Livro: Alan Greenspan - Capitalismo na América - Capítulo 10
Livro: Alan Greenspan - Capitalismo na América
Pgs. 344-387
"CAPÍTULO 10: "A ERA DO OTIMISMO"
333 - A primeira grande "conquista" de Reagan, trazida por seu fã Greenspan, foi a quebra do poder dos sindicatos. Combateu greves nacionais. Exemplifica com a dos trabalhadores do controle de tráfego aéreo em 1981. Reagan deu um ultimato aos grevistas: voltar ao trabalho dentro de 48 horas ou perder o emprego. Ao fim, o público acabou ficando ao lado do presidente, vendo o caos gerado.
334 - Greenspan coloca, porém, que as greves e a filiação sindical já vinham caindo desde antes e que o contexto era de ampliação das terceirizações e migração de empregos para outros países (assim ficava mais fácil pra Reagan surfar o "endurecimento" da negociação, digamos assim). Sem contar o aumento das importações nos EUA. Por fim, um aumento nas imigrações fez pender a balança do poder para o lado dos empregadores.
335 - Reagan aguentou os remédios amargos. Volcker ... teve a sorte de ter o apoio resoluto do presidente, apesar de a taxa de fundos federais ter alcançado um pico de 22,4% em 22 de julho de 1981 e de a taxa de desemprego ter chegado aos 10,8% em novembro de 1982.
336 - Outro marco foi o corte de impostos para os mais ricos. A reforma tributária de 1981 reduziu a alíquota máxima do imposto de renda de 70% para 50%, e a do imposto sobre ganhos de capital, de 28% para 20%. Cinco anos depois, em 1986, ele fez mais uma reforma tributária titânica, cortando a alíquota máxima do imposto de renda para 28%, cortando o imposto corporativo de 46% para 34% e, ao mesmo tempo, eliminando brechas favoráveis aos empresários.
337 - Posse de Reagan: Foi direto para a Casa Branca depois da cerimônia de posse para colocar seu nome em um documento impondo um congelamento de contratações sobre toda a força de trabalho federal. Retirou o retrato de Harry Truman da Sala do Gabinete, substituindo-o por um de Calvin Coolidge. “Silent Cal” era seu presidente favorito, de acordo com Reagan, “porque fora muito reservado, mantendo o governo federal longe da conduta da sociedade e permitindo que os negócios prosperassem nos anos 1920”.
338 - Elogia as desregulamentações de Reagan nos setores de infraestrutura e etc. por gerarem novas oportunidades de negócios e competitividade, segundo o autor. Critica a dívida, porém, o fiscal. Cortou mais impostos do que cortou gastos. Os gastos reais per capita com benefícios sociais aumentaram à taxa mais baixa desde o início da década de 1950, a 1,4% ao ano de 1981 a 1989. Ainda assim...
339 - Curva de Laffer que nada: ...Alguns dos apologistas de Reagan tentaram maquiar a situação argumentando que os cortes nos impostos se pagariam com a geração de mais receita, argumento este que se provou contrário à realidade. O FED mantinha taxa de juros altas atraindo capital externo e "fechando os déficits" a custo de mais dívida. Greenspan é bastante crítico a toda essa situação: Os volumosos empréstimos federais levaram a uma política de juros altos, afastando os tomadores de empréstimos privados, incluindo aqueles que teriam dado um uso mais produtivo para a poupança da nação, e contribuindo para uma desaceleração do crescimento da produtividade.
340 - Reagan deixou uma farra a corrigir. George H. W. Bush, que cunhou a expressão “economia vodu” quando concorreu à presidência contra Reagan em 1980, aumentou os impostos para cobrir o déficit. Bill Clinton fez da redução do déficit uma de suas maiores prioridades. Bush foi um presidente de um mandato: a decisão de quebrar sua promessa memorável de não aumentar os impostos (“Leiam meus lábios. Sem novos impostos”) eliminou o apoio da direita, enquanto uma longa recessão colocou a população em geral contra ele.
341 - Assim resume Clinton: Depois de concorrer à presidência como um defensor populista dos eleitores operários que haviam sido deixados para trás pelo boom econômico e esmagados pelo declínio da indústria manufatureira, o Clinton democrata governou como um republicano da linha de Eisenhower, que acreditava em abraçar o capitalismo, mas usando os frutos da prosperidade capitalista para compensar os perdedores. Elogia as políticas conservadoras e de desregulação dos mercados financeiros de Bill Clinton.
342 - O primeiro fator chave da bonança dos anos 90 foi, segundo Greenspan, a renovação do espírito empreendedor. Não se tratava mais de aperfeiçoar o capitalismo generencial/burocrático. Os anos 1980 e 1990 viram os empreendedores recuperarem sua posição no centro da vida americana e companhias estabelecidas reduzirem suas burocracias corporativas em nome da flexibilidade e da inovação. Cita Bill Gates, Howard Schultz (Starbucks) e Fred Smith (FedEx).
343 - A nova geração de empreendedores podia lançar mão de três recursos mais abundantes na América do que em qualquer outro lugar, e que, combinados a um presidente que simpatizava com os empreendedores, produziram uma revolução empresarial. Inovações financeiras forneceram novas fontes de dinheiro, como os títulos de alto risco de Michael Milken e o bem-estabelecido setor de capital de risco do Vale do Silício. Importantes universidades forneciam parques científicos, centros tecnológicos, incubadoras de empresas e fundos de investimento. Uma política de imigração liberal oferecia um suprimento contínuo de mãos e cérebros dispostos.
344 - A revolução da TI: Os especialistas em reengenharia argumentavam que, assim como as companhias não haviam conseguido capitalizar a chegada da eletricidade até substituir as fábricas verticais pelas horizontais, as companhias modernas não seriam capazes de capitalizar o potencial da revolução computacional até terem reorganizado seus processos internos. (...) Considerando-se ou não em processo de “reengenharia”, cada vez mais companhias se davam conta de que precisavam de uma reorganização interna radical se quisessem extrair o máximo da tecnologia.
345 - Coloca, ainda, que os CEOs ficaram mais implacáveis com os funcionários e cortes de gastos ao mesmo tempo em que aumentavam a distância remuneratória entre chefes e chão-de-fábrica. Em 1970, Milton Friedman apresentou a justificativa intelectual para essa abordagem mais competitiva com o artigo “The Social Responsibility of Business Is to Increase Its Profits” (A responsabilidade social da empresa é aumentar seus lucros).
346 - Foi uma época de poucas objeções às fusões e reengenharias. Cita, por exemplo, a briga das autoridades antitruste contra Bill Gates como evento isolado.
347 - A mudança na relação entre administradores e proprietários provocou um aumento do poder das finanças. No auge do capitalismo gerencial, os acionistas eram essencialmente passivos, e o “ativismo de acionistas” era limitado a casos tão extremos que tornavam a expressão sem sentido. Isso mudou com a multiplicação dos acionistas e o aumento do poder dos seus intermediários. A proporção dos patrimônios familiares investidos em ações, e não em cadernetas de poupanças de baixo risco, aumentou de um décimo em 1980 para um quarto em 2000. O volume de ações negociadas diariamente na Bolsa de Valores de Nova York aumentou de cerca de 3 milhões de ações em 1960 para 160 milhões em 1999, e depois para 1,6 bilhão em 2007.
348 - Menciona como inovação no mundo das finanças a ação de recuperadores de empresas para posterior venda. Ou seja, investimentos de alto risco. Os “junk bonds” cresceram de 3,5% em 1977 para um quarto do mercado de títulos uma década depois. Michael Milken tornou-se o símbolo da era, com seu salário de 550 milhões de dólares ao ano e seu anual Predators’ Ball. Creio que é tipo a coisa de Ozark, mas numa escala maior. Em parte, isso parecia bom demais para ser verdade. Os “junk bonds” fizeram jus ao nome: cerca de um quinto dos títulos emitidos de 1978 a 1983 não haviam sido pagos em 1988. (...) Michael Milken foi processado sob quase cem alegações de operação com informações privilegiadas, acabando na cadeia, e sua companhia, a Drexel Burnham, foi forçada a abrir falência. Estavam plantadas, porém, as sementes do venture capital, ao que entendi. Em vez de empresas maduras, passariam a mirar startups preferencialmente.
349 - ...A América tinha muito mais capital de risco disponível do que o resto do mundo: na metade dos anos 1990, Massachusetts tinha mais capital de risco do que a Grã-Bretanha, enquanto a Califórnia tinha mais do que toda a Europa. Todo esse capital de risco abasteceu a explosão da indústria de alta tecnologia.
350 - O mercado foi bem durante boa parte da década de 90 e o "efeito riqueza" ajudava a economia real. Os formuladores de políticas concluíram a década desregulamentando os bancos convencionais. A ideia era tornar os bancos dos EUA grandes o suficiente para competirem com os europeus e japoneses. (...) O resultado não foi completamente favorável: preocupados com um mundo onde os bancos americanos eram pequenos demais para competir, os formuladores de políticas acidentalmente criaram um mundo onde eram grandes demais para falir.
351 - Os EUA finalmente renovavam as administrações, ou seja, os gestores introduziram métodos de administração “japoneses”: a gestão de qualidade total (responsabilizando todos os funcionários pela qualidade dos produtos), melhorias contínuas (solicitando sugestões de melhorias dos funcionários), produção just in time (garantindo que as peças só chegassem às fábricas quando necessárias, em vez de passarem meses se deteriorando enquanto aguardavam uso) e equipes autogeridas. (Colocamos “japoneses” entre aspas porque muitas dessas ideias foram originalmente concebidas por pensadores americanos da área da administração, como W. Edwards Deming.)
352 - ...A Harley-Davidson reduziu a lacuna de produtividade em relação às fabricantes de motocicletas japonesas ao introduzir equipes no estilo japonês. A Whole Foods consolidou sua posição como varejista mais lucrativa do país em termos de lucro por metro quadrado ao se organizar em equipes autogeridas no controle de tudo, da força de trabalho ao estoque da companhia: a equipe vota para decidir sobre a contratação de um novo membro e decide coletivamente o que colocar nas prateleiras.
353 - Imigração: Nos anos 1990, o número de imigrantes legais ultrapassou os 9 milhões — cerca de um terço do crescimento populacional oficial e de longe o maior em termos absolutos e também como proporção da população da era pós-Depressão. 15% da Europa, 50% das Américas e 31% da Ásia.
354 - EUA voltaram a pregar com tudo o livre-comércio e defesa da globalização na Era Clinton. NAFTA e rodadas de redução de tarifas na OMC. Além de acordos comerciais com a China.
355 - A agência Darpa do Pentágono e a rede que mudaria o mundo: Em 1969, o grupo conseguiu conectar computadores na UCLA e no Stanford Research Institute. O número de sites na rede aumentou — para vinte em 1970 e para mais de 2 mil em 1985 —, e sem que ninguém planejasse, a “rede” tornara-se um fórum onde os acadêmicos podiam conversar sobre seu trabalho. Eles passaram anos sendo os principais usuários, mas depois o número explodiu outra vez: em 1993, cerca de 90 mil americanos usavam a internet regularmente; em 2000, o número aumentara para cerca de 90 milhões de americanos e 327 milhões de pessoas no mundo inteiro.
356 - ...Em 1959, Robert Noyce inventou o circuito integrado, o qual combinava em uma pequena placa de silício inúmeras funções que antes requeriam inúmeros transistores distintos e componentes montados juntamente sobre uma placa de circuito. Era o equivalente em miniatura à reunião, pelos barões ladrões no século XIX, de vários fatores de produção em grandes centros industriais como Pittsburgh. O termo "vale do silício" surge em 1971, quando essa região começa a se destacar no setor.
357 - ...Frederick Terman, que foi, consecutivamente, diretor do departamento de Engenharia de Stanford e reitor da universidade, poderia ser chamado de pai do Vale do Silício. Ele transformou o departamento de Engenharia da universidade em uma instituição de classe mundial. Convenceu a Fundação Ford a dar a Stanford uma bolsa generosa com o objetivo de fazer dela o equivalente da Costa Oeste a Harvard ou ao MIT. Até o dinheiro da universidade entrou como investimento-capital de risco. Era uma região que recebia muito imigrantes também, o que era algo interessante.
358 - Saxenian aponta que, nos primeiros anos, o grande concorrente do Vale do Silício na Costa Leste, o corredor da Rota 128 em Massachusetts, estava mais do que à altura do Vale em termos de acesso a pesquisa e capital de risco. No entanto, no final dos anos 1970, o Vale criara mais empregos na alta tecnologia do que a Rota 128, e quando os dois aglomerados sofreram uma recessão na metade da década de 1980, o Vale mostrou-se muito mais resiliente. (...) Mais do que em qualquer outro lugar na América, o Vale do Silício era uma personificação do princípio da destruição criativa, à medida que antigas companhias morriam e novas emergiam, permitindo que capital, ideias e pessoas fossem realocados. Havia muita mobilidade e iniciativas/startups diferentes. Nos outros, a coisa era mais concentrada.
359 - A chegada do computador pessoal com o Altair em 1974 produziu um surto de atividade criativa tanto em software quanto em hardware. Bill Gates vira, com dezenove anos, o criador do software-padrão, convencendo a IBM a usá-lo em todos os computadores. Anos mais tarde... A chegada da internet com a instalação do primeiro servidor no Sistema de Aceleração Linear de Stanford em dezembro de 1991 desencadeou uma revolução ainda maior.
360 - O Google também surge no vale. Eles receberam dinheiro das duas principais companhias de investimento do Vale, a Sequoia Capital e a Kleiner Perkins. John Doerr, da Kleiner Perkins, aconselhou-os a contratarem um administrador experiente para gerir a companhia, e eles escolheram Eric Schmidt. Já a Amazon surge em 1994.
361 - A empolgação: O índice NASDAQ 100, rico em tecnologia, subiu 40% em 1995. Em 1998, a Yahoo!, uma companhia da web com 637 funcionários, tinha a mesma capitalização de mercado que a Boeing, com seus 230 mil funcionários.
362 - Os "barões ladrões" da nova era: Bill Gates colocou um computador em todas as mesas. Larry Page e Sergey Brin colocaram informações do mundo inteiro nas pontas dos dedos de todo mundo. Eles usaram a lógica das economias de escala para dominar seus mercados. Os grandes lemas de Carnegie, “Abaixe os preços; domine o mercado; coloque as fábricas para trabalhar à capacidade máxima” e “Cuide dos custos e os lucros virão naturalmente”, aplicam-se com perfeição aos fabricantes de computadores.
363 - Fim do petróleo? George Mitchell achava que isso era besteira, pois havia reservas imensas presas em rochas profundas sob a superfície só esperando serem libertadas. Ele passou décadas aperfeiçoando técnicas para a sua exploração: injetando fluidos de alta pressão no solo para fraturar a rocha e criar caminhos para o petróleo e o gás presos (fraturamento) e perfurando para baixo e depois para os lados a fim de aumentar o rendimento de cada poço (perfuração direcional). O resultado foi uma revolução. Enquanto estas linhas são escritas, as jazidas de xisto produzem mais da metade do gás natural e do petróleo da América. Mitchell veio da pobreza (pai era um imigrante grego) e terminou um grande filantropo, segundo Greenspan.
364 - Tanto bate até que fura: Mitchell também era a personificação do espírito empreendedor. Ele não descobriu o gás e o petróleo de xisto: pesquisas geológicas haviam-nos revelado décadas antes de ele ter começado. Ele nem sequer inventou o fraturamento, que era usado desde a década de 1940. Sua grandeza está em uma combinação de visão e determinação. Ele teve anos e anos de pouca evolução ao que entendi, "desperdiçando" o dinheiro. Em 1988, quando Mitchell chegava aos 80 anos, sua equipe teve a ideia de substituir a água por fluidos de perfuração viscosos. Isso reduziu drasticamente os custos das perfurações e transformou o Barnett Shale em uma mina de ouro.
365 - Sociedade "pós-industrial" de Bell: Nas décadas de 1980 e 1990, a fórmula máquinas + homens = estilo de vida americano se desintegrou. As políticas de Reagan sem dúvida aceleraram a mudança: de 1979 a 1983, a América perdeu 12% de seus empregos no setor de manufaturados, ou cerca de 24 milhões de empregos no total, em parte graças à combinação de juros altos e dólar com valor mais elevado. Mas elas só aceleraram o inevitável, já que os fabricantes de manufaturados aprendiam a se tornar mais eficientes e a economia progredia no caminho da indústria para os serviços. O quinhão do setor manufatureiro no PIB caiu de 23% em 1970 para 17% em 1990. Agora, mesmo nas expansões (anos 90), o setor produzia mais sem criar mais empregos de forma impactante. Até pelas muitas operações em outros países. Enquanto isso, os trabalhadores do conhecimento avançavam com rapidez, em particular os trabalhadores do conhecimento dos setores de TI e serviços financeiros.
366 - ...A proporção de homens entre 16 e 64 anos no mercado de trabalho caiu de 91% em 1950 para 84% em 2000, enquanto a proporção de mulheres aumentou de 37% para 71%. Alguns homens abandonaram completamente a força de trabalho e se tornaram dependentes do Estado segundo Greenspan. Em 2000, apenas 67% dos homens entre 55 e 64 anos estavam na força de trabalho, enquanto em 1950 eram 87%.
367 - A fatia do produto interno bruto dos Estados Unidos creditado como renda para as finanças e os seguros aumentou paulatinamente de 2,4% em 1947 para 7,6% em 2006. A indústria financeira também atraiu pessoas com capacidades cada vez mais raras, como Ph.Ds. em matemática e física. Em 2007, um quarto de todos os graduados no venerável Instituto de Tecnologia da Califórnia decidiram-se pelas finanças.
368 - Insumos e miniaturização da produção (e substituição por materiais mais leves também, como a troca do cobre pela fibra ótica): Isso quebrou a antiga ligação entre o crescimento econômico e mais insumos e produtos físicos. O PIB real da América dobrou entre 1980 e 2000, mas a tonelagem bruta da matéria-prima que não combustível consumida pela economia americana permaneceu mais ou menos fixa ao longo dessas décadas. O que significa que a única explicação para o aumento do tamanho do PIB deve estar no campo das ideias. (...) O peso declinante da economia física no PIB real produziu inúmeros benefícios. Reduziu o desperdício e a poluição.
369 - A revolução do protagonismo feminino: Em 2014, administravam algumas das melhores companhias da América, como a PepsiCo, a Archer Daniels Midland e a W. L. Gore; compreendiam cerca de 51% dos trabalhadores profissionais; receberam quase 60% dos diplomas universitários; e fundaram cerca de 40% das novas firmas.
370 - ...durante a explosão demográfica, as mulheres retornaram à vida doméstica; a taxa de fecundidade aumentou de 2,4 em 1945 para 3,8 em 1956, e a idade do primeiro casamento para o sexo feminino caiu de 21,5 em 1950 para 20,4 em 1970. (...) Mesmo nos anos 1960, as mulheres que trabalhavam estavam confinadas a trabalhos subalternos e sujeitas ao ocasional sexismo. Nessa época elas quase que não ocupavam qualquer alto cargo ou profissão de prestígio. Mesmo as jovens eram só 3% nos cursos de direito, por exemplo. (...) Cerca de 60% das mulheres que entravam na faculdade a deixavam antes de se formarem, com frequência para ajudar os maridos a concluírem o ensino superior. A partir dos anos sessenta tudo foi mudando.
371 - ...A porcentagem da média anual da remuneração feminina em relação à remuneração masculina passou de 58% em 1975 para 71,6% em 1990, e para 77,4% em 2010, continuando a crescer, ainda que não tão rápido quanto as mulheres gostariam. Pílula e mecanização das tarefas domésticas foram importantes. Também o fato de que os trabalhos iam se tornando mais intelectuais que braçais.
372 - Endividamento progressivo: Entre 1981 e 2007, a dívida do consumidor como proporção da renda disponível aumentou oito pontos percentuais, enquanto a dívida com hipotecas de casas aumentou 57 pontos percentuais. O mesmo aconteceu com o nível de ansiedade da América.
373 - ...Em 1991, ainda na fase recessiva do ciclo econômico, uma pesquisa com funcionários de grandes corporações mostrou que 25% tinham medo da demissão. Em 1995-96, mesmo em meio a um boom econômico, esse número aumentou para 46%.
374 - Greenspan elogia a ideologia estadunidense da virada do milênio, a qual: ...Substituiu ideologias obsoletas — a ideologia republicana, que via toda intervenção governamental como inútil, e a ideologia democrata, que tentava proteger todos os empregos das mudanças econômicas — por um novo consenso favorável ao crescimento.
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