Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulos 41, 42, 43, 44 e 45

       

Livro: Karl Marx - O Capital, Livro III - Capítulos 41, 42, 43, 44 e 45



Pgs. 821-830:


CAPÍTULO 41: "A renda diferencial II – primeiro caso: preço de produção constante"


529 - (Continuo sem muita ideia do que ele pretende demonstrar. Parece um "pressupondo isso, ocorrerá tal pressuposto". Outras afirmações parecem meramente decorrências de matemática simples. Tipo: "se a taxa se mantém, os retornos serão proporcionais ao capital aplicado", digamos assim. Coisas desse tipo. Ou "se a taxa de lucro do capital adicional diminui, o retorno aumenta, mas proporcionalmente menor, desacelerando).


530 - (Mesma coisa nas páginas seguintes. É como se ele fizesse observações intricadas - ainda que totalmente corretas - sobre algo que pode ser explicado de forma tão simples que nem precisariam ser explicadas. O trecho da pg. 825 sobre produto em metros e lucro de um determinado capital investido é bem isso).


531 - (Tem umas frases que eu tenho impressão de que são bem mal escritas e/ou traduzidas: "Sob todas essas circunstâncias, isto é, que o mais­-produto que geram seja proporcional a sua grandeza, esteja acima ou abaixo dessa proporção, quer dizer, se em consequência da taxa de lucro extra o capital permanece constante, aumenta ou diminui em caso de crescimento deste último, aumentam o mais­-produto e o lucro extra por acre correspondente a ele e, por conseguinte, também eventualmente a renda, em grão e em dinheiro")


532 - O capítulo meio que se conclui assim: "Por essa razão, em dois países cujos preços de produção sejam idênticos, em que também o sejam as diferenças entre os tipos de terra e nos quais se tenha investido a mesma massa de capital, mas num deles se tenham feito mais investimentos sucessivos numa superfície de terreno restrita, enquanto no outro se tenha efetuado mais na forma de investimentos coordenados numa superfície mais ampla, a renda por acre e, portanto, o preço da terra seriam mais elevados no primeiro país e mais baixos no segundo, apesar de a massa da renda ser a mesma em ambos os países. Por conseguinte, nesse caso, a diferença no nível da renda não poderia explicar­-se a partir de uma diferença na fertilidade natural dos tipos de solo nem a partir da quantidade de trabalho empregado, mas de forma exclusiva a partir da índole diversa dos investimentos de capital". (Ok? Então basta usarmos a medida "fertilidade por acre" para notar a diferença? Termino sem ver bem qual é o grande achado do capítulo)



Pgs. 831-848:


CAPÍTULO 42: "A renda diferencial II – segundo caso: preço de produção decrescente"


533 - Também me parece iniciar com obviedades. Se sai o pior solo, o preço de produção diminui e, consequentemente, também o "lucro extra" (já que a base de comparação ficou mais complicada... o sarrafo ficou mais alto... O penúltimo solo é quem regula o preço de produção agora...). Os solos de melhor qualidade (B, C e D) são, desde sempre, mais produtivos e dão conta da demanda agora que se ampliou a oferta através de capitais adicionais nesses solos (o pressuposto desse ponto da explanação). De fato, devido à circunstância de que a produção adicional, obtida mediante um capital suplementar que atuava da mesma forma, colocou fora do mercado o produto de A e, com isso, eliminou o solo A como agente de produção concorrente, formou­-se uma nova renda diferencial I, na qual o solo B, melhor, desempenha o mesmo papel antes desempenhado pelo pior tipo de solo, o A. Por que ele chama isso de "produtividade inalterada" que é que ficou, a meu ver, sem explicação. Neste caso, mesmo com as condições técnicas inalteradas, a produtividade média subiria, a meu ver. Mesmo sem qualquer inovação.


534 - Depois vem uma confusão expositiva em dados e comparações para constatar outra coisa que me parece obviedade (sendo que nem prestei muita atenção nas tabelas): Isso demonstra como o valor em dinheiro e o valor em grãos da renda por acre podem aumentar, apesar de constituírem uma alíquota menor do rendimento total, que diminuiu em relação ao capital adiantado. O produto por acre chega a crescer, mesmo que a renda diminua. Até o lucro pode crescer assim: O valor do produto total em I é = £30; a renda é = £18, mais da metade do primeiro. O valor do produto total em IVd é = £45, das quais £18, menos da metade, são de renda. Muita coisa é possível, na verdade: O preço do cereal cai em 50%, e o mais­-produto aumenta em 100%. Para alcançar esse resultado, a produção total, sob nossos pressupostos, tem de triplicar, e o investimento de capital nas terras melhores tem de crescer mais que o dobro


535 - Depois, mais anotações no sentido de que "muita coisa depende de muita coisa, portanto, pode acontecer muita coisa", digamos assim... (Não que esteja errado, mas estranho seria alguém esperar algo em contrário).


536 - Analisa-se, após, queda de preço de produção com produtividade decrescente do capital adicional, também pressupondo a exclusão do solo A ao que entendi. Então realmente devo entender o "decréscimo de produtividade" que Marx se refere a "decréscimo excluindo A"? Na prática, novamente o que me parece ocorrer é um aumento, já que A cai fora e deixa de puxar a média pra baixo.


537 - Por fim, vem o decréscimo de preço de produção "em caso de taxa crescente de produtividade dos capitais adicionais". Há uma grande diferença aqui. Solo A não precisaria ser necessariamente excluído: Aqui, na variante 3 do segundo caso, em que o preço de produção diminui porque aumenta a produtividade do capital adicional, este último pode ser investido, sob certas circunstâncias, tanto no A como em tipos melhores de solo.


538 - O que eu tenho pensado é que tudo isso não parece tão diferente assim dos mecanismos que Marx explica no caso dos superlucros industriais advindos daqueles que empregam com tempo socialmente necessário menor. E este trecho aqui do capítulo reforça essa minha "analogia mental": Nenhum solo dá produto sem investimento de capital. Portanto, mesmo no caso da renda diferencial simples, na renda diferencial I, quando se diz que 1 acre de A, do solo que regula o preço de produção, dá determinada quantidade de produto por tal preço e que os tipos de solo melhores, B, C e D, dão determinada quantidade de produto diferencial e, por isso, com esse preço regulador, dão certa quantidade de renda em dinheiro, supõe­-se sempre que se emprega um capital específico, considerado normal sob as dadas condições de produção. Exatamente como na indústria se exige um mínimo de capital para cada ramo da atividade, a fim de poder produzir as mercadorias por seu preço de produção. (...) tão logo o novo método de cultivo tenha sido imposto a ponto de converter­-se no método normal, o preço de produção cai; a renda das melhores terras volta a cair, e a parte do solo A que agora não dispõe do capital de giro médio tem de vender abaixo de seu preço individual de produção, isto é, abaixo do lucro médio.


539 - (Entretanto, boa parte das frases e orações desse capítulo - e de boa parte dessa seção - eu faço pouca ideia do que ele está querendo dizer ou demonstrar. Se for só esses pontos centrais - que julgo assim ao menos - que estou anotando, é um belo desperdício de tempo).


540 - Alguns trechos do próprio Marx, pra mim, deixam bem claro que muita coisa diferente pode acontecer, o que torna todos esses exercícios hipotéticos algo bem cansativo/tedioso: Suponhamos que os investimentos adicionais de capital, por exemplo em B e C, não aumentem a produtividade na mesma proporção que em A, de modo que para B e C diminuam as diferenças proporcionais, e o aumento do produto não compense a queda do preço; nesse caso, contrariamente ao que se apresenta na Tabela II, a renda aumentaria em D e diminuiria em B e C.



Pgs. 849-880:


CAPÍTULO 43: "A renda diferencial II – terceiro caso: preço de produção crescente"


541 - Até solos piores que "A" poderiam ser recrutados neste caso. Importante notar que "Com uma produtividade constante ou mesmo crescente do segundo investimento de capital, isso só seria possível se a produtividade do primeiro investimento de capital de £2½ tivesse diminuído. (...) Por exemplo, quando, com um arado superficial, a camada superior do solo, esgotada pela exploração antiga, dá rendimentos decrescentes, e as camadas inferiores, levadas à superfície por meio de uma lavra mais profunda, voltam a gerar rendimentos maiores que os anteriores devido a um tratamento mais racional." (Estou imaginando que esse "tratamento racional" é custoso o bastante para aumentar o preço de produção...).


542 - Engels insere um monte de tabela com tal exemplo e depois com todos os outros. Não sei bem em que acrescentaram. 


543 - Engels assim finaliza a, até agora, mais longa intervenção, praticamente escrevendo o capítulo: "Na Europa, parte do solo foi definitivamente excluída da concorrência para o cultivo de grãos, e as rendas caíram por todo lado; o segundo caso, variante 2, preço decrescente e produtividade decrescente dos investimentos adicionais de capital, converteu­-se na regra para a Europa, o que explica as lamentações dos agricultores, desde a Escócia até a Itália, e do sul da França até a Prússia oriental. Felizmente, nem todas as terras de estepes foram submetidas ao cultivo; ainda resta o suficiente para arruinar toda grande propriedade rural europeia e, por acréscimo, a pequena. – F. E.}"


544 - Marx volta diferenciando novamente "renda dif. I" de "renda dif. II". Na prática é quase a mesma coisa... Por um lado, mediante a renda diferencial I, isto é, o investimento de todo o capital agrícola numa área com tipos de solo de fertilidade variada. Além disso, pela renda diferencial II, pela produtividade diferencial de investimentos sucessivos de capital no mesmo solo – por exemplo, pela maior produtividade em quarters de trigo do que a que seria obtida com o mesmo investimento de capital num solo de qualidade inferior, que não gera renda, porém regulador do preço de produção.


545 - ...Como quer que se originem esses lucros extras, sua transformação em renda, isto é, sua transferência do arrendatário aos senhores rurais, pressupõe como condição que os diversos preços de produção individuais reais (ou seja, independentes do preço de produção geral, regulador do mercado), que possuem os produtos parciais dos sucessivos investimentos individuais de capital, tenham sido reduzidos a um preço de produção médio individual.


546 - Disso decorre, em primeiro lugar, que, sob essas circunstâncias, não é necessária nenhuma elevação do preço de produção regulador para possibilitar investimentos adicionais de capital nos tipos de solo que geram renda, mesmo até o ponto em que o capital adicional cessa completamente de gerar lucro extra e rende apenas o lucro médio. (Como o proprietário, se souber a contabilidade da operação toda ou mesmo por tentativa e erro, pode - ou até deve - se apropriar do lucro extra, vejo pouco espaço para incentivos à investimentos adicionais de capital. A não ser que o sujeito seja proprietário também).


547 - (Eu realmente estou lendo sem o menor interesse esse monte de conta e demonstração sabe-se lá exatamente de que coisa).


548 - Quanto as conclusões, partes óbvias, partes "sem saco para os exemplos, nem entendi do que tava falando".



Pgs. 881-890:


CAPÍTULO 44: "A renda diferencial, também no pior solo cultivado"


549 - Aqui o que já era confuso fica um pouco mais. Se cresce a demanda e o investimento adicional é no segundo pior solo - o "B" - com produtividade decrescente e aumento do preço de produção, então, mesmo tendo ainda um rendimento médio melhor que A, por algum motivo o preço de B supostamente regulará a produção. O solo "A" passará a gerar até alguma renda. (Ou seja, no fim tudo depende especialmente, a meu ver, da demanda. Isso torna todas essas esquematizações um tanto arbitrárias. Talvez até sem sentido. Porém, para dizer isso, eu teria que estar prestando mais atenção em toda essa seção tediosa/insuportável do livro). (...) Se o produto adicional tivesse de ser provido pelo solo A­-1, que só pode fornecer o quarter a £4, então a renda por acre em A teria subido para £1. (No fim das contas, parece importar a produtividade marginal, não se o solo é A, B ou C... Qual a produtividade do último investimento a dar conta da demanda? O que estiver acima é "lucro extra/renda". Se for isso, é algo muito simples explicado de modo muito confuso)


550 - ..."Ah, mas um novo solo é renda diferencial I, viu? Não a II." (Tou nem aí pra isso)


551 - (As duas páginas seguintes são uma confusão pior ainda. Sem o mínimo saco pra destrinchar. As partes inteligíveis, geralmente aparecendo como conclusões dos exemplos, parecem, pra variar, tão óbvias que não precisariam ser escritas, muito menos exemplificadas. Até porque parecem redundantes na teoria dele).


552 - Mais uma parte que mostra bem o mecanismo da teoria dele: Esse é o caso quando o cultivo melhorado – ainda que ligado a maiores custos – do solo A só se efetua porque também é aplicado nos tipos de solo melhores, ou seja, em virtude de uma revolução geral na agricultura, de modo que agora, quando se fala da fertilidade natural do solo A, supõe­-se que ele seja cultivado com [£]6 ou, no caso em questão, com £9, em vez de com £3. Isso seria especialmente válido se a maior parte dos acres cultivados do solo A, que fornecem a maior parte da oferta de dado país, fosse submetida a esse novo método. Se a melhoria só atingisse inicialmente uma pequena área de A, essa parte mais bem cultivada renderia um lucro extra que o proprietário fundiário poderia logo converter, total ou parcialmente, em renda, fixando­-a como tal. Desse modo, se a demanda se mantivesse a par do crescimento da oferta, à medida que o solo A fosse submetido ao novo método em toda sua superfície, seria formada pouco a pouco renda em todo o solo de qualidade A, e a sobreprodutividade seria, por fim, total ou parcialmente confiscada, segundo as condições do mercado.


553 - ...Vimos que a queda sucessiva da sobreforça produtiva dos investimentos de capital sempre aumenta a renda por acre quando o preço de produção se mantém constante e que pode fazê­-lo até mesmo no caso de preço de produção decrescente.


554 - Por fim, se bem entendi, Marx coloca que é a produtividade do trabalho que vai produzindo valor, não a natureza. (Isso é o final do chato capítulo)



Pgs. 891-916:


CAPÍTULO 45: "A renda fundiária absoluta"


555 - No entanto, na renda diferencial está pressuposto o monopólio da propriedade fundiária, a existência da propriedade fundiária como entrave ao capital, pois, sem esse monopólio, o lucro extra não se converteria em renda fundiária, tampouco caberia ao proprietário fundiário, mas ao arrendatário. (Monopólio de uma classe específica, imagino)


556 - Boa parte desse começo de capítulo é conjecturando um monte de coisa sabe-se lá com qual objetivo. (Ou me distraí.)


557 - Páginas chatíssimas sobre "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha": ...a propriedade do solo é a causa geradora desse aumento de preço. Foi a propriedade fundiária que gerou a renda.


558 - Solos que "não geram renda" podem gerar "renda": Quando falamos – sob o pressuposto da regulação do preço dos cereais pelo preço de produção – que o tipo de solo A não gera renda nenhuma, entendemos “renda” no sentido categórico do termo. Se o que o arrendatário paga pelo arrendamento constitui uma dedução, seja do salário normal de seus trabalhadores, seja de seu próprio lucro médio normal, então ele não paga nenhuma renda, nenhum componente autônomo do preço de sua mercadoria, distinto do salário e do lucroJá assinalamos que na prática isso ocorre com frequência. Enfim... esquemas conceituais.


559 - Proprietário não vai alugar sem a rendinha dele e o capitalista não vai querer lucro abaixo do médio, então... "Ele só arrenda suas terras na medida em que possa receber um arrendamento. Portanto, o preço de mercado precisa ter subido acima do preço de produção, a P + r, de modo que se possa pagar uma renda ao proprietário fundiário. Já que, conforme o pressuposto, a propriedade fundiária nada rende sem o arrendamento e, assim, carece de valor econômico, bastará um leve aumento do preço de mercado acima do preço de produção para lançar no mercado a nova terra do pior tipo."


560 - Relação entre valor e preço de produção de uma mercadoria agrícola vai depender das mesmas condições a que estão sujeitas as industriais: A relação entre o preço de produção de uma mercadoria e seu valor está exclusivamente determinada pela proporção entre a parte variável do capital com a qual é produzida e a parte constante deste último, ou seja, pela composição orgânica do capital que a produz.


561 - Imagino que a composição orgânica da agricultura, especialmente nessa época, usasse mais trabalho vivo. O mais­-valor produzido pelo capital social médio é menor que o mais­-valor produzido por um capital com essa composição inferior. O valor estará acima do preço de produção.


562 - E o pessoal quer usar trabalho artístico pra discutir valor em Marx: ...Sem falar dos trabalhos artísticos propriamente ditos, cujo exame está excluído de nosso tema por sua própria natureza, é evidente que diferentes esferas da produção exigem, de acordo com suas peculiaridades técnicas, diferentes proporções de capital constante e de capital variável e que o trabalho vivo tem de ocupar em algumas mais espaço, em outras menos.


563 - Para que os "valores" sejam transformados em "preços de produção": Pressupõe­-se, nesse caso, que não haja obstáculo nenhum ou haja no máximo uma limitação acidental e temporária que impeça a concorrência entre os capitais – por exemplo, numa esfera da produção em que o valor das mercadorias esteja acima do preço de produção ou em que o mais­-valor gerado se encontre acima do lucro médio –, provocando uma redução do valor ao preço de produção e, com isso, distribuindo proporcionalmente o mais­-valor excedente dessa esfera da produção entre todas as esferas exploradas pelo capital. Marx coloca que a propriedade fundiária é a barreira a isso. O "pedágio" a essa circulação de capital. (Mais uma vez: para ter certeza de que a coisa assim ocorre, eu pediria dados. Não que existissem na época)


564 - ...os produtos agrícolas serão sempre vendidos por um preço monopólico, não porque seu preço se encontre acima de seu valor, mas por estar no mesmo nível ou abaixo dele, porém acima de seu preço de produção.


565 - Importante notar, nessa confusão, que "o preço dos produtos agrícolas pode estar acima do preço de produção, sem que alcance seu valor." (De fato)


566 - O encarecimento do produto não é causa da renda; a renda é que é a causa do encarecimento do produto.


567 - De toda forma, há pouco espaço para voluntarismo frente às forças do mercado: Embora a propriedade fundiária possa elevar o preço dos produtos agrícolas acima de seu preço de produção, não depende dela, mas da situação geral do mercado, até que ponto o preço de mercado se aproxima do valor, ultrapassando o preço de produção, e, por conseguinte, até que ponto o mais­-valor gerado na agricultura acima do lucro médio dado se transforma em renda ou entra no nivelamento geral do mais­-valor para formar o lucro médio.


568 - A propriedade fundiária só atua de maneira absoluta, como barreira, na medida em que condiciona o acesso ao solo em geral, enquanto campo de investimento de capital, ao pagamento de um tributo ao proprietário fundiário.


569 - Se a composição média do capital agrícola fosse a mesma ou fosse mais alta que a do capital social médio, a renda absoluta desapareceria.


570 - Coloca que a agricultura pode ter, em alguns casos, capital constante tão alto como um ramo industrial, mas composto especialmente por matéria-prima e auxiliares, e não por máquinas. Ou seja, apesar da parte variável "igual", a produtividade social pode ser bem baixa em comparação. 


571 - Marx cita Adam Smith e a questão da pecuária: “Devido à expansão do cultivo, as terras incultas, ermas, já não bastam para o abastecimento do gado de corte. Grande parte das terras cultivadas tem de ser empregada na criação e na engorda do gado, cujo preço deve ser, por isso, suficientemente elevado para pagar não só o trabalho empregado, mas também a renda e o lucro que o proprietário fundiário e o arrendatário, respectivamente, poderiam ter obtido se as terras fossem destinadas ao cultivo. O gado criado nos terrenos pantanosos mais incultos é vendido, conforme seu peso e sua qualidade, no mesmo mercado, pelo mesmo preço que o gado criado na terra mais bem cultivada. Os proprietários desses terrenos pantanosos lucram com isso e elevam sua renda na proporção do preço do gado.” ...E, com isso, concluiu: "Aqui, portanto, uma vez mais, ao contrário da renda em grão, a renda diferencial favorece o pior solo."


572 - Resumindo a diferença que via Marx da "agricultura" para o setor industrial: Quando a produção necessita de terra, seja para a agricultura, seja para a extração de matérias­-primas, a propriedade do solo impede esse nivelamento dos capitais investidos na terra e retém uma parte do mais­-valor, que, de outro modo, tomaria parte no nivelamento para formar a taxa geral de lucro. Assim, a renda constitui uma parte do valor, mais precisamente do mais­-valor das mercadorias, com a única diferença de que, em vez de refluir para a classe capitalista, que a extraiu dos trabalhadores, ela reflui para os proprietários fundiários, que a extraem dos capitalistas. (Eu vejo como algo parecido com o capital portador de juros). A massa de mais-valor na agricultura tende a ser maior, mesmo em se tratando, em comparação com o investimento em setores industriais, de mesma taxa de mais-valia e de capitais de grandezas iguais. "Nosso pressuposto aqui é de que o capital agrícola mobiliza mais trabalho do que uma parte de igual grandeza do capital não agrícola. Até onde chega a divergência ou se ela existe em absoluto é algo que depende do desenvolvimento da agricultura em comparação com a indústria."


.


Comentários