Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XIII
Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte XIII
Pgs. 425-434:
272 - O capítulo 18 é sobre a análise econômica do estado do bem-estar.
273 - Haveria razões para a distribuição de renda para além da atenuação da desigualdade pela utilidade marginal maior do dólar para o "pobre". Insegurança econômico ficaria diminuída. Uma doença que exige altos gastos na família ou a incapacitação relativa ou absoluta de um membro produtivo seria menos sentida se todo mundo tem uma "ajuda básica". Crê que o "véu da ignorância" (Rawls) faria com que a sociedade desejasse isso. "Qualquer um de nós poderia ser esse indivíduo sem sorte". Já Nozick crê que um governo não tem tal "direito". Só pode proteger os ricos e a riqueza. Defende o Estado "guarda-noturno". O terceiro argumento a favor da redistribuição é que, em certa medida, é um rentável investimento em razão das externalidades positivas que gera. Crianças bem educadas, nutridas e saudáveis possuem muito menos chance de se tornarem um problema para o sistema, digamos assim.
274 - Linha da pobreza é sempre uma medida absoluta (por mais que de tempos em tempos se atualize levemente a cesta de consumo básico média). A definição de pobreza relativa é "menos da metade da renda mediana do país". Por essa definição os EUA estariam bem mal, com 17% de taxa (em 2006). 22% das crianças na pobreza. Já na absoluta, apenas 8,7% da população total (em 2006). Suécia é o contrário. 6,5 e 7,5. Reino Unido 12,4 em ambas. (Obs.: mediana é a média de dois valores centrais. Cortam a população dos EUA em duas metades e medem a renda da família mais próxima do centro de cada metade e dividem por 2. A renda anual familiar média nos EUA em 2010 era de $ 67.530, mas a mediana era de $ 49.445. Segundo os economistas - e mesmo eu -, renda mediana reflete mais a realidade comum da maioria do que a renda média - estatística realmente usada. Os bilhões do topo podem passar uma impressão bem errada na média em sociedades muito concentradas).
275 - Coloca que, hoje em dia, trabalho no varejo e nos serviços costumam pagar por tempo parcial valores inferiores aos de tempo integral. As empresas têm preferido. Assim, há muitos pobres que só trabalham em tempo parcial.
276 - Em 1979, a média do salário e homem com diploma universitário era 38% mais alto do que daqueles que tinham apenas um diploma de ensino médio. Em 2011, o "prêmio de universitário" tinha aumentado para 82%.
277 - Estudos médicos recentes mostraram que crianças nascidas na pobreza extrema tendem a sofrer de incapacidades de aprendizado permanentes. É para o resto da vida.
278 - Cita uma pesquisa de 2003 que relativiza muito do que se pensa sobre meritocracia nos EUA. Pelo que entendi, tratou de um teste de matemática em jovens da oitava série: "somente 29% dos estudantes que estavam entre os 25% mais bem classificados no teste de capacidade inata, mas cujos pais estavam classificados como de status baixo, terminaram o ensino universitário." Para os país de status alto, a chance era desse mesmo quartil de jovens era de 74%. Para esses mesmos pais, a chance do pior quartil era de 30%!
279 - O quinto mais alto da renda dos EUA, em 2010, tinha renda familiar anual de $ 100.000. Menos de 40% recebiam mais que renda média familiar anual,. já que o quarto quinto superior começa em $61,7k. Lembrar que estamos falando de dólares de 2010. Se for comparar com hoje (2021), botar uns 25% de inflação aí.
280 - Krugman lembra que a desigualdade deve ser menor do que os dados mostram, pois há certa dose de mobilidade entre os grupos em cada ano e há também o "ciclo da vida". Porém, isso, também lembra, pode ser sintoma de outro problema grave: a insegurança econômica. Perdas súbitas de renda são um exemplo. Grandes quedas ou até expulsões no mercado de trabalho. Nos EUA, "uma em cada seis famílias verá sua renda reduzida à metade na comparação com o ano anterior". Inclusive a "linha de pobreza" terá muito mais famílias temporariamente no decorrer de uma década do que os "15 ou 15%" da taxa anual. Mesmo quando a renda se mantém, uma família pode experimentar algum aperto em razão de doenças custosas e afins.
281 - Coloca que de 1947 a 1980, todos os "quintos" cresceram sua renda de forma semelhante. Cerca de 2% anual. Isso mesmo depois de toda a "equalização" que o período anterior (II Guerra e seus controles de salário e preços com altos impostos. Era mais fácil o empregador ser autorizado a aumentar salário do trabalhador de chão que dos executivos) gerou. Porém, de 1980 pra frente tudo mudou. (Na edição mais recente do livro, o dado abaixo vai até 2010 e mostra até decréscimo para o último quinto):
282 - ...O ritmo médio anual vai de zero vírgula pouco dos primeiros quintos (o primeiro com rendimento negativo leve até) ao 1,38% do último, segundo os dados de 2010.
283 - Geralmente os economistas culpam o modelo de crescimento baseado tecnologia a partir de então e sua natural maior demanda por trabalhadores qualificados - em comparação aos modelos anteriores.
284 - ... A imigração crescente, mudando para baixo o mix de escolaridades, também pode ser uma causa de aumenta da desigualdade no sentido de estagnação (ou retração) do primeiro quinto.
285 - Krugman lembra que a diferença intra-trabalhadores altamente qualificados também aumentou. Superestrelas e executivos e intermediários de Wall Street com a mesma qualificação anterior (e de seus contemporâneos em outras áreas) ganham bem mais que antes. (Creio que as redes sociais e o FED sempre estimulando o mercado financeiro têm seus papéis nisso tudo aí, mas é coisa ser desenvolvida melhor). Krugman diz que boa parte - fala em "principal" - do aumento da desigualdade vem, na verdade, disso aí. Diferenças no mesmo nível de escolarização.
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