Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXXI
Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXXI
Pgs. 1034-1069:
CAPÍTULO 37: "Bens públicos"
894 - Fumaça no quarto: A externalidade de fumaça com três pessoas é um exemplo de bem público – um bem que tem de ser fornecido na mesma quantidade para todos os consumidores envolvidos. Quanto é o mínimo tolerável? Quanto é o valor da compensação? Fulano mais sensível que ciclano á poluição... Etc. Bens públicos são aqueles dos quais toda pessoa tem de “consumir” a mesma quantidade, como defesa nacional, a poluição de ar e assim por diante.
895 - Não entendi o porquê das duas páginas e álgebra e blablablá para chegar nessa obviedade no exemplo de dois colegas de quartos decidindo se irão ou não comprar uma TV (bem público deles, no caso): Haverá uma melhoria de Pareto para prover a alocação (x1 , x2, 1) se ambas as pessoas estiverem melhor por terem a televisão do que por não a terem. Ou: ...é preciso que a contribuição de cada pessoa para a televisão seja menor do que sua propensão a pagar pelo aparelho. (Quem poderia imaginar, não é mesmo? Enfim, não sei qual é o dilema prático aqui)
896 - O resumo, meio que intuitivo, é este aqui: é importante observar que a condição que descreve quando a provisão do bem público será uma melhoria de Pareto depende apenas da propensão de cada agente a pagar e do custo total. Se a soma dos preços de reserva exceder o custo da televisão, haverá sempre um esquema de pagamento que fará com que ambas as pessoas melhorem por ter o bem público do que por não o ter.
897 - O resultado da "eficiência de Pareto" vai depender bastante da utilidade do bem para o que tem maior dotação inicial, digamos assim. Resultados vão variar bastante a depender dos envolvidos. Poder de compra e nível de interesse na coisa. (Por sinal, também não é nada muito impressionante).
898 - Ainda sobre os colegas de quarto: sob certas circunstâncias, eles podem não ter incentivo para dizer a verdade sobre suas avaliações. Entram a especulação e a possibilidade de querer "pegar carona". Enfim, entra teoria dos jogos no meio.
899 - Limpeza da sala de estar: A situação complica-se caso haja mais de duas pessoas envolvidas – uma vez que haverá mais gente em quem pegar carona! A atitude de deixar a tarefa para o outro fazer pode ser ótima do ponto de vista individual, mas é ineficiente no sentido de Pareto do ponto de vista da sociedade como um todo.
900 - O intuitivo, após álgebra chata, em linguagem chata: ... a condição de eficiência diz apenas que a soma da propensão marginal a pagar tem de ser igual ao custo marginal de prover uma unidade extra do bem público. (...) Aí entra a TMgS dos envolvidos. Exemplo com a TV de custo 1: Se |TMS1 | = 2/3 e |TMS2 | = 1/2, digamos, isso significa que a pessoa 1 abriria mão de 2/3 de uma unidade monetária de consumo privado para obter mais uma unidade do bem público e a pessoa 2 abriria mão de 1/2 de unidade monetária de consumo privado para obter uma unidade a mais do bem público. Mas, se a pessoa 1 abrisse mão de 2/3 de unidade monetária e a pessoa 2 abrisse mão de 1/2 de unidade monetária, teríamos mais do que o necessário para produzir a unidade extra do bem público, uma vez que o custo marginal de prover o bem público é 1. Portanto, poderíamos devolver a quantia restante às pessoas, fazendo com que ambas melhorassem. (...) Para um bem privado, a taxa marginal de substituição de cada pessoa tem de igualar-se ao custo marginal; para um bem público, a soma das taxas marginais de substituição tem de igualar-se ao custo marginal. (...) No caso de um bem público, todas as pessoas têm de consumir a mesma quantidade, mas todas podem atribuir-lhe um valor diferente na margem.
901 - Varian resume assim: Se um bem público puder ser provido numa quantidade variável, a condição necessária para que uma dada quantidade seja eficiente no sentido de Pareto é que a soma da propensão marginal a pagar (as taxas marginais de substituição) deva igualar-se ao custo marginal. No caso do de "quantidade fixa", basta exceder o custo mesmo.
902 - Sobre a parte de "Preferências quase lineares e bens públicos", não consegui me interessar minimamente. Tratada em termos puramente abstratos, sem qualquer dilema prático. O mais concreto que se pode tirar da coisa toda das quase-lineares, é isto aqui: ...em particular, que a inclinação das curvas de indiferença – a taxa marginal de substituição – não varia quando mudamos a quantidade de bem privado. Vamos supor que encontramos uma alocação eficiente dos bens públicos e privados, em que a soma dos valores absolutos das TMS iguala-se à CMa(G). Agora, se tirarmos uma determinada quantidade do bem privado de uma pessoa e dermos a outra, a inclinação de ambas as curvas de indiferença permanecerá igual, de maneira que a soma dos valores absolutos das TMS continuará igual à CMa(G) e teremos uma alocação eficiente no sentido de Pareto.
903 - Nas páginas seguintes, Varian tenta complicar o simples problema da carona. Não entendi bem o que pretendeu.
904 - Gasto na provisão de bens públicos e as preferências de uma pessoa. Será necessariamente assim (com essa lógica, digamos):
905 - Determinar esse máximo único coletivo por meio de votação? Um dos problemas: ...Além disso, mesmo que as preferências verdadeiras das pessoas tenham um máximo único, de modo que a votação possa levar a um resultado razoável, as pessoas podem escolher adulterar suas preferências verdadeiras quando votam. Portanto, elas terão um incentivo para votar de maneira diferente do que indicariam suas verdadeiras preferências, para manipular o resultado final.
906 - Após, dá um exemplo de manipulação de agenda. Havia lei original (que tinha a maioria dos votos), lei emendada e nenhuma lei de mais auxilio federal à educação. Mostra como da determinação da ordem fez com que, após as "eliminatórias de votações", vencesse o "nenhuma lei". Enfim... Aquele velho problema que Arrow demonstrou.
907 - Apresenta um tal mecanismo Vickrey-Clarke-Groves. Objetiva descobrir as reais funções utilidades dos agentes que irão escolher sobre postes de luz. Que não usem do exagero nas votações para manipulá-las. "Surpreendentemente, existe uma forma hábil de fazer com que os agentes contem a verdade e assim alcançar um resultado eficiente". Etapas:
908 - ...Para quem entendeu 100% essa explicação aí, massa. Depois ele inclui imposto na história e fica mais abstrato ainda. Só dá pra pegar vagamente a lógica da coisa. Sequer perderei segundos tentando saber o que é o tal "pagamento por fora". Deve ser algo simples que ele está complicando. Qualquer dia pesquiso um exemplo prático.
909 - A seguir, Varian coloca que o Leilão de Vickrey é um exemplo prático. (Ah, ainda bem, porque esse eu entendi perfeitamente a lógica quando li e é bem simples. Só não vi em que uma coisa era a outra).
910 - Enfim, há partes no livro que achei mal explicadas, mas essa do mecanismo VCG ganhou o Oscar. Parece que, no final, ele (ou eu) cansou(ei).
911 - Seu resumo da coisa: Em geral, os mecanismos puramente individualistas não gerarão a quantidade ótima de um bem público devido ao problema do carona. Vários métodos de decisão coletiva têm sido propostos para determinar a oferta de um bem público. Tais métodos incluem o mecanismo de comando, a votação e o imposto de Clarke.
EXERCÍCIOS E APÊNDICE
912 - Não me disseram nada.
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