Livro: Fabio Giambiagi... - Desenvolvimento Econômico... (2013) - Capítulos 8 e 9
Livro: Fabio Giambiagi, Veloso, Pedro Cavalcanti and Pessoa - Desenvolvimento Econômico, Uma Perspectiva Brasileira (2013)
Pg. 255
"CAPÍTULO 8: "CRESCIMENTO BRASILEIRO REVISITADO"
258 - Texto de Edmar Bacha e Regis Bonelli. Infelizmente por algum motivo não foi disponibilizado. Logo, como está fora da minha contabilidade anual de páginas, vou só baixar e deixar separado se algum dia eu quiser fichar por fora. Achei aqui:
Pg. 256-277
"CAPÍTULO 9: "O MILAGRE, A ESTAGNAÇÃO E A RETOMADA DO CRESCIMENTO: AS LIÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS"
259 - Texto de Roberto Ellery e Arilton Teixeira. Parece ser um texto curioso. Dizem que havia crescimento com PTF ruim em Geisel e crescimento fraco com PTF boa nos anos 1990-2010. A ver.
260 - Anos sessenta: O que chamamos de modelo neoclássico de crescimento econômico, ou modelo Cass-Koopmans, vem de dois trabalhos independentes publicados simultaneamente, escritos por David Cass e por Tjalling Koopmans. Dizem que é muito semelhante ao de Solow.
261 - Não entendi bem o que pretendeu com a explicação do modelo lá, mas as conclusões não me parecem nada novas/diferentes em relação aos cálculos mais simples dos capítulos anteriores: Vejamos o que ocorre na primeira metade dos anos 1970. O PIB por trabalhador cresce rapidamente devido à PTF. Isso significa que conseguimos produzir cada vez mais com a mesma quantidade de insumos. Logo, essa elevação da produtividade tendeu a aumentar o retorno do capital, levando a mais investimentos e a um novo ciclo de aumento da produção.
262 - ...chamaremos esse período entre 1975 e 1992 de “décadas perdidas”, devido à ausência de progresso técnico. (...) Nos anos 1980, a famosa “década perdida”, o PIB por trabalhador cai, seguindo a queda da PTF. É a mesma lógica (agora invertida) do comportamento da economia na primeira metade dos anos 1970. A queda da PTF significa menos produto com a mesma quantidade de insumos, o que reduz o retorno do capital e a lucratividade dos investimentos, que por sua vez diminuem, levando a uma nova queda do crescimento. O estranho mesmo seria o período Geisel: ...Aqui, a despeito da queda do retorno do capital devido à queda da PTF, os investimentos estão aumentando. Esse aumento é suficientemente grande a ponto de manter a economia crescendo, a despeito da queda da PTF.
263 - ...Como o investimento privado segue a lógica da lucratividade e o público não necessariamente, tentou ver se o primeiro não estava caindo enquanto o segundo crescia. Porém, não foi bem isso. Inclusive o investimento público começou a cair primeiro!
264 - ...Solução vem no gráfico seguinte: ...o aumento do PIB brasileiro na segunda metade dos anos 1970 pode ser explicado pela elevação do estoque de capital, que compensou a queda da PTF. O aumento do estoque de capital, por sua vez, é explicado pelo aumento do investimento agregado, que foi gerado direta e indiretamente pelo setor público. O efeito direto ocorreu através do aumento do investimento do governo e das empresas estatais. O efeito indireto deu-se via concessão de subsídios ao setor privado, garantindo o retorno dos investimentos em um momento em que as condições de mercado eram adversas.
265 - ...Por fim, colocam que é um tipo de crescimento insustentável. O custo desse crescimento começou a ser pago na década de 1980. (Meu problema com essas interpretações é que eles simplesmente estão cagando para os choques externos. Brasil tomou um nó financeiro. Porém, há alguma razão no raciocínio todo).
266 - Trabalha as "décadas perdidas" como desvios da tendência de crescimento do PIB por trabalhador de 2%. O Gráfico 9.7 mostra o comportamento do produto por trabalhador, do estoque de capital por trabalhador e das horas trabalhadas em comparação a uma tendência de 2% ao ano (nota-se que só a PTF é que pode explicar):
267 - Subperíodos das "décadas perdidas" - aparentemente Collor foi um desastre:
268 - Coloca que os modelos subestimam o algum crescimento do produto que houve (isso em plena longa tendência de queda da PTF) em razão da incapacidade do modelo de explicar o aumento da relação capital/produto no mesmo período. Acumulação de capital continuava a crescer mesmo com retornos piores. (...) Tanto Bugarin e demais autores quanto Ferreira e coautores mostram que o aumento do capital nesse período é em grande parte explicado pelo aumento no preço relativo das construções. No caso dos primeiros, eles mostram que, quando a variação dos preços relativos é eliminada dos dados, o produto gerado pela simulação do modelo é bem mais próximo do observado na economia brasileira.
269 - Período FHC/Lula: A Tabela 9.3 mostrou que, entre 1993 e 1998, parte dos ganhos de produtividade não se transformou em crescimento do produto por trabalhador. Ocorreu uma redução tanto no uso do capital relativo ao produto quanto no esforço de trabalho. A Tabela 9.4 ilustra esse mesmo fenômeno no período entre 1995 e 2007. (Já vi outros cálculos com resultados piores para a PTF desses períodos):
270 - Entre 1992 e 1997, a PTF cresceu 15,6%, enquanto o produto cresceu 10,9%. Ou seja, entre 1992 e 1997, a PTF teve uma taxa de crescimento mais de 40% maior que a taxa de crescimento do produto por trabalhador. Tomando o período como um todo, a PTF cresceu 21%, enquanto o produto por trabalhador cresceu 18,2%. ...Surge a questão reversa da Era Geisel: Esse resultado coloca uma questão: por que o aumento de produtividade não induziu maior uso dos fatores? Afinal, uma produtividade mais alta eleva a remuneração dos fatores, e, portanto, seria razoável supor que os fatores fossem utilizados de forma mais intensiva. Especula-se que a culpa seria dos impostos. Especialmente na era FHC houve bem forte elevação da carga tributária em relação ao PIB.
271 - ...A ampliação do uso dos fatores teria sido inibida pelos impostos mais altos. ...Tanto a carga tributária quanto as alíquotas marginais sobre o capital e o trabalho apresentam crescimento significativo no período:
272 - Em síntese, para financiar o estado de bem-estar consagrado na Constituição de 1988, o governo teve de aumentar a arrecadação de impostos. Criticam o Brasil por taxar como país rico (um exagero dizer isso) e investir como país pobre.
.
Comentários
Postar um comentário