Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XIX
Livro: Mankiw, Gregory - Introdução à Economia (2010) XIX
Pgs. 496-543:
432 - A parte VIII do livro é sobre dados macroeconômicos. Capítulo 23 é sobre PIB. "Medindo a renda nacional". Macroeconomia: o estudo de fenômenos que afetam a economia como um todo, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico.
433 - Esse fluxo monetário é medido pelo PIB, que pode ser calculado de duas maneiras: somando a despesa total das famílias ou somando a renda total (salários, aluguéis e lucros) paga pelas empresas. Como qualquer despesa da economia acaba como renda de alguém, o PIB é o mesmo, independentemente do método de cálculo escolhido.
434 - O governo inclui a moradia própria no PIB estimando o valor de aluguel.
435 - Itens de difícil mensuração ficam de fora: O PIB desconsidera todos os itens produzidos e vendidos ilegalmente, como as drogas ilegais. Exclui também itens produzidos e consumidos em casa e que, portanto, nunca entram no mercado.
436 - Sempre apenas bens finais no PIB: Uma exceção importante a esse princípio surge quando um bem intermediário é produzido e, em vez de ser usado, é acrescentado ao estoque de bens de uma empresa para ser usado ou vendido em uma data posterior. Nesse caso, o bem intermediário é considerado final", nesse momento, e seu valor como investimento em estoque é incluído como parte do PIB. Portanto, os acréscimos ao estoque são somados ao PIB; quando o bem em estoque for, mais tarde, utilizado ou vendido, as reduções do estoque serão subtraídas do PIB.
437 - O PIB inclui os bens e serviços produzidos no presente. Não inclui transações que envolvam itens produzidos no passado. Revenda de carro, por exemplo.
438 - Consumo no PIB são as despesas das famílias. Inclusive em educação, o que alguns até poderiam sugerir que se classificasse como "investimento". Este último, porém, se resume à soma das compras de bens de capital, estoques e estruturas. O investimento em estruturas inclui despesas em imóveis residenciais novos. Por convenção, a compra de uma casa nova é a única forma de categoria de despesa das famílias classificada como investimento, e não consumo.
439 - Exemplificando sobre estoques: Quando a Dell produz um computador e, em vez de vendê-lo, acrescenta-o a seu estoque, assume-se que ela tenha" comprado" o computador para si mesma. Ou seja, os contadores da renda nacional tratam o computador como parte dos dispêndios de investimento da empresa. (Se a Dell depois vender o computador, tirando-o de seu estoque, seu investimento em estoque será, então, negativo, compensando a despesa positiva do comprador.)
440 - PIB e compras do governo: Como o PIB tem por objetivo medir a renda e as despesas ligadas à produção de bens e serviços, os pagamentos de transferências não são contados como parte das compras do governo. Aqui chamamos de gasto público, mais usualmente, creio.
441 - Por que subtrair as importações? Simples: Essa subtração é feita porque outros componentes do PIB incluem as importações de bens e serviços.
442 - Um dos problemas do PIB é que alguns países possuem (segundo se estima) uma economia subterrânea gigantesca. Não inclui apenas atividades ilegais. Serviços não-registrados quaisquer ou mesmo bens lícitos produzidos podem entrar na conceito. Basta não serem registrados. Operações e transações não oficiais. Obs.: ainda não existe um consenso sobre o seu tamanho ou descrição. (Por sinal, é possível que a distância entre países seja menor do que o que se pensa):
443 - Outra coisa que o PIB exclui é a qualidade do meio ambiente. Imagine que o governo elimine todas as regulamentações ambientais. As empresas poderiam, então, produzir bens e serviços sem levar em consideração a poluição que criam, e o PIB poderia aumentar.
444 - O capítulo 24 é sobre inflação. "Medindo o custo de vida". Os índices costumam buscar a cesta de consumo típica de algum consumidor (famílias dos EUA, por exemplo).
445 - Problemas dos índices: a) Ao desconsiderar a possibilidade de substituição, o índice superestima o aumento do custo de vida de um ano para o outro; b) coloca que cem reais valem mais com muitos produtos novos - variedade de escolha - que com poucos. Há aumento do bem-estar econômico sem mudarem os preços e o índice não captaria isso (meio secundária essa crítica, achei); c) mudança de qualidade não medida, tipo a evolução dos eletroeletrônicos que continuam com o mesmo preço. Afirma que coletores de dados têm tentado compensar isso no índice, mas nem sempre há consenso nas decisões e imprecisões podem surgir. "Não se trata de uma avaliação exata. Mesmo que se façam perguntas muito específicas para tentar obter respostas muito específicas, é preciso uma grande dose de ponderação", afirmou Balaguer. (Um artigo traz as várias dificuldades práticas de medir todas essas questões - "Você tem de ser capaz de formular questões, ser uma espécie de Sherlock Holmes", disse Balaguer).
446 - Diversos estudos publicados na década de 1990 concluíram que o índice de preços ao consumidor superestimava a inflação em cerca de um ponto percentual ao ano. Em resposta a essas críticas, o BLS adotou diversas mudanças técnicas para melhorar o IPC, e muitos economistas acreditam que a distorção é hoje cerca da metade do que já foi.
447 - Nos EUA, mas creio que não só, o cálculo que envolve o "deflator do PIB" (ajustando a "quantidade/preço") e o IPC são diferentes, pois medem coisas diferentes: A primeira diferença é que o deflator do PIB reflete os preços de todos os bens e serviços produzidos internamente, enquanto o índice de preços ao consumidor reflete os preços de todos os bens e serviços comprados pelos consumidores. Por exemplo, suponha que o preço de um avião produzido pela Boeing e vendido à Força Aérea aumente. Embora o avião faça parte do PIB, não faz parte da cesta de bens e serviços comprados por um consumidor típico. Os importados contam para o IPC, os exportados não (ao menos diretamente).
448 - A "Parte IX" do livro é sobre a "economia real no longo prazo". Começa com o capítulo 25: Produção e crescimento.
449 - Na tabela que ele anexou, a Argentina de 1900 aparece como o Canadá de 1870. Até levemente pior. Não sei se a base de Maddison dá isso também. Não seria, portanto, o "segundo PIB per capita" em 1900, como já vi falarem por aí. Mas enfim, só comparando com as outras bases de dados que tenho.
450 - Em dólares de 2010: A revista American Heritage publicou, certa vez, uma lista dos norte-americanos mais ricos de todos os tempos. O primeiro lugar coube
a John D. Rockefeller, o empresário do petróleo que viveu de 1839
a 1937. De acordo com os cálculos da revista, sua fortuna equivaleria hoje a $ 200 bilhões.
451 - ... Mankiw pergunta se seria melhor ser Rockefeller em 1900 e algo ou um cidadão comum agora. Pergunta de quem não parece fazer a mínima ideia do que é um ser humano. Poder gigantesco em uma época de conforto um pouco menor (já que era bilionário)? Quem não quer? Mídia, influência, poder comprar infinitos serviços... Não parece óbvio? Bom, talvez alguém que fosse muito louco por videogame e smartphone quisesse ficar aqui. Inclusive ele viveu 98 anos né... Mas enfim, arremata com "O capítulo anterior abordou como os índices de preço padrão, usados para comparar somas de dinheiro de diferentes épocas, não conseguem refletir plenamente a introdução de novos bens na economia. Como resultado, a taxa de inflação é superestimada. O outro lado dessa observação é que a taxa de crescimento econômico real é subestimada. Pensar na vida de Rockefeller mostra como esse problema pode ser significativo. Por causa dos tremendos avanços da tecnologia, o norte-americano médio de hoje pode ser considerado "mais rico" que o norte-americano mais rico há cem anos, embora esse fato esteja perdido nas estatísticas econômicas comuns".
452 - Capital para a economia burguesa: Ou seja, o capital é um insumo do processo produtivo que foi, no passado, o produto de outro processo produtivo. Já recursos naturais são os insumos fornecidos pela natureza.
453 - O conhecimento tecnológico se refere ao conhecimento que a sociedade tem de como o mundo funciona. O capital humano se refere aos recursos gastos para transmitir esse conhecimento à força de trabalho. Ao fazer uso de uma metáfora relevante, o conhecimento é a qualidade dos livros-texto da sociedade, enquanto o capital humano é a quantidade de tempo que a população dedica à sua leitura.
454 - Função de produção na "macro": Por exemplo, suponha que Y represente a quantidade produzida; L, a quantidade de trabalho; K, a quantidade de capital físico; H, a quantidade de capital humano; e N, a quantidade de recursos naturais. Então, podemos escrever Y =A F (L, K, H, N). "A" seria a variável que representa a tecnologia produtiva disponível. À medida que a tecnologia é aperfeiçoada, A aumenta, de modo que a economia produz mais a partir qualquer combinação de insumos dada.
455 - ...O que significa "xY =A F(xL, xK, xH, xN)"? Retornos constantes de escala. Se qualquer fator multiplica por 2, por exemplo, a quantidade total - produto total, o Y - fará o mesmo. Mais:
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