Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte VI

   

Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte VI


Pgs. 183-210:


98 - O capítulo 8 é sobre comércio internacional. O preço relativo em bens determinará que nenhum país pague um preço superior ao custo-oportunidade de obter o bem "em autarquia". Ficam estabelecidos os limites mínimo e máximo da coisa, conforme já estudado no início do livro.


99 - Gráfico (p. 188) demonstra forte correlação entre salário médio e produtividade média de cada trabalhador em cada país. 


100 - (Não estou anotando as passagens que são mera repetição do início do livro ou mera propaganda ideológica. Eu sei que comércio gera ganhos recíprocos, a questão é outra).


101 - Modelo Heckscher-Ohlin (que com Samuelson virou HOS) enfatiza a importância da abundância do fator (dotação de cada local) e intensidade do mesmo (relação capital-trabalho). Clima, dotação de fatores e know-how tecnológico (o que não deixa de ser capital humano) de cada "geografia" são o que geram as vantagens relativas. 


102 - Por que 60% da mão-de-obra de Bangladesh trabalha na indústria têxtil? É intensiva em trabalho. Não exige capital físico nem humano elevado. Metade da população é analfabeta parece.


103 - Paradoxo de Leontief: descobriu, nos anos 50, que os EUA, apesar de possuírem uma economia mais intensiva em capital que todos os países, exportavam bens ligeiramente menos intensivos em capital do que importavam. Descobriu-se a solução. Eram bens "intensivos em competência técnica". Os trabalhadores com alto nível de educação predominavam nas indústrias exportadoras (como a aeronáutica). 


104 - Adiciona que muitas indústrias possuem grandes retornos crescentes de escala. Produto aumenta em proporção maior que o aumento dos insumos (matéria-prima e trabalho) usados. 


105 - Introdução de importações e retração na oferta doméstica menor que os excedentes dos consumidores:



106 - ...Consumidores ganham o excedente anterior dos produtores e também e também um excedente novo (o triângulo da importação). Enquanto isso, o "triângulo" perdido pelos produtores é menor que o que os consumidores ganharam. (O que eu vejo como problemático do ponto de vista "nacional" é o que fará, o consumidor, com esse seu excedente. Consumir mais bens importados?)


107 - No cenário de exportações em setores que tendem a ganhar com isso, o preço se eleva (já que agora é o mundial), a quantidade demandada internamente cai, devido a isso, mas não tem problema para a produção local, a qual se volta para a exportação, inclusive aumentando a produção total (não internamente, claro). O consumidor local perde um pouco, mas o excedente do produtor local cresce bastante. (O que ele fará com isso? Aí já é outra questão). 



108 - Por tudo exposto, "o comércio internacional tende a redistribuir renda em favor dos fatores abundantes no país e contra os fatores menos abundantes". Assim, no exemplo dos EUA dos anos 50, a tendência, com maior abertura comercial, seria aumentar o salário dos trabalhadores altamente qualificados e diminuir o dos sem qualificação. (...Krugman coloca, porém, que esse é apenas um dos fatores que explicam a crescente desigualdade - inclusive - salarial nos EUA.) (Outra coisa: Países pobres podem, porém, se beneficiar desse tipo de abertura).


109 - Interessante: Coloca que a partir de 1870 o comércio mundial de produtos agrícolas explodiu. Navios a vapor eram muito mais eficientes que os navios a vela. Até 1860 ainda eram bem mais caros, mas depois o preço caiu forte. A Europa - especialmente Inglaterra - viu cair o excedente dos produtores rurais (embora os trabalhadores europeus puderam se alimentar de forma mais barata). O preço da renda da terra inclusive despencou. Nos EUA, podendo vender mais caro, os produtores rurais se deram bem enquanto os trabalhadores viram cair o poder de compra (excedente do consumidor que antes havia). Preços crescentes da alimentação. 


110 - Tarifas geram todo o efeito contrário. Produção doméstica sobe a custo da ineficiência em deslocar fatores que seriam melhor aproveitados em outra área e várias transações mutuamente benéficas deixam de acontecer (entre consumidores locais e exportadores do exterior). Peso morto são "B" e "D" abaixo, portanto:



111 - Cota de importação tem o mesmo efeito que uma tarifa. Toda cota de importação corresponde, na prática, a algum nível de tarifa, com mesmos efeitos. Controla-se a quantidade (licenças e tal) e, portanto, também um preço de "equilíbrio" local maior que o internacional. 


112 - Krugman coloca que os EUA têm passado por fortes quedas de tarifa de importação média e que, hoje, o protecionismo quase já não causa danos à economia.


113 - Contra o protecionismo, argumenta que o rent-seeking tende a vencer e se eternizar e que os governos costumam ser precários em prever as melhores tecnologias emergentes (tipo o Brasil querendo criar uma indústria de hardware nos anos 80).


114 - Brasil travou uma batalha contra os EUA na década de 00 na OMC. Cada país se compromete a aceitar os julgamentos da OMC quando entra. Assim é que ela faz valer suas decisões sem precisar de exército ou algo do tipo. Brasil processou os EUA devido aos subsídios ao setor de algodão, baixando artificialmente o preço doméstico. A luta foi até os EUA, entre outras coisas, pararem de fazer empréstimos governamentais (acho que generosos além da regra, Krugman não detalha). Rolam umas ameaças do outro país quando se entende que o país condenado não está cumprindo 100% a condenação ou tentando disfarçar algo. Brasil ameaçou aumentar tarifa sobre manufaturados estadunidenses. 


115 - Terceirização internacional é chamada de "offshore outsourcing". Os call-centers indianos são só um dos exemplos. 


116 - Conta como os EUA toparam um acordo bilateral com a Coréia de redução de tarifas no qual se estima que o país ganharia apenas 0,001% de renda a mais. Tudo por razões políticas e de simbolismo. Geopolítica na veia. 


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