Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XXIX
Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XXIX
Pgs. 804-812:
590 - Apesar de ter usado todos os três instrumentos, o FED não conseguiu afrouxar muito o crédito. Desemprego continuava alto em 2011. Caso clássico de política monetária perdendo o poder devido às reservas excedentes. Ademais, a própria procura por crédito diminuiu. As próprias empresas e famílias pareciam mais empenhadas em cortar gastos e evitar se endividar ainda mais, mesmo à taxa quase zero.
591 - Crise de 29: o spread entre títulos longos do governo e títulos de empresas com boa reputação pela Moody's subiu de 2% ao ano para 7% em 1932. E olha que os títulos do governo tiveram até um pequeno aumento. Era muito difícil, mesmo para empresas boas pagadoras, tomar crédito. Se antes conseguiam a cerca de 5 ou 6% ao ano, agora precisavam que fosse a uns 11%. Na época, o FED foi "laissez-faire". Não usou qualquer dos três instrumentos citados nos pontos acima.
593 - Crise de 08: quase metade dos desempregados nos EUA em 2011 era "desemprego de longo prazo" (mais de 27 semanas). O índice geral batia perto de 10%, mas começava a cair levemente.
594 - A crise grega ao fim de 2009 ameaçou contaminar toda a Europa. Os spread entre a taxa de juros do título de dez anos da Alemanha e os da Espanha e Itália subiu de 0,5% para 1 e, a partir de 2010, para 4 (Espanha) e 4,5% (Itália). Como eram dívidas na mesma moeda, isso refletia tão somente o medo de deterioração fiscal nos dois países em questão, sendo que os italianos sequer tinham déficit orçamentário. Porém, sempre tiveram dívida alta em relação ao PIB e o crescimento era cada vez mais lento. Com o temor e alta dos juros, os superávits tinham de ser cada vez maiores já que a dívida era grande. Credores passaram a temer o país. A Espanha tinha relação dívida baixa até 2008, mas foi muito atingida pelo estouro da bolha imobiliária que se formou por lá entre 2000 e 2007. Receita tributária caiu muito. Passaram a apresentar déficits e a dívida foi subindo.
595 - Krugman coloca que a galera que receitava austeridade nessa situação superestimava o que a "confiança" é capaz de fazer. Argumenta que a Grã-Bretanha de Cameron seguiu todo o receituário, cortando gasto e aumentando imposto, sem colher qualquer recuperação estável da confiança.
596 - Elementos da lei "Dodd-Frank" aprovada pelo Congresso em 2010: transparência nas negociações de derivativos, tendo que ocorrer quase todas em mercado aberto; regulamentação dos "bancos-sombra"; autoridade para resolução (facilitou que o governo assuma o controle de instituição que precisar ser resgatada).
597 - Ao fim do capítulo, dá uma breve história de como até o criador dos "fundos mútuos monetários" foi derrubado pela crise. Teve que haver resgate e equiparação desses fundos a bancos de depósitos para que o mercado inteiro desse tipo não morresse. Investem em ativos de curtíssimo prazo, mas oferecendo retornos superiores aos tradicionais dos bancos de depósito. Como o fundo do "criador da ideia" tinha dinheiro aplicado com o Lehman... (Krugman lembra que "bancos-sombra", tipo o Lehman, não participavam do sistema de "credor de última instância" (Fed ao resgate). É mais uma camada de proteção). Enfim, bancos de depósitos são mais regulados e seguros, mas mais engessados. Menor chance de retorno anormal na bonança pelos limites que são obrigados a cumprir. A partir da "Dodd-Frank", todos passavam a ser regulados. Ademais, todos podem ser "nacionalizados" sem enriquecer os donos do banco. (Não detalha bem essa última parte).
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