Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XIII
Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XIII
Pgs. 443-472:
CAPÍTULO 16: "Equilíbrio"
376 - Convenções/siglas: ...o preço de equilíbrio será o preço p* que resolve a equação D(p*) = S(p*).
377 - Casos especiais. a) oferta fixa (ao menos no curto prazo): Nesse caso, a quantidade de equilíbrio é determinada inteiramente pelas condições da oferta e o preço de equilíbrio é inteiramente determinado pelas condições de demanda; b) oferta "horizontal": Nessa situação, o preço de equilíbrio será determinado pelas condições de oferta e a quantidade de equilíbrio será determinada pela curva de demanda.
378 - Passa a falar de curvas inversas. Um monte de álgebra lá. Não faço ideia do que queria ou da utilidade prática. Também não vi diferença em essência. É a mesma coisa ao contrário.
379 - Livro bem tedioso às vezes: "...No que diz respeito ao preço de equilíbrio com que se defrontam demandantes e ofertantes, na realidade não importa quem é o responsável pelo pagamento do imposto – o que interessa é que o imposto tem de ser pago por alguém." Pois bem, era exatamente o que eu estava pensando todos os minutos que perdi olhando para as equações chatas - com incógnitas chatas - que lançou. Eu esperava que estivesse errado. Pior que depois ele joga mais fórmula, agora com curva inversa, para mostrar a mesma coisa...
380 - A parte dos gráficos também não sei em que me acrescenta. Basicamente diz que oferta e demanda se tocam no equilíbrio...
381 - ...E que imposto diminui a quantidade e aumenta o preço...:
382 - Quando vai para a prática, é para ensinar algo já visto nos livros de introdução, que quem suporta os ônus de cada imposto depende da elasticidade-preço do bem tributado. "(A) No caso da curva de oferta perfeitamente elástica, o imposto é inteiramente repassado aos consumidores. (B) No caso da curva de oferta perfeitamente inelástica, nenhum imposto é repassado aos consumidores"...
383 - Os "oferta fixa" pagando todo o imposto: As pessoas, com frequência, acham esse caso paradoxal, mas, na verdade, ele não é. Se os ofertantes pudessem elevar seus preços após o imposto ser aplicado e mesmo assim vender toda a oferta fixa, eles teriam aumentado os preços antes da aplicação do imposto e conseguido ganhar ainda mais dinheiro!
384 - O caso intermediário fica, agora, mais óbvio ainda: ...a quantidade do imposto que é repassado dependerá do grau de inclinação da curva de oferta em relação à curva de demanda.
385 - Imposto, diminuição dos excedentes - cuja divisão vai depender da inclinação/elasticidade das duas curvas- e peso morto:
386 - ...Chama B + D de ônus do imposto ou carga excessiva do imposto. (Lembro minha crítica ao conceito. Nem é como A + C vai voltar, que é uma discussão à parte, mas sim que B + D pode ser reposto pelo tempo de trabalho/dinheiro que sobra da não-produção da quantidade anterior, redirecionada para outra atividade/produção qualquer. Não necessariamente as pessoas trabalham mais a uma carga tributária de 20% que outra de 30%. Dados de países parecem mostrar isso. Na Islândia se trabalha mais horas que nos EUA, com quase o mesmo PIB per capita. Só que nos EUA a carga tributária é de uns 25% e na Islândia é de 50%).
387 - Vem com um exemplo abstrato tedioso sobre equilíbrio no mercado de empréstimos, basicamente para concluir que o imposto eleva a taxa de juros, mas que a autorização para descontar o pagamentos dos juros (isenção) preserva a quantidade de negócios/empréstimos e faz a taxa de juros "retornar" à de equilíbrio - ...A taxação da renda obtida com empréstimos inclinará para cima a curva de oferta de empréstimos por um fator de 1/(1 – t), mas a permissão para deduzir da renda sujeita a impostos os pagamentos de juros aumentará também a inclinação para cima da curva de demanda de empréstimos por um fator de 1/(1 – t)... Enfim, imposto mais subsídio... Dá no mesmo pra taxa e quantidade.
388 - ...Termina com uns cálculos sobre uma questão de diferenciação de faixas tributárias que não me interessou muito: "...Assim, se a faixa tributária dos emprestadores for maior do que a faixa dos tomadores de empréstimo, o sistema representará um imposto líquido para os tomadores de empréstimo; caso contrário, representará um subsídio líquido para eles."
389 - Subsídios sobre combustíveis e alimentos no Iraque em 2005: Um estudo do Banco Mundial concluiu que mais da metade do PIB iraquiano foi gasta em subsídios. De acordo com o então ministro das finanças, Ali Abdul Ameer Allawi, "eles atingiram um ponto de insanidade. Distorcem a economia de forma grotesca e criam os piores incentivos imagináveis”. (...) O país possui uma pequena capacidade de refinamento desse produto; por isso importa gasolina pagando de US$0,30 a US$0,35 por litro, vendendo-a ao público por US$0,015. Uma quantidade substancial dessa gasolina é vendida no mercado negro e contrabandeada para a Turquia, onde a gasolina custa 1 dólar por litro.
390 - "...Qualquer quantidade menor do que a quantidade de equilíbrio não pode ser eficiente no sentido de Pareto, uma vez que pelo menos duas pessoas poderiam melhorar".
391 - O que acontece fora do "Ótimo de Pareto"?: O que aconteceria se houvesse uma alocação do bem em que as taxas marginais de substituição entre o bem e “todos os outros bens” não fossem iguais? Nesse caso, haveria pelo menos duas pessoas que atribuiriam valor diferente a uma unidade marginal do bem. (...) qualquer alocação com taxas marginais de substituição diferentes não pode ser eficiente no sentido de Pareto.
392 - Filas para receber ingressos grátis para uma final ou show. Na prática...: A propensão a pagar por uma entrada não será mais medida em dinheiro, mas em tempo de espera, uma vez que os ingressos serão alocados de acordo com a propensão a esperar. Pergunta-se se isso é um "ótimo de Pareto". Ao que me parece, só se não puder vender. Vincula um ingresso a um CPF, sei lá...
393 - ...Pergunte a si mesmo sobre a possibilidade de que alguém que esperou para receber o bilhete possa pretender vendê-lo a alguém que não esperou na fila. Isso ocorrerá com frequência, uma vez que a propensão a esperar e a propensão a pagar diferem entre a população. Se alguém estiver disposto a esperar na fila para comprar um ingresso e revendê-lo a outra pessoa, isso não exaure os ganhos da troca – em geral, haverá sempre alguém que queira trocar os ingressos depois de serem alocados. Como a espera na fila não exaure todos os ganhos da troca, ela em geral não apresenta um resultado eficiente no sentido de Pareto. Se alocarmos um bem a um preço estabelecido em dinheiro, a quantia paga pelos demandantes beneficiará os ofertantes. Se alocarmos com base no tempo de espera, as horas gastas na fila não beneficiarão ninguém. A espera na fila impõe um custo aos compradores do bem e não traz nenhum benefício aos vendedores. Esperar na fila é uma forma de ônus – as pessoas que aguardam na fila pagam um “preço”, mas ninguém é beneficiado de nenhuma forma pelo preço que elas pagam.
EXERCÍCIOS
394 - Acertando, mas anotando: subsídio e oferta horizontal: é aproveitado inteiramente pelos consumidores. Consomem mais ao mesmo preço. Na oferta vertical, é o contrário. Os ofertantes se dão bem. É transferido para eles.
395 - Se há curva de demanda vertical e lançam um imposto, então o demandante vai arcar com tudo.
396 - Imposto sobre o petróleo estrangeiro quando a produção nacional não conseguir suprir toda a demanda mesmo com esse aumento de cinco dólares embutido preço do barril estrangeiro (premissa que a questão deveria ter explicitado): R = ...Como os petróleos doméstico e estrangeiro são substitutos perfeitos no que tange ao consumidor, os produtores domésticos também venderão seu petróleo por US$30, o que lhes proporcionará um ganho extra de US$5 por barril.
397 - Coloca que, a rigor, não há "ônus" num imposto sobre bem com oferta vertical. Não há produção que deixa de existir por causa disso. A oferta não muda. Em outras palavras, "a quantia que os ofertantes pagariam para evitar o imposto é simplesmente a receita que o governo recebe; logo, não há peso excessivo do imposto".
FIM DO CAPÍTULO
Pgs. 473-493:
CAPÍTULO 17: "Medição"
398 - Ao que entendi, será um capítulo sobre econometria. Começa com análises bem básicas. Nem vou anotar.
399 - O que é "média condicional"?: ...como o número médio de xícaras de café consumidas por aqueles que bebem café ou o número médio de xícaras de café consumidas por homens. O cálculo da média condicional envolve apenas calcular a média entre aqueles consumidores que satisfaçam a condição relevante (beber mais que zero xícara por dia, ser homem, e assim por diante). Contexto: na pesquisa-tema, quase metade das pessoas nem bebiam qualquer xícara por dia.
400 - Médias condicionais podem desfazer impressões erradas-iniciais das médias gerais. Vejamos a média de admissão entre candidaturas masculinas e femininas a uma universidade em 1973:
401 - ...Aparentemente, eram mais bonzinhos com os homens que com as mulheres? Seriam os homens mais competentes? Possivelmente, nenhuma das duas hipóteses. Olhando as médias condicionais e detalhando as quantidades de cada, deu para perceber que boa parte dos homens escolhiam concorrer a departamentos com taxa de admissão mais baixa-fácil. Já as mulheres, em média, buscavam oportunidades com taxa de admissão mais alta-difícil. Na "quebra doa dados", percebeu-se que nenhum departamento foi significativamente tendencioso em favor dos homens:
402 - Após isso é que ele começa a "aprofundar" na econometria: ...suponhamos que homens e mulheres bebam a mesma quantidade de café por dia. Qual o grau de probabilidade, em uma amostra particular de 1.000 consumidores, de observar um grupo bebendo 1,39 – 1,23 = 0,16 xícaras mais do que o outro? Apenas joga a pergunta e a resposta, porém. Explicação está nos livros de Econometria.
403 - Dá um bom exemplo sobre tratamento randomizado. Sujeito vende café a R$ 15 ao quilo e quer testar se aumenta o lucro baixar para R$ 14. Pode simplesmente deixar por algumas semanas o preço novo e coletar dados (...) Outra possibilidade seria colocar o café à venda em apenas alguns estados ou cidades e ver o que acontece nesses locais. Se tentarmos esse experimento, é importante reconhecer que existem outros fatores que afetam a demanda de café, além do preço. Por exemplo, a quantidade de café a ser vendida em determinada região durante determinado período pode variar de acordo com a estação do ano ou com o clima. (...) Teoricamente, devem-se escolher as cidades a serem tratadas usando-se algum método randômico, como cara e coroa. Tal tratamento randomizado ajuda a eliminar fontes de distorções sistemáticas. (...) Também seria uma boa ideia imaginar maneiras de controle para esses efeitos sistemáticos. Por exemplo, podem-se comparar as vendas nas cidades que baixaram o preço com as vendas nas cidades que mantiveram o preço constante. Ou também é possível reunir dados sobre o clima das cidades analisadas e utilizar técnicas estatísticas para controlar a variação observada no clima.
404 - ...Na linguagem das estatísticas, as cidades onde o preço do café é reduzido constituem o grupo de tratamento e as cidades onde o preço do café é deixado constante são o grupo de controle.
405 - Coloca que nem sempre dá para experimentar. O jeito é usar dados observacionais. Suponhamos que você esteja interessado em estimar o quanto a demanda de café nos Estados Unidos, em todo o país, varia à medida que o preço altera.
406 - ...Lembra que dá para considerar como "bem 2" todas as outras mercadorias que não café. Podemos escrever a função de demanda para o café como: x1 = D(p1 , p2 , m).
407 - ...Após reflexões que não vi muita necessidade, joga o seguinte: Há três formas para as funções de demanda comumente utilizadas na prática.
408 - Glossário das mil incógnitas "dele": A forma mais popular é a demanda log-linear, uma vez que é fácil de interpretar os coeficientes. Como vimos no Capítulo 15, seção 8, b e d medem o preço e elasticidade-renda da demanda, respectivamente. (Nessas expressões, todos os logaritmos são logaritmos naturais.)
409 - Lembra que tem o "termo de erro":
410 - ...A condição mais importante é que o preço do café e a despesa total não estejam correlacionados com o termo de erro. (...) Num português mais palatável: ...Vamos obter uma estimativa pobre de como a variação no preço afeta o consumo de café se outras variáveis estiverem mudando sistematicamente à medida que o preço do café altera. (...) é provável que as variações no preço do café estejam correlacionadas com fatores que influenciam a demanda de café?
411 - Se o esperado é que a demanda que se estuda não varie, mas a oferta sim, aí tudo mais ou menos bem. O que é, então, o "problema de identificação"? O caso problemático é onde tanto a oferta como a demanda estão se deslocando, como na Figura 17.5. Nesse caso, é impossível calcular quaisquer das curvas. Geralmente é possível calcular uma função de demanda, se houver algo que desloque a oferta e não a demanda, e é possível calcular uma função de oferta, se houver algo que desloque a demanda, mas não a oferta. Mas se ambas as curvas se deslocarem em posições desconhecidas, não é possível identificar o que está provocando alterações de preços e quantidade:
412 - Viés de variável omitida: como falhamos em incluir uma variável importante na regressão, obtivemos uma estimativa tendenciosa do efeito. Dá o exemplo de empresa que baixa o preço quando a demanda está fraca e aumenta quando está forte, tudo bem rapidamente, por percepção das vendas. Caso a gente leve em conta na regressão apenas a relação preço/quantidade, a curva de demanda vai parecer positiva, pois os reajustes são rápidos! Isso porque há uma variável de confusão: a renda. A renda está afetando os dois lados da equação ao mesmo tempo: o preço e a quantidade demandada. Se adicionarmos renda à regressão (como a teoria nos diz para fazer), então é possível obtermos uma estimativa significativa da elasticidade-preço
413 - Sempre haverá algum tipo de variável omitida. Nenhum modelo abarca tudo. ...variáveis omitidas que não estão correlacionadas com o preço não são um grande problema, mas variáveis omitidas que estão correlacionadas com os preços (variáveis de confusão) podem resultar em estimativas enviesadas.
EXERCÍCIOS
414 - O primeiro exercício me diz que realmente eu ainda só entendo o "paradoxo de Simpson" em alguns casos. Depois pesquiso melhor. Exemplo do exercício: Quando o Titanic afundou, em 1912, tanto membros da tripulação masculina como da feminina tiverem uma taxa de sobrevivência maior do que os passageiros da terceira classe. No entanto, globalmente, os passageiros da terceira classe tiveram uma taxa de sobrevivência maior do que a tripulação.
415 - O segundo é fácil. O terceiro ajuda a entender quando usar modelo log ou semi-log.
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