Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx I - Capítulo 2

             

Livro: João Bernardo - Marx Crítico de Marx - Livro Primeiro 


Pgs. 77-114:


"CAPÍTULO 2: "Prática humana, prática institucional e ideologia da prática"


21 - "O homem não reflete sobre o mundo, mas reflete a sua prática sobre o mundo." (Sim, mas e aí?)


22 - Acusa Kosic de não conhecer a "práxis institucional", mas apenas a individual. Por isso, Kosic só falaria em práxis individual e realidade natural, o que cairia no empirismo. (A discussão fica assim no abstrato mesmo. Não aparece qualquer exemplo concreto).


23 - O conhecimento viria dessa práxis institucional, seja o que for, não da própria natureza, seja o que for também.


24 - Quando me refiro a "exemplos concretos" é tipo o que Spinoza fez ao explicar sobre a pedra (trecho do capítulo) em movimento por uma causa externa e "pensando que a causa é ela mesma devido a seu esforço". JB conclui que há Spinoza em Marx, mas não tanto quanto se pode pensar, pois Spinoza "não concebe o movimento (humano) como práxis". Práxis = atividade humana que é determinada e exerce efeitos de determinação. Coloca que não há "causalidade complexa", portanto, em Spinoza.


25 - Vontade = consciência da prática. Na verdade, ele diz que é a inconsciência dessa consciência, o que me parece contraditório. E o "homem pratica e pensa o que pratica" me parece uma semi-tautologia.


26 - Coloca que Trotsky, apesar de basear, no fundo, sua filosofia na "vontade livre", afirmava que a tarefa marxista vinha não dessa, mas da necessidade inabalável. Tipo como os calvinistas acreditavam ser predestinados. Não se trata de enfatizar o livre-arbítrio como motivação. É até o contrário.  


27 - "Enquanto meramente determinada pela prática, a ideologia é posterior à ação que concebe".


28 - JB cita o exemplo da confiança e das expectativas na economia. Marxistas ortodoxos poderiam bradar contra isso, taxando tudo de idealismo. A verdade, porém, é que essas expectativas - sejam de crise ou recuperação ou etc. - têm influência material/real sobre a vida econômica. O capitalismo pré-monopolista era menos coordenado e sofria mais com isso. (Muito em linha com os gráficos que vi sobre a "era da moderação" pelos bancos centrais).


29 - A tudo isso, segue-se um papo pra lá de abstrato sobre "prática frustrada" e ideologias como expressão disso. Fala especialmente da filosofia alemã, com Hegel, tendo o "orgasmo" (lógica orgástica ou sei lá o que) por meio da teorização, por falta de ação efetiva. Ao menos ao que entendi.


30 - Marx: teoria como momento da práxis. É a negação da metafísica.


31 - (Tem certa chuva de conceitos e palavras nesse capítulo que não sei dizer qual a relação com qualquer prática, tipo "conjunto inestruturado", então nem estou me atendo muito a isso. Ao menos por enquanto.).


32 - Do nada joga uma discussão sobre "mónada". JB realmente acha que a gente tem um conhecimento básico em filosofia na ponta da língua. 


33 - Traz um monte de ideias de Fichte, Schelling e Leibniz como precursoras da filosofia da história de Hegel. Como é tudo muito brevemente colocado, não sei se devo anotar algo. 


34 - Coloca que o idealismo romântico alemão, ao estabelecerem a "primazia do pensamento", estabeleceram na verdade a primazia da prática "sob" (esse "sob" é "sob" mesmo?) o "não-pensamento" da prática. A explicação que ele dá sobre isso depois é, como quase sempre, por demais abstrata.


35 - "As ideologias individuais exprimem as práticas individuais, mas o conjunto estruturado no todo articula, não só as práticas e a natureza, mas esta e as instituições sociais enquanto processo das práticas".


36 - Processo histórico explica os homens enquanto indivíduos.


37 - As ideologias só falam se sua própria prática, mesmo quando estão "lendo" outras. Afirma que a única forma pela qual uma ideologia critica outra é pela sua própria reafirmação. Coloca que o terreno é a prática. (bem tese onze isto aqui)


38 - Traz trecho de Marx falando de coisas que podem ganhar um "preço" sem ter "valor", como honra e afins. 


39 - Critica que Marx quisesse chamar o campo de "sua" prática de teoria e a dos demais de "ideologia". Seria padronizar uma verdade eterna para o próprio campo, digamos assim. Coloca que, por vezes, muda só a terminologia do par, como "ideologia/ciência". 


40 - Vem com coisas bem discutíveis: "nenhuma ciência chega a conclusões mais exatas que o senso comum". (Que é esse senso comum aqui? Coitada da ciência!). Diz que a distinção da ciência é ser mera prática laboratorial. 


41 - (Esse capítulo conseguiu ser mais chato que o primeiro. Que não seja tendência).


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