Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXVI
Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XXVI
Pgs. 889-911:
CAPÍTULO 32 (continuação...): "Trocas"
790 - Há ferramentas matemáticas que podem ser utilizadas para provar a existência de um equilíbrio competitivo. O pressuposto crucial é que a função de demanda excedente agregada é uma função contínua. Isso significa, grosso modo, que pequenas mudanças nos preços deveriam resultar apenas em pequenas variações na demanda agregada: uma variação pequena nos preços não deveria resultar num grande salto na quantidade demandada.
791 - A sequência é de mais reflexões abstratas sobre as quais desconheço que polêmicas resolvem: Segue-se que todos os equilíbrios de mercado são eficientes no sentido de Pareto: um resultado conhecido como o Primeiro Teorema da Teoria Econômica de Bem-Estar. (Aqui de longe parece até um problema conceitual. Como seria o contrário se as trocas são livres? Não entendi como poderia não ser isso, só no mundo das irracionalidades, que de fato até existem...). A eficiência pode até ser injusta, mas será eficiente.
792 - (Nâo estou anotando as longas explicações sobre equilíbrio e eficiência de Pareto, pois continuo sem entender qual a polêmica. Parece ser tudo um monte de obviedade. Monopólio gera equilíbrio ineficiente... Monopólio discriminador é eficiente... Quando as preferências são convexas, uma alocação eficiente de Pareto é um equilíbrio para algum conjunto de preços... Etc.)
793 - Não sei bem a importância prática disso que segue, mas é certo que nem sempre tudo corre assim bonitinho como acima: A diferença entre a Figura 32.7 e a Figura 32.8 é que na primeira as preferências são convexas, enquanto na segunda, não. Se as preferências de ambos os agentes são convexas, a tangente comum não interceptará nenhuma das duas curvas mais de uma vez e tudo funcionará bem. Isso porque A prefere Y e B prefere X, cada um quer uma coisa pra mesma reta orçamentária, ao que entendi dessa caixa.
794 - Ressalvas ao primeiro teorema: Se um agente se importa com o consumo do outro, dizemos que há uma externalidade no consumo. Devemos observar que, quando há externalidades no consumo, o equilíbrio competitivo não precisa ser eficiente no sentido de Pareto. É tipo quando A não gosta que B consuma charuto pra caramba. Preferiria pagar B para consumir menos até. (...) Por fim, o Primeiro Teorema de Bem-Estar só é de interesse se realmente houver um equilíbrio competitivo. Conforme argumentamos anteriormente, esse será o caso se o número de consumidores no mercado for grande.
795 - Se lidarmos com um problema de recursos que envolva muitas pessoas, é importante observar que o uso de mercados competitivos economiza a quantidade de informações que qualquer agente precisa ter.
796 - Impostos, intervencionismo e dotação: Enquanto os impostos se basearem no valor da dotação de bens dos consumidores, não haverá perda de eficiência. Isto só ocorre quando os impostos dependem das escolhas que o consumidor fez que resultaram em ineficiência, uma vez que, nesse caso, os impostos afetarão as escolhas marginais do consumidor. (...) É verdade que um imposto sobre as dotações geralmente muda o comportamento das pessoas. Mas, de acordo com o Primeiro Teorema de Bem-Estar, as trocas realizadas a partir de quaisquer dotações iniciais resultarão numa alocação eficiente no sentido de Pareto. Assim, não importa o quanto se redistribuam as dotações, a alocação de equilíbrio, por ser determinada pelas forças de mercado, continuará a ser eficiente no sentido de Pareto.
797 - ...A taxação do trabalho que as pessoas decidem vender ao mercado constitui um imposto que distorce. Se a venda do trabalho for taxada, a decisão dos consumidores de ofertar trabalho será distorcida. (...) Podemos imaginar um mecanismo para cobrar esse tipo de imposto. Suponhamos que temos uma sociedade em que todo consumidor seja obrigado a dar ao Estado por semana o dinheiro recebido por dez horas de seu tempo de trabalho. Esse tipo de imposto independeria de quanto a pessoa realmente trabalhou – só dependeria da dotação de trabalho, não de quanto foi realmente vendido.
798 - ...No entanto, ninguém está defendendo uma reestruturação tão radical do sistema fiscal. A maioria das decisões de oferta de trabalho das pessoas é relativamente insensível às variações na taxa de salário, de modo que a perda de eficiência decorrente da taxação do trabalho pode não ser assim tão grande.
799 - Sobre eletricidade mais barata para pequenos consumidores e subsídios do tipo: Quando refletimos sobre isso, vemos que é uma forma terrivelmente ineficiente de redistribuir a renda. Se o que desejamos é redistribuir a renda, por que simplesmente não a redistribuímos? Se dermos a uma pessoa um dinheiro extra para gastar, ela poderá escolher consumir mais de qualquer um dos bens que deseje consumir – não necessariamente do bem subsidiado
EXERCÍCIOS E APÊNDICE
800 - Impressionante que, apesar de tanta complicação e chatices no texto, o resumo e os exercícios sejam tão simples/fáceis.
801 - Apêndice: numa alocação eficiente de Pareto, as taxas marginais de substituição entre dois bens têm de ser as mesmas. De outra forma, haveria alguma troca que faria com que cada consumidor ficasse em situação melhor.
802 - Mas enfim, não vi polêmica prática no apêndice que me parecesse importante.
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