Livro: Armen A. Alchian, William R. Allen - Universal Economics - Capítulos 13 a 15
Livro: Armen A. Alchian, William R. Allen - Universal Economics
Pgs. 203-229
"CAPÍTULO 13: "MERCADOS E DIREITOS DE PROPRIEDADE"
138 - Defendem direito de propriedades bem definidos para evitar degradação, desperdícios e brigas desnecessárias.
139 - Explicam - e já fichei em outros livros - como a definição de um teto total de poluição e cotas negociáveis entre empresas podem gerar um mercado do "direito de poluir" sob menor custo possível a todos. Proprietários de algumas empresas descobriram que era lucrativo substituir equipamentos mais antigos por tipos de instalações menos poluentes, porque seus direitos de poluição não utilizados poderiam ser vendidos para outras empresas onde os direitos de emitir poluentes eram mais valiosos. Estabelecido um mercado, as participações iniciais de direitos não determinam a alocação final, se os direitos forem vendáveis.
140 - Custo-benefício do controle privado (ou qualquer outro) sobre um recurso valioso. Exemplo de movimentação: À medida que o custo da vigilância eficaz sobre o oceano diminui, ou à medida que o valor do controlo aumenta, distâncias maiores da costa (200 milhas em vez dos antigos limites de 3 milhas ou 12 milhas) estão a ser reivindicadas pelas nações como sua “propriedade”.
141 - Direitos bem definidos: Quanto mais completa, inequívoca e confiável for a especificação do bem e dos direitos ao bem, mais barato será alienável o direito de propriedade privada.
142 - Nem todos direitos podem ser vendidos. Não falamos apenas do corpo: Embora seja membro de um corpo estudantil universitário, você não pode vender esse “direito” de filiação a ninguém. É inalienável.
143 - Por que os "curadores" das grandes faculdades não podem tratar tudo como "sua propriedade privada"? (Imagino que estejam falando de uma Harvard da vida...). Por que alguém estabeleceria uma faculdade que tivesse que abrir mão dessas características de direitos de propriedade privada? Por dois motivos: primeiro, o governo dá favores — a escola é isenta de alguns impostos que teriam que ser pagos ao usar propriedade privada, e as pessoas que doam para a faculdade evitam impostos; segundo, e mais importante, os incentivos dos curadores são direcionados para longe da maximização do lucro e da riqueza. E é considerado bom quando o propósito é ajudar os alunos a obter uma educação sem pagar os custos totais.
144 - Passam a mencionar externalidades positivas. Viver em uma nação onde todos têm pelo menos o ensino médio é um benefício de externalidade positiva para todos. E a liberdade de não ser educado ou não ter o filho educado? Uma sociedade de pessoas geralmente educadas que leem, escrevem e falam a mesma língua é geralmente vantajosa para todos. Esse efeito de “externalidade” é tão importante que a compulsão por lei para adquirir essas características é comum. Toda criança deve frequentar a escola, seja ela fornecida e financiada pelo governo ou uma escola particular.
145 - Bens públicos/comuns: ...Mais para mim não significa menos para você, uma vez que o bem é produzido. (...) Exemplos de bens compostos quase exclusivamente de atributos de bem público são teoremas matemáticos, programas de TV e rádio, melodias, poemas, vacinas, educação básica, tecnologia, ideias e alguns parques públicos e áreas selvagens. (...) Distritos de controle de mosquitos, controles de poluição do ar, controles de inundações, coleta de lixo e esgoto, ruas e patrulhas policiais são, ou têm algumas características de, bens públicos.
146 - ...Alguns bens têm misturas de atributos de bens públicos e privados. O espaço ao redor de um concerto de banda musical é limitado, e uma melhor espaço para mim significa um espaço mais pobre para os outros. Os únicos bens públicos mundiais em que podemos pensar são o sol, a lua e as estrelas.
147 - Controle estatal de um recurso: Os governos podem aplicar a força para obter pagamento e restringir o parasitismo. (...) Taxas podem surgir. O preço pode ser usado como um dispositivo de racionamento, para evitar que o bem público seja usado em excesso a ponto de ser destrutivo de benefícios.
148 - Seja qual for o grupo, grande ou pequeno, a perspectiva de carona de alguém naquele “público” provavelmente diminuirá o investimento na produção e manutenção do bem público. Quando há fornecimento privado de bem público, é preciso evitar que saia tudo de graça. Exemplos são programas típicos de televisão e rádio. Você não paga “nada” para assistir ou ouvir, mas não é de graça. Você paga um preço — o tempo durante o qual a propaganda é exibida. É forçar a ver anúncios e propagandas, nem que seja mera exposição á marca. (...) Nos Estados Unidos, a publicidade fornece financiamento e evita carona — ou seja, obter o benefício sem pagar nenhum custo. Em algumas nações, tanto a publicidade quanto os impostos governamentais sobre a posse de aparelhos de TV são comuns.
149 - Doações: O governo dos EUA concede ajuda a governos estrangeiros, ostensivamente para propósitos específicos. Se um governo estrangeiro recebe US$ 100 milhões para construir uma represa que ele teria construído ou comprado mesmo sem a doação, o que ele ganhou? Os recursos do destinatário são liberados para outros propósitos. Então a doação dá ao governo destinatário alguma riqueza com a qual ele pode fazer mais do que quiser.
150 - Os governos passaram a vender em vez de “conceder” licenças ou direitos valiosos, como direitos para exploração de petróleo, uso de uma parte do espectro de rádio ou direitos de “monopólio” para operar lojas de bebidas, táxis, rebanhos leiteiros e fazendas de tabaco. Todos esses direitos são vendáveis depois de concedidos.
151 - Enfim, algo que já pensei muito: receitas vinculadas podem ser bem enganosas: Os lucros da loteria da Califórnia são destinados a escolas públicas, mas parte do dinheiro anteriormente destinado às escolas é desviado para outros usos. (...) O acréscimo líquido da loteria às escolas é menor do que os fundos da loteria, em um montante igual aos fundos realocados.
152 - Por que "cagar num rio" é mais danoso que despejar lixo industrial nele: Aliviar-se no rio pode ser menos valioso do que o valor da produção de uma fábrica que cria poluição equivalente e pode ser evitável a um custo menor. (...) A reclamação que Nader deveria ter desenvolvido é que governos e tribunais não introduziram um sistema de fazer as pessoas pagarem pelo direito de poluir, arcando assim com os custos totais de suas ações.
153 - Alertam para um problema comum nas críticas aos bens públicos: ...Ignora os preços pelos quais os bens do governo são distribuídos. O preço desses bens é tão baixo que cria escassez e aparência de quantidade insuficiente.
154 - Bens comuns: Bens públicos são aqueles para os quais (escolha a afirmação correta): a. várias pessoas podem desfrutar simultaneamente do bem; b. é impossível excluir alguns clientes; c. nenhum consumidor reduz a quantidade do bem disponível para outros pelo seu ato de consumir o bem; d. preços não devem ser cobrados; e. o governo deve fornecer os bens. (...) Resposta: A resposta c é a melhor.
155 - ...Uma apresentação teatral com um grupo de espectadores não é um bem comum. Por que? (...) Resposta: Cada espectador desloca alguém de fora que pode querer entrar - e o teatro presumivelmente não pode acomodar todos os que desejam.
156 - Segundo eles, resolveram alguns problemas de extinções de espécies: As maçãs seriam colhidas e o bisão abatido prematuramente, pois, sem direitos de propriedade designados e impostos, a tomada seria por ordem de chegada. Se você não tomar agora, alguma outra pessoa gananciosa provavelmente o vencerá no prêmio. Se os ativos forem de propriedade privada, os proprietários têm muito incentivo para protegê-los e preservá-los até o momento ideal da colheita e, então, colhê-los na taxa ideal para o longo prazo.
157 - A defesa implícita deles do capitalismo parece ignorar que os capitalistas usaram, usam e usarão os poderes do Estado para privatizar lucros e socializar perdas: ...Em um sistema de propriedade privada com acesso aberto ao comércio, as consequências — mudança de valor de recursos, lucros e perdas — são suportadas pelo proprietário (São?). Ao comprar e vender bens seletivamente, as pessoas podem ajustar a combinação de riscos que suportam.
PARTE DOIS - ESPECIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO, EQUIPES E EMPRESAS
Pgs. 230-248
"CAPÍTULO 14: "PRODUTIVIDADE E CUSTOS DE PRODUÇÃO"
158 - Importam os custos relativos: Susan... é duas vezes mais produtiva que Bill em fazer geleias (10 geleias/5 geleias) e é 50 por cento (1,5 vezes) mais produtiva em fazer bolos do que Bill. É tentador concluir que Susan, portanto, é uma produtora de menor custo no geral. Mas ela não tem custos menores em geleia e bolo: ela não pode produzir bolos tão baratos quanto Bill. Afinal, tem que ocorrer a melhor alocação de recursos finitos (tempo de trabalho). Capacidades de produtividade absolutas não nos dizem nada sobre os custos de produção de bens. Se a produtividade absoluta de Bill, em ambos os bens, quadruplicasse, os custos relativos continuariam os mesmos e continuaria sendo melhor que ele fizesse exclusivamente bolos. Capacidade produtiva física absoluta superior em cada bem não significa custos mais baixos em tudo. Vantagem comparativa relativa é o que interessa.
159 - Rendas naturais e artificiais/monopolistas: Muhammad Ali, Milton Friedman e Whitney Houston sem dúvida tinham superioridade ricardiana e ficaram ricos e famosos por causa das rendas ricardianas; eles não se beneficiaram das rendas monopolistas.
160 - Quando a Ford se prepara para fazer um novo modelo, o processo selecionado dependerá de estimativas de quantos ele fará e também de quão rápido ele planeja fazê-los. Certamente, o volume fará diferença no método de produção a ser usado e no custo médio.
161 - Escala pode incentivar inovações: ...volumes maiores podem ser produzidos com uma variedade maior de métodos do que os ideais para pequenos volumes. Um martelo manual é mais econômico do que um martelo elétrico para alguns pregos, mas não para milhares de pregos.
162 - Os famosos retornos marginais decrescentes: Se não houvesse retornos decrescentes para adições de um tipo de insumo, poderíamos cultivar o trigo do mundo inteiro a partir de um vaso de flores de solo. Adicionaríamos sementes para aquele pote e obter tanto trigo quanto desejar de um pequeno e fixo quantidade de solo. Ou em vez de sementes, poderíamos adicionar fertilizante e crescer como tanto quanto desejado. Não se nega, porém, na lei, que há um aumento/aceleração temporário dos retornos inicialmente.
163 - Por fim e por tudo exposto, lembram que pagar alto salário a um trabalhador pra produzir X pode ser mais barato que pagar baixo salário a outro trabalhador pra produzir o mesmo X. Tudo depende de envolver a produtividade na equação.
164 - “Alguém sempre tem uma vantagem comparativa na produção de algumas coisas boas.” Relativa sim. A não ser que empate em tudo.
Pgs. 249-266
"CAPÍTULO 15: "ESPECIALIZAÇÃO E INTERCÂMBIO"
165 - Simulam tabelas de custos marginais para fabricação de bolos e dão algumas premissas (colocarei no próximo ponto).
166 - Sendo ambos autossuficientes, Adam e Baker produzem e consomem dois bolos por dia (eles não produzem bolos parciais/dia). No entanto, eles podem fazer melhor. A diferença em seus valores marginais nas quantidades de bolo que eles podem produzir implica que pode haver ganho para ambos pelo comércio. Baker não produzirá um terceiro bolo para seu próprio consumo, pois o custo marginal de .8Y é maior do que o valor marginal para ele de apenas .7Y (dado de outra tabela, que não coloquei aqui). Mas Baker fazer um terceiro bolo e vendê-lo para Adam é benéfico para ambos, desde que o preço seja menor do que o valor marginal de Adam de um bolo e maior do que o custo marginal de Baker de fazer o bolo. (...) Como mostram os dados nas tabelas 15.1 e 15.2 , custaria a Adão 1,10Y para produzir um terceiro bolo, mas vale para ele apenas 0,95Y, então ele não conseguirá fazê-lo. Mas Baker se oferece para lhe vender um bolo por apenas 0,90Y — menos do que ele vale para Adam — e ambos ganham.
167 - A ilha da pesca de peixe: ...Será lucrativo para a primeira ilha expandir a produção além de sua própria demanda, desde que o custo marginal de produção seja menor do que a demanda por, ou valor marginal de, peixes adicionais para aqueles na segunda ilha.
168 - O estrangeiro que entra vendendo mais barato (ou por que não criticar importações e afins), desbancando o mercado de Baker pra Adam: ...Alguns recursos anteriormente usados por Baker para fazer o terceiro bolo terão que se mover para fazer mais de outros bens, Y. Esse aumento na produção pelos recursos liberados é o benefício social líquido consequente à entrada de Carter, e é compartilhado por todos na medida em que compram bens produzidos pelos recursos de Baker em sua nova atividade. (...) Se os recursos liberados por Baker fossem pessoas, em vez de recursos físicos, eles se oporiam a ter que encontrar novos empregos, possivelmente com um salário menor, mas com alguma chance de um salário maior. São os donos dos recursos humanos ou não humanos deslocados, como concorrentes do novo entrante, que se opõem à entrada de Carter.
169 - Estas são as duas formas fundamentais pelas quais as sociedades se desenvolvem: (1) os poupadores-investidores iniciais obtêm todo o primeiro ganho de investimento; (2) os concorrentes subsequentes (a) reduzem o custo de vida e (b) aumentam os salários (reais).
170 - Ainda bem que eles sabem: Recursos naturais como terra, chuva e sol são desejáveis, mas não produzem renda sem trabalho e investimento. Só que investimento exige trabalho também, nem que seja o alheio.
171 - Escala e "Aprender Fazendo": Esse ganho em capacidade produtiva absoluta e tecnologia é esperado por quase todos os produtores. Ele foi quantificado em algo chamado de "curva de aprendizado" ou "curva de progresso", representando custos decrescentes por unidade de produto — talvez tão grandes quanto 20 por cento a cada duplicação da quantidade produzida.
172 - Cidades grandes e incentivos à especialização: ...o mercado maior permite que uma pessoa venda mais de sua produção especial a preços lucrativos. (...) Maior concentração de tempo nas mesmas subtarefas repetidas. Por exemplo, tosa de pelo somente para poodles. Maior especialização e maior volume andam juntos.
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