Livro: Ha-Joon Chang - 23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo - Capítulo 23

                                                                                                                                                    

Livro: Ha-Joon Chang - 23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo



Pgs. 190-196


"CAPÍTULO 23: "Uma boa política econômica não requer bons economistas"


195 - Durante os seus anos “milagrosos”, as políticas econômicas do Japão e (em menor grau) da Coreia foram dirigidas por advogados. Em Taiwan e na China, as políticas econômicas têm sido conduzidas por engenheiros. (...) Essa conjectura é indiretamente respaldada pelo fato de que embora as políticas econômicas em muitos países da América Latina tenham sido elaboradas por economistas, por sinal altamente capacitados (com os “Garotos de Chicago” do General Pinochet sendo o exemplo mais notório), o seu desempenho econômico têm sido muito inferior ao dos países do Leste Asiático. A Índia e o Paquistão também têm muitos economistas de nível internacional, mas o seu desempenho econômico não está à altura do do Leste Asiático.


196 - Crescimento europeu no passado e o crescimento asiático das últimas décadas do século XX: Se taxas de crescimento de 1 a 1,5% descrevem uma “revolução” e 3,5 a 4% uma “idade do ouro”, 6 a 7% merecem ser chamados de “milagre”.


197 - Coloca que os economistas realmente responsáveis - os keynesianos - salvam o mundo com injeções de liquidez, bem-estar social, resgastes dos bancos e FGCs da vida pra evitar corrida bancária. Haveria divergência mesmo entre os neoclássicos quanto à falibilidade do mercado: São teorias do “fracasso do mercado” ou “economia do bem-estar”, apresentadas pela primeira vez pelo professor de Cambridge, Arthur Pigou, no início do século XX, e posteriormente desenvolvidas por economistas da atualidade como Amartya Sem, William Baumol e Joseph Stiglitz, mencionando apenas alguns dos mais importantes.



Pgs. 197-211


"Conclusão Como reconstruir a economia mundial"


198 - Há diversos "capitalismos". Coloca que o sueco é diferente do americano e ambos são diferentes do japonês, por exemplo. 


199 - Crises financeiras: Foi sugerido que podemos evitar outra grande crise financeira aumentando a transparência. Isso está errado. O problema fundamental não é a nossa falta de informação e sim a nossa capacidade limitada de processá-la. Na realidade, se o problema fosse a falta de transparência, os países escandinavos — notoriamente transparentes — não teriam passado por uma crise financeira no início da década de 1990. Chang sugere proibir instrumentos financeiros complexos.


200 - Mais medidas: Devemos recompensar melhor o comportamento com benefícios públicos (p. ex., a redução do consumo de energia, o investimento em treinamento), não apenas por meio de subsídios do governo mas também conferindo a esse comportamento um status social mais elevado.


201 - Coloca-se novamente contra a ideia de sociedade pós-industrial: A não ser que você seja um minúsculo paraíso fiscal (um status que irá se tornar cada vez mais difícil de manter, depois da crise de 2008), como Luxemburgo ou Mônaco, ou um pequeno país que flutua sobre petróleo, como Brunei ou o Kuwait, você precisa se tornar mais competente na fabricação de coisas a fim de elevar o seu padrão de vida. Ademais, os serviços (especialmente os sofisticados) dependem de um bom setor industrial. 


202 - O investimento em coisas “maçantes” como maquinaria, infraestrutura e treinamento de trabalhadores precisa ser incentivado por meio de mudanças apropriadas na regulamentação fiscal (p. ex., depreciação acelerada para máquinas), subsídios (p. ex., para o treinamento dos trabalhadores) ou investimentos públicos (p. ex., redirecionamento para o desenvolvimento infraestrutural). (...) Quando apropriadamente projetada e implementada, a intervenção do governo pode aumentar o dinamismo econômico aumentando a oferta de insumos que os mercados não costumam fornecer com facilidade (p. ex., P&D, treinamento para os trabalhadores).


203 - A indústria japonesa precisou de quarenta anos de proteção e de subsídios do governo para conseguir se tornar um sucesso internacional, mesmo no segmento inferior do mercado. A Nokia levou dezessete anos para ter lucro no setor da eletrônica, onde é hoje uma das líderes mundiais. No entanto, depois do crescente grau de desregulamentação financeira, o mundo tem operado com horizontes cada vez mais curtos. Enfim, é a favor de alguma espécie de controle de capital, especialmente em países em desenvolvimento. 


204 - As regras internacionais precisam deixar mais espaço aos países em desenvolvimento para que possam implementar políticas que os países ricos usaram no passado. Os países em desenvolvimento precisam de um regime mais permissivo no que diz respeito ao uso do protecionismo, da regulamentação do investimento estrangeiro e dos direitos da propriedade intelectual, entre outras coisas.


205 - No mais, repetições das linhas de raciocínios já mais bem expostas nos capítulos do livro.



FIM!


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