Livro: Alfred Marshall - Princípios de Economia Vol. I - Prefácios e Capítulo 1

                                        

Livro: Alfred Marshall - Princípios de Economia Vol. I (Os Economistas) (1890)



PRINCÍPIOS DE ECONOMIA - TRATADO INTRODUTÓRIO - Natura Non Facit Saltum - VOLUME I - Introdução de Ottolmy Strauch - Tradução revista de Rômulo Almeida e Ottolmy Strauch



Pgs. 5-54


"INTRODUÇÃO"


1 - Este texto eu já li e fichei. Está sob o título "Ottolmy Strauch - Compreendendo Marshall".



Pgs. 55-74


"PREFÁCIOS e SUMÁRIO"


2 - A natureza não fornece uma divisão absoluta para o tempo: Assim, por exemplo, a maior parte, ainda que não toda, da distinção entre renda e juro do capital gira em torno da extensão do período que temos em vista. (...) E não existe uma linha divisória nítida entre capital flutuante e aquele que foi “imobilizado” num ramo particular da produção, nem entre novas e velhas inversões de capital; cada grupo se confunde gradualmente com o outro.


3 - Por outro lado, embora haja uma linha nítida de divisão entre o próprio homem e os meios que ele usa, e ainda que a oferta e a procura dos esforços e sacrifícios humanos ofereçam particularidades que lhes são próprias e que não são comuns à oferta e à procura de bens materiais, ainda assim tais bens materiais, em última análise, são geralmente, eles mesmos, o resultado do trabalho humano.


4 - Não há, na vida real, uma linha nítida de divisão entre as coisas que são e as que não são Capital, ou as que sejam ou não necessárias à vida, ou, ainda, entre o Trabalho que se considera produtivo e o que assim não é considerado.


5 - Autor citado por Marshall como influência: Johan Heinrich von Thünen (1783-1850), economista alemão, aplicava em sua propriedade rural um modelo de administração em que os empregados participavam dos lucros. É autor de O Estado Isolado (Der Isolierte Staat, 2v., 1824-1850). Sua principal contribuição à teoria econômica foi, seguindo Ricardo, o estudo da renda fundiária, formulando, antes mesmo dos marginalistas clássicos, o princípio da produtividade marginal e cuja terminologia, neste particular, o autor adotou.


6 - Como sabido, evitou matemática, embora dominasse bastante: A argumentação do texto não se baseia nesses diagramas, que podem ser abandonados, mas a experiência parece demonstrar que eles dão uma compreensão mais firme de muitos princípios importantes do que a que se obteria sem a sua ajuda, e que existem muitos problemas de teoria pura que ninguém jamais enfrentará de outro modo, uma vez aprendendo a usar diagramas.


7 - No outro prefácio, trinta anos à frente da primeira edição do livro, coloca: O presente volume fica pois como uma introdução geral ao estudo da ciência econômica.


8 - E embora um inventor, um organizador ou um financista de gênio pareça ter modificado a estrutura econômica de um povo quase que de um golpe, uma pesquisa revelará que mesmo a parte da sua influência não meramente superficial ou transitória não terá feito mais do que levar a termo um largo movimento construtivo que há muito se achava em gestação.


9 - Coloca que vai estudar os fenômenos mais regulares, mas nem por isso sem dinâmica, da economia. Tipo trabalhar mais nas "CNTP". Vai partir do mais estático, porém. Gradualmente a área do problema dinâmico se torna maior, diminui a área abrangida por pressuposições estáticas provisórias e, por fim, se alcança o grande problema central da Distribuição do Dividendo Nacional entre um vasto número de diferentes agentes da produçãoEntrementes, o princípio dinâmico da “Substituição” aparece sempre em ação, fazendo com que a procura e a oferta de qualquer série de agentes de produção sejam influenciadas, através de canais indiretos, pelos movimentos de procura e oferta relativos a outros agentes, mesmo situados em remotos campos da indústria. (...) Hipóteses estáticas fragmentárias são utilizadas como auxiliares temporárias de concepções dinâmicas, ou melhor, biológicas, mas a idéia central da Economia, mesmo quando somente os seus Fundamentos estão em discussão, deve ser a de força viva e de movimento.



Pgs. 75-84


"CAPÍTULO 1: "Introdução"


10 - É o início do "LIVRO PRIMEIRO - Exame Preliminar".


11 - Posição do autor quanto á pobreza: Aqueles que têm sido chamados a escória das nossas grandes cidades têm pouca oportunidade para a amizade; nada conhecem do decoro e do sossego, e muito pouco mesmo da união da vida de família; e a religião freqüentemente não chega a alcançá-los. Se suas doentias condições físicas, mentais e morais são em parte devidas a outras causas alheias à pobreza, é esta, sem dúvida, a causa principal. Depois, vai adicionando detalhes nessa mesma toada.


12 - Dá crédito demais ao seu cristianismo na percepção da desigualdade e importância da dignidade humana: A dignidade do homem foi proclamada pela religião cristã, e foi afirmada com crescente veemência durante os últimos cem anos, mas só com a difusão da educação durante os tempos recentes começamos a sentir a inteira importância destas palavras. Agora, afinal, nos dispomos seriamente a investigar se é necessário haver as ditas “classes baixas”, isto é, se é preciso haver um grande número de pessoas condenadas desde o berço ao rude trabalho a fim de prover os requisitos de uma vida refinada e culta para os outros, enquanto elas próprias são impedidas por sua pobreza e labuta de ter qualquer quota ou participação nessa vida.


13 - Tece elogios ao progresso de sua época (1908): ...enquanto a crescente procura de trabalho inteligente operou nas classes de artífices um crescimento tão rápido que elas agora superam o número dos trabalhadores não qualificados. Uma grande parte dos artífices deixou de fazer parte das “classes baixas”, no sentido original do termo, e alguns deles já levam uma vida mais refinada e superior à da maioria das classes altas de um século atrás.


14 - Coloca que nem todas as iniciativas sobre o futuro se dão na forma da ação individual, havendo inclusive certo espírito coletivo novo: ...estas tendências para a propriedade coletiva e para a ação comum são inteiramente diferentes das de tempos antigos, porque resultam não do costume nem de nenhum sentimento passivo de associação de vizinhança, mas da livre escolha de cada indivíduo da linha de conduta que lhe parece, depois de cuidadosa deliberação, a melhor para atender aos seus fins, egoístas ou não


15 - ...Isso não eliminaria a concorrência, pois esta não está restrita ao egoísmo: O termo “concorrência” adquiriu um sentido pejorativo, e veio a implicar certo egoísmo e indiferença pelo bem-estar dos outros. É certo que há um egoísmo menos deliberado nas formas antigas da indústria do que nas modernas, mas também há um altruísmo menos deliberado. É a deliberação e não o egoísmo a característica da era moderna.


16 - Coloca que o homem de negócios "atual" estaria longe de ser pior que qualquer outro homem já foi. Na linguagem dele: (...) nem os registros da História nem a observação contemporânea de raças atrasadas, cuidadosamente estudadas, dão qualquer fundamento à doutrina de que o homem em conjunto seja mais insensível e duro do que era; ou que fosse em algum tempo mais capaz do que é hoje para sacrificar sua própria felicidade em benefício dos outros, quando o costume e a lei o deixam livre para eleger sua própria conduta.


17 - ...Em um mundo no qual todos os homens fossem perfeitamente virtuosos, a competição não teria lugar, mas o mesmo aconteceria com a propriedade particular e qualquer forma de direito privado.


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