Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte XXXI (Apêndices)

        

Livro: Blanchard, Olivier - Macroeconomia (2011) - Parte XXXI


Pgs. 556-570:


565 - O livro possui alguns apêndices: contas nacionais; matemática e introdução à econometria. Dei uma lida por cima e anotei o que julguei interessante. Quanto ao primeiro assunto, como muita coisa é focada nas convenções dos EUA, nem despertou muito meu interesse. E tem muita coisa repetida ali.


566 - Algumas coisas são interessantes porque eu nem lembrava mais: O próximo passo nos leva do PNB ao produto nacional líquido, ou PNL (linha 6). A diferença entre o PNB e o PNL é a depreciação do capital, chamada nas contas nacionais de consumo de capital fixo (linha 5).


567 - ...O produto nacional líquido é calculado de cima para baixo, começando pelo PIB e seguindo os passos descritos na Tabela A1.1. Em vez disso, a renda nacional é calculada de baixo para cima, pela adição dos diversos componentes da renda de fatores (remuneração dos empregados, lucros das empresas, e assim por diante). Se pudéssemos medir tudo com exatidão, as duas medidas deveriam ser iguais. Na prática, elas diferem, e a diferença entre as duas é chamada de ‘discrepância estatística’.



568 - ...Explica, após a tabela, alguns dos termos, como por exemplo: Juros líquidos (linha 14) são os juros pagos pelas empresas menos os juros recebidos pelas empresas, mais os juros recebidos do resto do mundo, menos os juros pagos para o resto do mundo. Em 2006, a maior parte dos juros líquidos representou juros líquidos pagos pelas empresas. Os Estados Unidos receberam praticamente o mesmo montante de juros do resto do mundo que o montante pago para o resto do mundo. Assim, a soma dos lucros das empresas com os juros líquidos pagos pelas empresas foi de aproximadamente US$ 1.700 bilhões + US$ 509 bilhões = US$ 2.209 bilhões, ou cerca de 19% da renda nacional.


569 - ...Ensina a como chegar, a partir de dados da tabela acima, da renda nacional à renda disponível:



570 - PIB pelo lado do produto:



571 - ...Note que as compras do governo não incluem as transferências do governo nem o pagamento de juros sobre a dívida pública. Não são incluídos aqui porque não correspondem a compras nem de bens, nem de serviços. Isso significa que o número das compras do governo que você vê na Tabela A1.3 é substancialmente menor do que o número que você normalmente ouve com relação aos gastos governamentais — que inclui as transferências e os pagamentos de juros.


572 - Limitações: O trabalho doméstico não é contabilizado no PIB. Se, por exemplo, duas mulheres decidirem uma tomar conta do filho da outra em vez de tomarem conta de seu próprio filho, e uma pagar à outra pelo serviço de babá, o PIB medido subirá, ao passo que o PIB verdadeiro não se alterará. A solução seria contabilizar o trabalho doméstico no PIB, do mesmo modo que atribuímos aluguéis aos imóveis ocupados por seus proprietários. Mas até o momento isso não foi feito. (...) As compras de máquinas feitas pelas empresas são tratadas como investimento. As despesas com educação são tratadas como consumo de serviços de educação.


573 - "A compra de uma casa é tratada como um investimento, e os serviços de habitação são então tratados como parte do consumo". Automóvel é consumo.


574 - O apêndice de matemática eu não senti, por enquanto, necessidade de ler. Até porque já estudei muita coisa dele e o conteúdo não me atrapalhou em nada durante o livro, creio. Pulei


575 - O último apêndice é o de introdução à econometria. Matéria que já estudei também, ainda que não gostando. Nenhuma grande novidade neste apêndice.


576 - Este trecho dá um bom resumo de como se deve interpretar uma regressão MQO: Se todos os pontos da Figura A3.2 estivessem exatamente sobre a reta estimada, todos os resíduos seriam iguais a zero; todas as variações do consumo seriam explicadas por variações da renda disponível. Contudo, como você pode ver, não é esse o caso. R2 é a estatística que nos dá uma medida da precisão do ajuste da reta. R2 está sempre entre 0 e 1. Um valor igual a 1 implicaria que a relação entre as duas variáveis é perfeita, que todos os pontos estão exatamente sobre a reta de regressão. Um valor igual a zero implicaria que o computador não enxerga nenhuma relação entre as duas variáveis. O valor de R2 de 0,58 na equação (A3.1) é alto, mas não muito. Ele confirma a mensagem da Figura A3.2: variações da renda disponível claramente afetam o consumo, mas ainda assim há uma boa parte da variação do consumo que não pode ser explicada pelas variações da renda disponível.



577 - Dados de 1970 a 2006, vale lembrar. Ou seja... Há, portanto, 37 observações válidas usadas na regressão. Graus de liberdade correspondem ao número de observações menos o número de parâmetros a serem estimados. Existe um parâmetro estimado aqui: o coeficiente de DYD. Portanto, há 37 - 1 = 36 graus de liberdade. Uma regra simples é que a quantidade de observações deve ser no mínimo igual à quantidade de parâmetros a serem estimados, preferencialmente muito maior; dito de outra forma, os graus de liberdade precisam ser positivos; quanto mais graus de liberdade, melhor.


578 - Os conhecidos problemas: O fato de que duas variáveis se movem juntas não implica que variações da primeira variável causem variações da segunda variável. Talvez a causalidade ocorra no sentido oposto: movimentos da segunda variável causem movimentos da primeira variável. Ou, talvez — como é provavelmente o caso aqui —, a causalidade ocorra nos dois sentidos: a renda disponível afeta o consumo, e o consumo afeta a renda disponível.


579 - Solução: "Como podemos afirmar que uma variação da renda disponível não se deve a uma variação do consumo? Na realidade, às vezes podemos. Suponha, por exemplo, que o governo aumente significativamente os gastos com defesa, levando a um aumento da demanda e, por sua vez, a um aumento do produto. Nesse caso, se observarmos aumentos tanto da renda disponível quanto do consumo, poderemos supor com segurança que a variação do consumo reflete o efeito da renda disponível sobre o consumo e, portanto, estimar a propensão a consumir. Esse exemplo sugere uma estratégia geral: 

„„ Encontre variáveis exógenas — isto é, variáveis que afetam a renda disponível, mas que não são, por sua vez, afetadas por ela.

„„ Examine a variação do consumo em resposta não a todas as variações da renda disponível — como fizemos em nossa regressão anterior —, mas em resposta àquelas variações da renda disponível que podem ser explicadas por variações dessas variáveis exógenas.  


580 - ...O problema de encontrar essas variáveis exógenas é conhecido na econometria como problema da identificação. Essas variáveis exógenas, quando podem ser encontradas, são chamadas de instrumentos. Métodos de estimação baseados no uso de tais instrumentos são chamados métodos de variáveis instrumentais.


581 - Por fim:


Se a equação (A3.1) for estimada usando um método de variáveis instrumentais — usando as variações dos gastos do governo com defesas atuais e passadas como instrumentos — em vez dos mínimos quadrados ordinários, como fizemos anteriormente, a equação estimada será 



Note que o coeficiente da renda disponível, 0,62, é menor do que o coeficiente de 0,77 da equação (A3.1). Essa redução da propensão a consumir estimada é exatamente o que esperaríamos. Nossa estimativa anterior na equação (A3.1) refletiu não apenas o efeito da renda disponível sobre o consumo, mas também o efeito do consumo de volta sobre a renda disponível. O uso de instrumentos elimina esse segundo efeito, motivo pelo qual encontramos um efeito estimado menor da renda disponível sobre o consumo.


582 - Pronto.




FIM!


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