Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XVIII
Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XVIII
Pgs. 642-677:
CAPÍTULO 24: "A oferta da indústria"
561 - Inicialmente não há muito mistério. É a soma das curvas:
562 - Depois que surge um "preço de mercado", a partir do encontro entre as curvas de demanda e oferta "gerais", digamos assim, a diferença entre lucro e prejuízo de uma empresa estará aqui, tudo dependendo do preço dado e custo médio:
563 - No curto prazo, pode até fazer sentido ter prejuízo, mas, no longo prazo, só faz sentido a produção se a empresa estiver acima da curva de custo médio.
564 - Fez um monte de confusão, por várias páginas, que pouco entendi (deve ter sido mais um exemplo de como complicar algo que qualquer pessoa pode entender numa explicação simples), para concluir as seguintes obviedades intuitivas: Quando tivermos um número razoável de empresas no mercado, a inclinação da curva de oferta será, com efeito, muito plana, suficientemente plana, a ponto de que seja razoável considerar sua inclinação como zero – ou seja, considerar a curva de oferta de longo prazo da indústria como uma reta plana igual ao custo médio mínimo. Mais à frente, outro "não me diga...": ...em uma indústria competitiva com entrada livre, os lucros não podem afastar-se muito de zero. Lucro econômico, claro.
565 - A curva de oferta de longo prazo de uma indústria competitiva com entrada livre se parecerá com a curva de oferta de longo prazo de uma empresa com retornos de escala constantes: uma reta plana no ponto em que o preço se iguala ao custo médio mínimo.
566 - Imposto e longo prazo nessas situações: Para ofertar ao longo dessa curva, as empresas terão de receber um preço igual ao custo médio mínimo – exatamente o mesmo que recebiam antes da imposição do tributo. Em consequência, o preço aos consumidores terá de subir na proporção inteira do imposto. No curto prazo, não saem todas as empresas imediatamente. Algumas ficam "aguentando" parte do imposto, digamos assim. A redução do lucro.
567 - Enfim... num setor com entrada livre, um imposto aumentará, de início, o preço aos consumidores num percentual menor do que seu valor total, uma vez que parte da incidência desse tributo recairá sobre os produtores. No longo prazo, contudo, o imposto induzirá as empresas a abandonarem o setor, o que reduzirá a oferta e fará com que os consumidores acabem por arcar com todo o ônus do imposto.
568 - Lucro zero = indústria para de crescer. Não atrai capital de outros setores.
569 - Coloca que recursos naturais relativamente escassos ou mesmo talentos raros podem funcionar de modo parecido às barreiras de entrada. Dificilmente haverá mercado sequer próximo do puramente competitivo. O preço do petróleo, por exemplo, costuma valer mais que o custo de produção. A parcela do preço que ultrapassa o custo de produção é a renda econômica. (...) Por que as empresas não entram nesse setor? Bem, elas tentam, mas só há determinada quantidade de petróleo disponível. O petróleo é vendido por um valor maior do que o custo de produção em razão da limitação da oferta.
570 - Leis e suas licenças limitadas são o exemplo mais claro de barreira à entrada.
571 - As terras agrícolas são outro exemplo de renda econômica. No conjunto, a quantidade total de terra é fixa. (...) Do ponto de vista da economia como um todo, são os preços dos produtos agrícolas que determinam o valor da terra agriculturável - "é o preço de equilíbrio que determina a renda" - , mas, sob a ótica do fazendeiro, o valor de sua terra é um custo de produção que entra na fixação do preço de seu produto. (...) Se medirmos corretamente o valor da terra, o lucro econômico de operar a fazenda será exatamente zero. (Se ele levasse toda esse ensinamento pro concreto até poderia me despertar algum interesse).
572 - Os beneficiados de uma indústria na qual a entrada é restrita por lei poderão muito bem dedicar recursos consideráveis para manter sua posição favorecida. As despesas com lobistas, advogados e profissionais de relações públicas, entre outras, poderão ser grandes. Do ponto de vista da sociedade, esses tipos de despesas representam puro desperdício. Coloca que os subsídios agrícolas nos EUA acabam funcionando do mesmo jeito. Os proprietários originais, grandes fazendeiros, são sempre os beneficiados dessa renda, seja direita ou indiretamente.
573 - Coloca que, no primeiro choque, o governo tentou controlar, ao que entendi, o preço máximo da produção doméstica de petróleo. Era como se o petróleo texano fosse vendido às refinarias por cinco dólares e o petróleo importado só pudesse ser adquirido por quinze. Ocorreu que as refinarias, ao que entendi, tinham estímulo de demanda o suficiente (lucravam mais) vendendo tudo por quinze mesmo, não importa o quão barato comprassem o insumo. Por que venderiam abaixo do preço de equilíbrio? Preço nunca iria a "dez dólares", como o governo parecia esperar. A explicação do livro foi lacunosa, mas entendi isso aí. Se a curva de demanda não se deslocou (nem a quantidade ofertada), vão vender ao máximo que puder na margem. A única solução de verdade seria ampliar a oferta, mas, ao que entendi, não havia como naquele momento.
574 - Passo seguinte do governo: ...o Departamento instituiu o controle de preços para a gasolina. Os refinadores teriam de cobrar pela gasolina um preço baseado nos custos de produção – que, por sua vez, eram determinados pelo custo do petróleo que conseguiam comprar. Aí realmente passou a ter petróleo barato pra quem morava no Texas, por exemplo. Em New England, só se achava petróleo importado, então o custo era mais alto e o preço também. (...) Mais uma vez, o Departamento de Energia teve de intervir para impedir o envio descontrolado de gasolina das regiões de preço baixo para as de preço alto. Essa intervenção resultou na falta de gasolina em diversas ocasiões em meados da década de 1970. Periodicamente, a oferta de gasolina em alguma região do país se esgotaria, fazendo com que restasse pouco do combustível a qualquer preço. A nova intervenção foi o programa de habilitação. Quem importasse petróleo ganhava um cupom que lhe permitia comprar certa quantidade de petróleo doméstico barato. Quase que de um pra um ao que entendi. O resto é mal explicado. Por algum motivo o programa foi abandonado.
575 - Créditos de carbono e coisas do tipo. O objetivo é claro: "É evidente que, para uma solução ótima, o custo marginal de redução de emissões deve ser o mesmo para cada empresa". A partir disso, Varian pega um problema que todos os livros de introdução à economia explicam de forma simples e sem usar qualquer fórmula ou mesmo incógnitas e passa, então, a complicar tudo com desenvolvimentos chatos.
576 - Outras velhas discussões: A questão que permanece é como distribuir as licenças? Uma forma seria a de o governo vender as licenças para as empresas. Isso seria basicamente o mesmo que o sistema de imposto sobre o carbono. (...) Do ponto de vista econômico, não importa se o governo possui as licenças e as vende para as empresas (que é basicamente um sistema de imposto sobre o carbono) ou se elas recebem as licenças e as vendem umas às outras (o que é basicamente o comércio dos créditos de carbono).
577 - ...Enfim, neste ponto em especial, tudo já foi melhor explicado em fichamentos de livros anteriores.
EXERCÍCIOS
578 - Mais perguntas mal formuladas, como a dois, que era apenas pra saber se a pessoa sabe - e qualquer economista sabe - que o imposto numa demanda perfeitamente inelástica é suportada pelo consumidor. Na situação contrária, demanda perfeitamente elástica, sofre o ofertante.
579 - Algumas são fáceis, mas importantes. P = Verdadeiro ou falso? As lojas de conveniência próximas do campus cobram preços altos porque têm de pagar aluguéis elevados. R = Falso. Uma afirmativa melhor seria: as lojas de conveniência podem cobrar preços mais altos porque estão próximas do campus. Isso, por sua vez, possibilita aos proprietários das lojas cobrarem aluguéis mais elevados pelo uso da localização privilegiada.
580 - As licenças de táxi limitadas e os lucros positivos dos motoristas. Pode haver confusão/erro nessa avaliação: "Ao contabilizar os custos, erramos ao não avaliar a renda da licença".
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