Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 50
Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulo 50
Pgs. 1003-1028:
CAPÍTULO 50: "A ilusão da concorrência"
637 - (O longo início são só coisas já explicadas, a meu ver).
638 - O que Marx quer dizer com salário que paga o mínimo para a sobrevivência? Não se trata apenas de comida e penico: O valor real de sua força de trabalho diverge desse mínimo físico; é distinta de acordo com o clima e o nível do desenvolvimento social; depende não só das necessidades físicas, mas também das necessidades sociais historicamente desenvolvidas, que se convertem numa segunda natureza. Em cada país, para determinado período, esse salário médio regulador é de uma grandeza dada.
639 - A relação entre mais-valor e lucro só se vê "globalmente": É a proporção entre o mais-valor total e o capital social total adiantado para a produção. Se esse capital é = 500 (digamos que sejam milhões) e o mais-valor = 100, então 20% formam o limite absoluto da taxa de lucro.
640 - Monopólios e rendas não alteram isso. "O preço monopólico de certas mercadorias não faria mais que transferir uma parte do lucro dos outros produtores de mercadorias para as mercadorias com preço monopólico. Indiretamente, ocorreria uma perturbação local na distribuição do mais-valor entre as diversas esferas da produção, que, no entanto, deixaria inalterado o limite desse mais-valor."
641 - Mesmo se o capitalista tentar fazer com que o trabalhador "pague" pelos excessos do monopólio, isso encontra limites: Ela poderia reduzir o salário abaixo do valor da força de trabalho, mas isso apenas na medida em que tal salário se encontrasse acima do limite de seu mínimo físico.
642 - O lucro não é criado pela concorrência. "Ela aumenta ou rebaixa, mas não cria o nível, que se estabelece em virtude da equalização."
643 - Preço de mercado varia mais que preço de produção que varia mais que o valor, digamos. Os preços de produção têm uma relação bem mais direta com os preços de mercado: "...preços médios reguladores por meio da compensação ininterrupta das flutuações constantes dos preços de mercado."
644 - O capítulo parece ser toda uma constatação meio óbvia de que, para o capitalista, o lucro médio e o salário, por exemplo, aparecem como dados, como se fossem entidades externas, que caem do céu, para formar o preço. Não se pergunta pelas causas. Por exemplo, neste trecho sobre o lucro médio: Em vez de mostrá-lo como resultado de um desdobramento do valor, sua manifestação o mostra, antes, como uma grandeza independente do valor do produto-mercadoria, dada de antemão no processo de produção das mercadorias e determinante do próprio preço médio das próprias mercadorias, isto é, como formador de valor.
645 - O trabalhador autônomo (ou, ao que entendi, o camponês): Pressupondo como base social geral o modo de produção capitalista e suas relações correspondentes, essa analogia é correta na medida em que não é em virtude de seu trabalho, mas da posse dos meios de produção – que aqui assumiram em geral a forma de capital –, que se encontra em condições de se apropriar de seu próprio mais-valor.
646 - Marx pensando no fim do capitalismo e na produção conscientemente dirigida: "...caso se libere dos entraves capitalistas essa porção e se a amplie até o volume do consumo que, por um lado, é permitido pela força produtiva existente da sociedade (ou seja, a força produtiva social de seu próprio trabalho como trabalho realmente social) e, por outro lado, requer o pleno desenvolvimento da individualidade; caso, além disso, se reduzam o mais-trabalho e o mais-produto à escala que, sob as condições de produção dadas da sociedade, é requerida, por um lado, para formar um fundo de emergência e de reserva e, por outro, para ampliar continuamente a reprodução no grau determinado pela necessidade social..." Meio que fala também de uma parte destinada à "seguridade social". Óbvio que não com essas palavras.
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