Livro: IPEA - Desafios da Nação (2018) - Capítulos 12 a 16

                                                                  

Livro: IPEA - Desafios da Nação (2018)



Pgs. 125-134


"CAPÍTULO 12: "Pesquisa e Inovação - Aprimorar Políticas Públicas de Incentivo à C&T"


93 - Mesmo com aumentos reais no investimento geral em P&D e em ciência e tecnologia (C&T), os resultados em termos de inovação ainda são pouco significativos. 


94 - ...No Brasil é razoável a disponibilidade de crédito subsidiado, assim como os incentivos fiscais e subvenções para projetos de pesquisa em empresas, universidades e instituições de C&T. Em 2015, por exemplo, o governo federal mobilizou mais de R$ 56 bilhões para inovação. Desse total, R$ 36 bilhões foram alocados na forma de investimento público em C&T, principalmente nas universidades e nos centros de pesquisa



95 - Empresas beneficiadas: ...a maior parte (75% delas) aplicou o crédito obtido na compra de máquinas e equipamentos, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) de 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


96 - Nos EUA, o investimento público é mais "setorial": 



97 - A produção científica brasileira cresceu expressivamente desde os anos 1990: o número de artigos publicados passou de pouco mais de 20 por 1 milhão de habitantes para 182 – acima da média mundial, que está em 170 artigos por 1 milhão de habitantes. A participação do Brasil em publicações mundiais aumentou de 0,7% para 3%, entre 1991 e 2009, com ênfase nas áreas de ciências biológicas e da vida, ainda que continue baixa a proporção de citações de artigos elaborados por brasileiros – apenas 0,95% do total. (...) O problema é que esse incremento da produção científica não se transformou em inovação de impacto social e econômico. Coloca que há baixa exploração econômica e social das patentes geradas. 


98 - Situação semelhante se observa na análise das taxas de inovação de produtos novos destinados aos mercados nacional e internacional: se 3,8% das firmas da manufatura lançaram produtos no mercado nacional, só 0,42% delas produziram inovação no mercado mundial nesse último intervalo, segundo a Pintec de 2016.


99 - Agências descentralizadas (fundações de amparo e etc):



100 - Brasil, Mundo, P&D empresarial e PIB:



101 - ...Coloca que como a indústria está com participação cada vez menor no PIB, o investimento empresarial em P & D não consegue ganhar força. Indústria costuma ser uma grande impulsionadora da coisa (80% dos gastos em P & D).


102 - Ao fim, umas trinta propostas. Uma delas: Criar uma política de fomento à pesquisa básica que não seja guiada apenas pela curiosidade científica, mas também por interesse em usos potenciais associados a demandas sociais de longo prazo.



Pgs. 135-144


"CAPÍTULO 13: "Petróleo e Gás - Da Crise à Recuperação"


103 - Petro estava em situação difícil entre 2016 e 2017: O que levou à crise da Petrobras? As contas da estatal sofreram com o alto endividamento (o maior entre todas as petroleiras no mundo); com os prejuízos provocados pelo controle nos preços dos combustíveis; e com os erros de gestão administrativa, como os orçamentos inflados na construção de quatro refinarias e em plataformas de exploração e de produção; além de desvios de recursos, revelados em investigações do Ministério Público e da Justiça Federal.


104 - O aumento na produção de óleo, nos últimos anos, melhorou a conta-petróleo (exportações e importações de óleo e de derivados), que passou de déficit de R$ 11,7 bilhões para superávit de US$ 2,5 bilhões entre 2013-2014 e o exercício de 2016. Uma das causas é que o pré-sal fornece óleo mais leve, reduzindo as necessidades e os gastos de importação.


105 - Indicadores financeiros entre 2006 e 2016:



106 - Fim da Era Dilma pra início dos anos de Temer: ...a Petrobras não teve saída senão ajustar o nível de investimentos ao cumprimento dos serviços anuais da dívida, com cortes drásticos a partir de 2014. Nesse ano, a redução chegou a 64% dos níveis do período 2010-2013 (média de US$ 43,7 bilhões), e teve início um programa de venda de ativos para diminuir o montante da dívida e baixar a relação dívida líquida/Ebitda para número próximo de 2,5.



107 -  ...Isso teve reflexo no emprego: de 2013 a 2016, foram dispensados 17,8 mil funcionários. Em março de 2017, o total de funcionários era de 65.220 pessoas. Desde o final de 2014, foram liberados 114 mil prestadores de serviços – trabalhadores em obras, montagens, administrativos e operacionais. Nos estaleiros, o contingente caiu de 82,5 mil pessoas para 43,7 mil, daquela data a junho de 2016.


108 - ...o custo médio de extração de petróleo e gás (sem impostos) caiu de US$ 14,6 para US$ 10,6 por barril de 2014 a 2017.


109 - O texto fala em sobrecarga de responsabilidades para a Petrobrás no modelo aprovado na era PT (não havia investimento pra concretizar tudo, alega): Esses novos tipos de contrato (cessão onerosa e partilha) permitiram transferir à Petrobras o comando operacional de nove grandes campos de petróleo (volumes estimados de 27,3 bilhões de barris de óleo equivalente – boe), que incluem dois campos supergigantes e muito raros no mundo (Libra e Búzios, com volumes estimados de cerca de 20 bilhões de barris boe). A esses campos se somam os primeiros campos descobertos no pré-sal, ainda no regime de concessão (com volumes estimados de 11,9 bilhões de barris boe).


110 - ...Com a Petrobras na função de operadora única e com a suspensão de leilões para áreas exploratórias, minguaram os investimentos privados em explorações e na cadeia de fornecedores de bens e serviços, justamente num período altamente promissor, quando o preço do barril superava US$ 100, de 2011 ao início do segundo semestre de 2014. (...) Além disso, a venda de gasolina e diesel abaixo dos custos de importação prejudicou a área de abastecimento da estatal em US$ 41 bilhões e retraiu investimentos privados em refino de petróleo, que foram suspensos ante a falta de perspectiva de retorno. (...) Outro ponto desfavorável foi a exigência de conteúdo local mínimo de plataformas, bens e serviços para estimular a fabricação local de grande parte desses itens.


111 - ...As dificuldades das empresas fornecedoras de cumprirem os índices de conteúdo local acabaram por retardar a entrega de encomendas. A Petrobras sofreu atrasos, que variaram de treze meses até 38 meses, em dez plataformas de produção, adquiridas em 2010 e 2011.


112 - Dependência da Petrobrás: ...Mais atingidas com a crise foram as empresas que haviam se endividado para investir em instalações e meios de produção. A renda e o emprego foram afetados pela diminuição das atividades produtivas em segmentos vinculados à Petrobras, além de menores royalties pagos a estados e municípios.


113 - Uma das primeiras mudanças da Era Temer: ...teve fim a obrigatoriedade de a Petrobras participar como operador único e com 30% do capital de todos os novos campos do pré-sal – agora, a participação da empresa é facultativa.



Pgs. 145-152


"CAPÍTULO 14: "Energias Renováveis - Definir Políticas para o Setor"


114 - Nesse cenário, o Brasil é um caso de sucesso: 85% da sua matriz de geração vem dessas fontes, principalmente de hidrelétricas, cuja tecnologia é amplamente conhecida e aplicada aqui.


115 - ...Funcionam também usinas térmicas, que foram instaladas para complementar a oferta das hidrelétricas em períodos críticos, como os de seca. No entanto, desde 2013, seu uso se intensificou, aumentando custos e emissões de gás carbônico (CO²).


116 - Temperar a base hídrica com a energia eólica é uma escolha interessante. ...ventos e chuvas apresentam uma correlação negativa que contribui para a segurança do abastecimento.




Pgs. 153-162


"CAPÍTULO 15: "Inserção Internacional - Desenvolvimento Exige uma Nova Agenda Internacional"


117 - Afirmação polêmica: Há evidências empíricas de que uma maior abertura comercial aumentaria a produtividade, ao promover maior concorrência, estimulando a inovação pelo acesso a insumos portadores de novas tecnologias, reduzindo custos de produção, ampliando ganhos de escala e criando mercados para produtos e serviços nacionais. Pode, também, contribuir para reduzir a pobreza no país, por baratear o consumo de bens e serviços básicos, e por expandir atividades que empregam pessoal menos especializado, como agroindústria e serviços.


118 - Não por coincidência, a economia brasileira é das mais fechadas do mundo: é a nona entre as maiores, mas apenas a 25a exportadora. O produto interno bruto (PIB) representa 3% do mundial, mas suas exportações, só 1,2% do total.


119 -  De acordo com sua renda per capita, a tarifa média esperada para o Brasil deveria ser de aproximadamente 7%, mas a tarifa média praticada é de cerca de 14%. Dados de 2014 (não sei o quanto isso mudou...).




120 - Algumas importações são baratas/facilitadas por aqui: Regimes especiais favorecem a competitividade internacional das grandes exportadoras, mas é preciso reconhecer que essas empresas são um enclave em uma indústria cuja produtividade cai há décadas


121 - O Brasil pode e deve aperfeiçoar e reformular sua estratégia de inserção econômica internacional, revisando o viés contrário ao estabelecimento de acordos comerciais bilaterais e plurilaterais, para além de interesses setoriais localizados.


122 - O investimento estrangeiro direto realmente cresceu forte, mas não no máximo do potencial, coloca. Entre 1990 e 2014, o estoque de IDE per capita elevou-se de US$ 248 para US$ 3.022, passando de 10,1% para 25,45% no PIB brasileiro. No entanto, embora haja bom volume de influxo de investimentos, a relação estoque de IDE/PIB brasileiro ainda é relativamente baixa. Em 2012, essa relação era de 10,3%, abaixo dos 17,9% de países em desenvolvimento.


123 - A "qualidade" do IED em solo brasileiro ainda é um problema: Além de não incentivar as exportações de multinacionais atuantes no Brasil, o IDE acaba por dificultar a inserção nas CGVs, concentrando a produção em bens e serviços finais para o mercado interno – embora as maiores oportunidades estejam nas etapas intermediárias, também mais demandantes de inovação tecnológica.


124 - Apoio ao "IED brasileiro" lá fora: As fusões e aquisições realizadas por empresas brasileiras em mercados desenvolvidos, além de favorecer a absorção de tecnologia, possibilitam o estabelecimento de estruturas logísticas mais sofisticadas para atender o mercado local, como a incorporação de laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento. Assim, melhora-se a capacitação da mão de obra nacional e transfere-se conhecimento a centros de pesquisa locais.


125 - Defende acordos de liberalização comercial com os países mais relevantes - os principais parceiros -, ao menos. 



Pgs. 163-170


"CAPÍTULO 16: "Sustentabilidade - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos Desafios da Nação"


126 - Objetivos para 2030 e afins. Protocolo de boas intenções praticamente.



127 - As metas sociais são ambiciosas para um sistema capitalista, mas duvido que muitos cumpram: ...Meta 10.1:até 2030, progressivamente alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da população mais pobre a uma taxa maior que a média nacional”.



FIM!


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