Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXVII

                            

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXVII


Pgs. 912-944:


CAPÍTULO 33: "A Produção"


803 - O conjunto mínimo de participantes que podemos ter para estabelecer um problema interessante é um consumidor, uma empresa e dois bens. O nome tradicional para esse modelo econômico é economia de Robinson Crusoé.


804 - Nenhuma novidade abaixo, mas vale relembrar o ponto de partida:



805 - ...o produto marginal de uma hora extra de trabalho tem de se igualar à taxa marginal de substituição entre lazer e cocosSe o produto marginal fosse maior do que a taxa marginal de substituição, valeria a pena para Robinson abrir mão de um pouco de lazer para obter cocos extras...


806 - Crusoé resolveu criar uma empresa com ele mesmo como acionista, trabalhador e vendedor. "Depois", ele mesmo compra a produção com 1 unidade monetária (preço numerário)...



807 - Toda a patacoada foi para concluir isto aqui: Ele acabou por consumir exatamente no mesmo ponto em que estaria se tivesse tomado todas as decisões de uma só vez. A utilização do sistema de mercado gera o mesmo resultado que a escolha dos planos de produção e consumo diretamente. (...) No caso da economia de uma pessoa, usar o mercado é bobagem.



808 - No mercado, os preços dos bens medem o valor que os consumidores atribuem a unidades adicionais de consumo. (Do jeito que ele fala fica parecendo que é uma atribuição "sem base" do consumidor). (...)  Se as empresas utilizam as mudanças nos lucros – medidos a preço de mercado – como um guia para produção, suas decisões refletirão os valores marginais que os consumidores atribuem aos bens. (É, mas não só).


809 - A situação (para Crusoé) fica um pouco diferente com uma tecnologia de retornos crescentes de escala, conforme representado na Figura 33.6.



810 - ...No caso representado, não há preço ao qual a demanda maximizadora de utilidade do consumidor iguale a oferta maximizadora de lucro da empresa. Os retornos crescentes de escala são um exemplo de não convexidade.


811 - Conclui: ...se a tecnologia e/ou as preferências não forem convexas, os preços não proporcionarão todas as informações necessárias para escolher uma alocação eficiente. Também é preciso conhecer as inclinações da função de produção e das curvas de indiferença situadas longe da posição de operação atual. Essas observações, porém, aplicam-se apenas quando os retornos de escala são grandes com relação ao tamanho do mercado. Pequenas regiões de retornos crescentes de escala não causam dificuldades excessivas para um mercado competitivo.


812 - Primeiro teorema, Pareto e o equilíbrio competitivo na produção: ...esse resultado apenas faz sentido quando há realmente um equilíbrio competitivo. Só assim as trocas livres geram eficiência de Pareto. (...) Terceiro, o teorema pressupõe, de maneira implícita, que as escolhas de qualquer empresa não afetam as possibilidades de produção das outras. Isto é, exclui-se a possibilidade da produção de externalidades. Do mesmo modo, o teorema exige que as decisões de produção não afetem diretamente as possibilidades de consumo dos consumidores; isto é, não haja externalidades de consumo.


813 - Fronteira de possibilidades de produçãoo conjunto de possibilidades de produção representa apenas o conjunto factível de produtos.



814 - ...A inclinação desse conjunto de possibilidades de produção mede a taxa marginal de transformação – quanto de um bem Robinson pode obter se decidir sacrificar um pouco do outro bem.


815 - Habilidades diferentes levam a "possibilidades" diferentes. Sexta-feira tem produtividade boa pra peixe e Crusoé para côco.



816 - ...Há apenas uma quebra nesse exemplo, já que só existem duas formas diferentes de produzir – a de Crusoé e a de Sexta-feira. Se houvesse várias outras formas, o conjunto de possibilidades de produção teria uma estrutura característica mais “arredondada”, conforme representado na Figura 33.7.


817 - Côcos, peixes, Crusoé e Sexta Feira. Caixa de Edgeworth:



818 - Há clara relação entre TMgS e TMT acima (taxa marginal de transformação): Suponhamos que a economia estivesse operando numa posição em que a taxa marginal de substituição de um dos consumidores não fosse igual à taxa marginal de transformação entre dois bens. Uma posição dessas não pode ser eficiente no sentido de Pareto. Por quê? Porque nesse ponto a taxa pela qual o consumidor está disposto a trocar o bem 1 pelo bem 2 é diferente da taxa pela qual o bem 1 pode ser transformado no bem 2 – há um meio de fazer com que o consumidor fique em melhor situação pelo rearranjo do padrão de produção.


819 - Vai para mais uma abstração da coisa com a "Naufragos S.A.":



820 - ...O que leva também a (pi é o lucro e L* é o trabalho ótimo dos dois trabalhadores):...



821 - ...Essa equação descreve as retas isolucro da empresa, conforme representado na Figura 33.10, com uma declividade de –pF /pC e um intercepto vertical de (π + L*)/pC . Dado que L* é fixo, por hipótese, maiores lucros estarão associados com as linhas de isolucro com interceptos verticais mais elevados.



822 - Toda empresa que escolher a maneira mais lucrativa de produzir coco e peixe operará onde a taxa marginal de transformação de quaisquer dos dois bens que produz seja igual à razão de preços desses dois bens. Isso é verdadeiro mesmo que as empresas possuam conjuntos de possibilidades de produção bem diferentes, desde que se defrontem com os mesmos preços para os dois bens. (...) Basta olhar para a razão de preços entre o peixe e o coco: A razão entre essas variáveis econômicas nos diz qual terá de ser o trade-off tecnológico. Tudo tem a ver com o custo-oportunidade de produzir mais um bem e não mais o outro.


823 - Sexta-feira e Crusoé recebem salários e/ou dividendos da empresa e têm que escolher suas cestas de consumo ótimas: Nessa economia, os preços dos bens servem como sinal de escassez relativa. Eles indicam a escassez tecnológica – quanto da produção de um bem tem de ser reduzido para que se produza mais do outro – e indicam a escassez de consumo – quanto as pessoas estão dispostas a reduzir o consumo de um bem para adquirir mais do outro.


824 - ...Dados os sinais de escassez relativa, os consumidores e as empresas têm informação suficiente para tomar decisões que proporcionem uma alocação eficiente de recursos.


825 - Resumo: Se todas as empresas perseguirem uma política competitiva de maximização do lucro e todos os consumidores escolherem cestas de consumo para maximizar sua própria utilidade, o equilíbrio competitivo resultante terá de ser uma alocação eficiente no sentido de Pareto.


EXERCÍCIOS E APÊNDICE


826 - Os exercícios são bem fáceis. Nenhum mistério. Apenas a pergunta dois é mal formulada.


827 - Não vi acréscimo no apêndice. Só repete a mesma coisa já explicada, mas em linguagem chata.


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