de forma lucrativa, existe e está represada: ...se cada uma delas esperar que a outra mantenha sua cota de produção, então cada empresa ficará tentada a aumentar seus próprios lucros ao expandir unilateralmente sua produção. Nos níveis de produção que maximizam os lucros conjuntos, sempre será lucrativo para uma empresa aumentar unilateralmente a produção – se sua expectativa for que a outra mantenha fixa sua produção.


667 - ...Tem que haver algo que gere expectativa de estrito cumprimento dos termos acertados, do contrário, ocorrerá na verdade uma corrida por produção, podendo inundar o mercado na busca conjunta de ser a "primeira a lucrar", prejudicando muito o interesse de ambas. 


668 - Assim, para manter um cartel efetivo, as empresas precisam encontrar um meio de detectar e punir a burla. Se não tiverem um modo de observar a produção uma da outra, a tentação de trair pode quebrar o cartel. Retornaremos a esse assunto posteriormente.



669 - ...Como o cartel tenta maximizar os lucros totais do setor, segue que os lucros marginais do aumento de produção de qualquer uma das duas empresas têm de ser iguais – de outra forma, valeria a pena para a empresa mais lucrativa produzir mais. (...) as curvas isolucro têm de ser tangentes entre si.


670 - ...Vale perceber, do gráfico, que dá pra uma empresa "empurrar" o lucro da outra produzindo mais. É a tentação satânica.


671 - Coloca que a decisão por trapacear ou não vai depender da magnitude da taxa de juros do momento, ao que entendi, se a outra empresa tem como ameaça punitiva produzir no "equilíbrio de Cournot". A fórmula seria esta: 



672 - ...Portanto, uma taxa de juros pequena vai ajudar a que o conluio não seja violado.


673 - Coloca que o "cobre qualquer preço" pode ser até um meio barato para resguardar um cartel: ...Como pode cada uma das empresas saber se a outra não está trapaceando e vendendo o refrigerador por US$675? Um dos meios é dizer que cobre qualquer oferta de preço que os clientes encontrarem. Assim, os clientes relatam qualquer tentativa de rompimento do arranjo de conluio.


674 - Menciona a "redução voluntária de exportações" que os negociadores americanos forçaram a indústria automobilística japonesa a aceitar. Coloca que os lucros superaram 10 bilhões no biênio 85/86 com isso, já que os carros vendidos custavam mais caro. Era tipo o governo fiscalizando um cartel bem sucedido. Varian conclui: As RVEs realmente tiveram êxito em preservar empregos americanos, mas aparentemente a um custo anual de cerca de US$160.000 por vaga preservada. (...) Se o objetivo da política de RVE fosse apenas o de aumentar a saúde da indústria americana de automóveis, haveria um meio bem mais simples de fazer isso: bastava impor uma tarifa de US$2.500 a cada carro importado japonês. Assim, as receitas proporcionadas pelas restrições comerciais iriam para o governo dos Estados Unidos e não para a indústria automobilística japonesa. Em vez de remeter para o exterior US$10 bilhões entre 1985 e 1986, o governo americano poderia ter gasto esse dinheiro em projetos destinados a aumentar a saúde da indústria automobilística americana no longo prazo.


675 - Em geral, a solução de conluio resulta na menor produção do setor e no mais alto preço. O equilíbrio de Bertrand – o equilíbrio competitivo – resulta em maior produção e menor preço. Os outros modelos geram resultados entre esses dois extremos. (...) É possível ter uma variedade adicional de modelos. Por exemplo, poderíamos observar um modelo com produtos diferenciados em que os dois bens vendidos não fossem substitutos perfeitos entre si. Ou poderíamos observar um modelo em que as empresas fazem uma sequência de escolhas ao longo do tempo. Nesse modelo, as escolhas que uma empresa faz num período podem influenciar as escolhas posteriores da outra empresa.


676 - (Talvez esse assunto todo até pudesse ser um pouco interessante, mas a forma como Varian explicou, na maior parte do tempo, foi bem chata)


EXERCÍCIOS


677 - A primeira tem a ver com a aplicação da fórmula chata lá em Cournot. Zero interesse.


678 - P = A empresa líder pode obter no equilíbrio de Stackelberg um lucro mais baixo do que obteria no equilíbrio de Cournot?; R = Não, porque uma das escolhas de uma líder Stackelberg é decidir o nível de produção que teria no equilíbrio de Cournot. Assim, ela seria capaz de estar ao menos tão bem quanto está.


679 - Acertei meio que a metade ou um pouco mais. Até porque não compreendi 100% o assunto e dediquei pouco tempo a ele.


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