Kara-Murza - Qué le ocurrió a la Unión Soviética

 

Kara-Murza - Qué le ocurrió a la Unión Soviética


1 - Texto com tom meio "neostalinista", digamos. Até agora só estou vendo teorias conspiratórias que demandariam mais pesquisa para desmentir (não parecem reais). 


2 - Alguns até começaram a rejeitar o nome de comunista. Por quê? Para o stalinismo (oh, como poderíamos saber?). Imagine um Católico que hoje convocado a dissolver a Igreja devido aos excessos da Inquisição, seria considerado louco por todos.


3 - Coloca que a desvalorização do rublo no "mercado negro" em 1990, denunciada pela imprensa capitalista ("«O rublo perdeu completamente o seu valor e é trocado no mercado negro por dez rublos por um dólar" ... Tratavam de bens importados), não reflete o alto valor do rublo para adquirir bens "fora do mercado", como o metrô subsidiado de Moscou. Muito mais barato que qualquer outro metrô capitalista, parece afirmar.  Que está em termos de transporte o valor de 1 rublo era equivalente a 30 dólares. Em termos de pão, um rublo valia o mesmo que 12 dólares.


4 - Chama de netos de Trotsky e "capitalistas utópicos" vários dos críticos de esquerda do modelo da URSS.


5 - A tese central é de que Gorbachev, aliados e suas reformas pretenderam fabricar uma crise para dar motivo à dissolução de todo o modelo. "Não houve crise na economia da URSS no início da perestroika". Investimento crescia  e o PIB ia a 3,6% ao ano. (Creio que ele está equivocado. Só revisando os dados).


6 - Afirma que os indicadores de bem-estar iam bem, mas as pessoas não percebiam assim. "O consumo de leite e laticínios em1989 foi na URSS 341 kg por pessoa (nos EUA, 260), mas 44 por cento responderam na pesquisa que consumiam, em sua opinião, pouco. E onde mais estava o população à campanha antissoviética, mais amargo era o povo. Na Armênia, onde os radicais deram o primeiro golpe militar à URSS, desencadeando a guerra criminosa contra os Azeris, 62% estavam insatisfeitos com o consumo de leite, que na verdade era 480 kg por pessoa. A "opinião pública" criada pela ideologia". Acho difícil avaliar por me faltar base comparativa com demais países de nível de renda semelhante:



7 - Coloca que a tecnologia da URSS não era atrasada pois havia níveis de consumo de energia em termelétricas até melhores que o das potências centrais: "Um bom indicador sintético é a eficiência (consumo de combustível por unidade de energia elétrica despachada). Na URSS todo este sistema funcionou com eficácia aceitável, que melhorou gradativamente".


8 - Trata de um crescimento da agricultura durante as décadas baseado em: universidades para seus filhos (do campo), trazendo tecnologia, luz e cultura para o campo.


9 - Em 1983-85, um soviético consumiu 98,3 gr. proteína por dia, apenas a norma ideal. Um cidadão americano consumiu 104,4 gramas, quase tanto mesmo. (...) Muita tinta correu na Europa para relatar um fatoabafado: a URSS importou carne e cereais! Sim, importava e daí? Quanta carne? Por pessoa, a Alemanha importou 4 vezes e a Itália 7 vezes mais que a URSS. (E daí que faltou dólar para isso em 1990 segundo eu soube. Numa economia que não consegue importar com regularidade, temos um grave problema, mas o texto dirá que foi culpa da conspiração de Gorbachev e asseclas que enganaram o povo, ao contrário de grandes líderes anteriores...). Afirma que a carne importada custava mero 1% da importação. Anota que o o Brasil exporta muitíssima carne e a dieta da sua população (anos 90) é bastante carente em proteína.


10 - Afirma que a produção agrícola era bem maior antes de Gorbachev meter as mãos. Não cita muitos dados e os que cita são inconclusivos. 


11 - Luis Angel Rojo confirma que a desconfiança e o medo da economia de mercado é compartilhado pela maioria da população soviética e concorda com os radicais em que a 'transformação do sistema nesta direção só pode ser o resultado de uma revolução de cima ». É uma declaração tremenda! É absolutamente claro que a 'revolução de cima', quando a maioria da população é contra ela, é possível apenas por meio de engano, violência e ditadura.


12 - É incrível que os intelectosos liberais nem mesmo se perguntam por que Leon Tolstoy, o espelho da psicologia do campesinato russo, considerava propriedade privada da terra moralmente inadmissível, assim como a escravidão; por que nas assembléias camponesas em 1917 se exigia a nacionalização da terra ("a terra pertence a Deus").


13 - Ainda nessa esteira: Aqui estão as respostas em uma pesquisa abrangente realizado por sociólogos liberais em outubro de 1989:

-A distribuição de renda é justa em nossa sociedade?

Respostas: "não muito justo" - 44,7%; "Injusto" - 52,8%.

-A diferença de renda aumentou ou diminuiu nos últimos 2-3 anos?

Respostas: «aumentou» - 63,0%; “Não variou” - 18,4%.

-O estado deve dar mais privilégios às famílias de baixa renda?

Respostas: «sim» - 84,5%; "Não" - 15,5%

.- O estado deve garantir a todos uma renda mínima?

Resposta: «Sim» - 84,2%.


14 - Moradia: Na URSS, o nível de construção de moradias era estável e alto, cerca de 75 andares por 10 mil habitantes por ano (na Federação Russa, cerca de 100 andares). Mais de 90 por cento dos apartamentos foram entregues, de acordo com a lista de espera, aos necessitados gratuitamente. eu sei. Ele também poderia levantar o dinheiro e comprar o apartamento no prazo, pagando apenas o custo de prédio. Um apartamento mediano valia cerca de 36 salários medianos. Uma dos primeiras conquistas da reforma liberal foram justamente a liquidação desse sistema. (...) Hoje, um apartamento de tamanho médio custa cerca de 1.000 salários médios em leilão. Quer dizer, é absolutamente inacessível aos trabalhadores.


15 - Discute com perplexidade como a população russa não se revolta nos anos 90. São 30 a 40 milhões de desempregados, diz, apagões de energia e queda pela metade da produção industrial. Além da desigualdade. Afirma que qualquer outro país estaria ardendo em revolta. O equilíbrio instável sustentado por essa ilusão também é alimentado pela mensagem ambígua ideológico. O canto de Gorbachev era "Mais socialismo, mais justiça social!" Yeltsin também evite cuidadosamente usar a palavra "capitalismo".


16 - O resto do texto é lamentando um contexto político pós-desintegração da URSS. Nacionalismos e conservadores doentios assumindo o poder e etc. Usa exemplos. Não é uma análise lá muito sistematizada/ordenada. 


17 - Esperava muito mais do texto. Não me disse muita coisa.


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