Livro: Krugman et al. - Economia Internacional (2015) - Capítulo 6

   

Livro: Krugman et al. - Economia Internacional (2015)



Pgs. 114-133


"CAPÍTULO 6: "Modelo padrão de comércio"


74 - Os modelos que estudamos podem ser vistos como casos especiais de um modelo mais geral de economia comercial mundial.


75 - Linhas de isovalor para indicar onde haverá a maximização da produção no modelo com fronteiras de possibilidade de um país:



76 - ...Agora, suponha que Pt/Pa aumentasse (tecido torna‑se mais valioso em relação ao alimento). Então as linhas de isovalor seriam mais inclinadas do que antes. Na Figura 6.2, a maior linha de isovalor que a economia poderia alcançar antes da mudança em Pt/Pa é indicada por VV¹; a linha mais alta após a mudança de preço é VV², o ponto no qual a produção econômica muda de Q1 para Q2.



77 - ...Entram as curvas de indiferença, que serão essenciais para quantificar quanto se exporta e o quanto se importa de cada coisa: Os gostos de um indivíduo podem ser representados graficamente por uma série de curvas de indiferença



78 - Mais simulação: preço do tecido sobe numa economia tipo a acima - exportadora de tecidos. O efeito renda tende a aumentar o consumo de ambos os bens, enquanto o efeito substituição age para fazer a economia consumir menos T e mais A. (...) O gráfico mostra como o aumento no preço relativo do tecido induz um aumento na produção relativa de tecido (vai do ponto 1 para o 2), bem como uma redução no consumo relativo de tecido (vai do ponto 1’ para o 2’). Essa mudança no consumo relativo pega o efeito substituição da mudança de preço. Se o efeito renda da mudança de preço for grande o bastante, então os níveis de consumo de ambos os bens poderia aumentar (DT e DA aumentam); mas o efeito substituição de demanda dita que o consumo relativo de tecido, DT e DA, diminui. Se a economia não pode negociar, então ela consome e produz no ponto 3 (associado com o preço relativo (PT /PA)³).



79 - ...A afirmação geral, então, é a de que um crescimento nos termos do comércio aumenta o bem‑estar de um país, enquanto um declínio nos termos do comércio reduz seu bem‑estar. São os termos de troca. Note, entretanto, que mudanças nos termos do comércio de um país nunca diminuem o bem‑estar abaixo de seu nível de bem‑estar em caso de ausência de comércio (representado pelo consumo em D³).


80 - Crescimento dos outros países na perspectivas dos EUA: De um lado, o crescimento econômico no resto do mundo pode ser bom para nossa economia, porque significa mercados maiores para nossas exportações e preços mais baixos para nossas importações. Por outro lado, o crescimento em outros países pode significar aumento da competição para nossos exportadores e produtores domésticos, que precisam concorrer com exportadores estrangeiros.


81 - Vão jogando conceitos...: O crescimento que expande desproporcionalmente as possibilidades de produção de um país na direção do bem que ele exporta (tecido para Doméstica, alimentos para Estrangeira) é um crescimento enviesado pela exportação. De modo similar, o crescimento enviesado para o bem que o país importa é um crescimento enviesado pela importação.


82 - ...A partir disso, torna-se possível falar da tese do "crescimento empobrecedor". Exemplifica com o país pobre que cresce guiado pelo aumento das suas exportações, movendo sua economia, porém, para termos de troca cada vez piores (aumentando a produção desse bem). Krugman e etc. dizem que era o medo de muitos economistas que bradavam contra a "primarização" das economias mais pobres nos anos 50, digamos assim.


83 - ...Na verdade, alguns estudos mostram que a maioria das flutuações no PIB em vários países em desenvolvimento (onde as flutuações do PIB são bem grandes em relação às flutuações do PIB em países desenvolvidos) podem ser atribuídas às flutuações em seus termos de comércio. Por exemplo, a Argentina sofreu uma deterioração de 6% em seus termos de comércio em 1999 (por um declínio nos preços da agricultura), o que provocou uma queda de 1,4% no PIB. (A perda real do PIB foi maior, mas outros fatores contribuíram para essa deterioração). Por outro lado, o Equador desfrutou de um aumento de 18% em seus termos de comércio em 2000 (pelo aumento nos preços do petróleo), o que adicionou 1,6% à taxa de crescimento do PIB para aquele ano.


84 - Enfim, a situação dos EUA (voltando ao ponto oitenta mais acima) depende do viés do crescimento dos demais países do mundo: Essas preocupações pareceram ganhar algum suporte intelectual de um trabalho de 2004 de Paul Samuelson, que criou muito da teoria moderna de comércio internacional. Nesse trabalho, Samuelson, utilizando um modelo ricardiano, oferece um exemplo de como o progresso tecnológico em países em desenvolvimento prejudica países desenvolvidos. Seu estudo foi simplesmente um caso especial da análise que acabamos de descrever: o crescimento no resto do mundo pode prejudicar você se ocorrer em setores que competem com suas exportações.


85 - ...Krugman e demais discordam e mencionam que, embora isso seja possível em tese, na prática vem ocorrendo o contrário. Crescimento do comércio EUA-China e sem a terrível deterioração dos termos de troca prevista. Tenha em mente que o canal pelo qual o crescimento exterior poder prejudicar um país é pelos termos de comércio. Então se a afirmação de que a competição de países recém‑industrializados prejudica economias desenvolvidas for verdadeira, nós deveríamos ver números negativos alarmantes para os termos de comércio de países desenvolvidos e números positivos significativos para os termos de comércio de novos competidores. No Pós‑escrito Matemático deste capítulo, mostramos que a porcentagem real de efeito renda de uma mudança nos termos de comércio é mais ou menos igual à mudança porcentual nos termos de comércio multiplicada pela participação das importações na renda. Uma vez que países desenvolvidos gastam em média 25% de sua renda em importações (a participação de importação no PIB dos Estados Unidos é menor do que essa média), uma diminuição de 1% nos termos de comércio reduziria a renda real em apenar 0,25%. Então os termos de comércio deveriam diminuir vários percentuais por ano para ser um problema notável no crescimento econômico. (...) Ademais... Os termos de comércio dos Estados Unidos em 2011 estão praticamente iguais aos de 1980.


86 - Ambos encarecem internamente os produtos, mas tarifa à importação vai melhorar o termo de troca, já o subsídio à exportação vai piorar. 



87 - Tarifar o resto do mundo, mesmo se for possível sem muita retaliação, pode ter efeitos perversos: A melhora nos termos de comércio beneficia Doméstica; entretanto, a tarifa aduaneira também impõe custos distorcendo os incentivos de produção e de consumo dentro de sua economia. Quanto menor o país, mais difícil se dar bem com isso, pois a alteração nos termos de troca pode ser irrelevante. Nas palavras do livro, para países pequenos que não podem ter muito impacto em seus termos de comércio, a tarifa ótima é próxima de zero.


88 - O livro é EUAcêntrico rs: ...subsídios à exportação de coisas que os Estados Unidos importam ajudam o comércio norte‑americano, enquanto tarifas aduaneiras contra as exportações norte‑americanas prejudicam


89 - Empréstimos internacionais são "comércio intertemporal".



90 - A fronteira acima será empurrada pra frente ou pra trás de acordo com mudanças na orientação temporal. O juro real do país que quer "gastar o futuro" tende a ser maior. A quantidade do pagamento no futuro será (1 + r) vezes a quantidade emprestada no presente, onde r é a taxa de juros real do empréstimo. (...) o preço relativo do consumo futuro é 1/(1 + r).


91 - Ao fim, relembram as principais conclusões do capítulo, entre elas:  O crescimento que é enviesado pela exportação (crescimento que expande a habilidade de uma economia em produzir bens que exportava inicialmente mais do que expande a habilidade da economia em produzir bens que competem com as importações) piora os termos de comércio. Contrariamente, o crescimento que é enviesado pela importação, que aumenta desproporcionalmente a habilidade de produzir bens que competem com a importação, melhora os termos de comércio do país. 


APÊNDICE DO CAPÍTULO 6 - Mais sobre o comércio intertemporal


92 - Chatice. Li e pareceu uma forma de tornar chato algo simples.


.


Comentários