Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XII

                  

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XII


Pgs. 415-442:


CAPÍTULO 15: "Demanda de mercado"


345 - Demanda agregada do bem 1: será a soma das demandas individuais de todos os consumidores.



346 - Deixando a questão da distribuição de renda de lado... "Se adotarmos a hipótese do consumidor representativo, a função de demanda agregada terá a forma X1(p1 , p2 , M), em que M é a soma das rendas dos consumidores individuais": 


347 - Ele gosta da função de demanda inversa também (prefiro explicar assim, já que Varian tem essa preferência pela abstração como método explicativo. Aqui pelo menos é uma simples): o preço como função da quantidade. Chama de P(X). Essa função indica qual deveria ser o preço de mercado do bem 1 para que se demandem X unidades dele. Enfim, eixos invertidos.


348 - Nas minhas palavras, como o que vale é o "valor objetivo"... "a função de demanda inversa, P(X), mede a taxa marginal de substituição, ou propensão marginal a pagar, de todos os consumidores que estiverem comprando o bem". Essa propensão não é definida meramente por um sujeito.


349 - Soma de duas curvas de demandas individuais e a ausência de números negativos nas "funções": O que os economistas chamam de curvas de demanda “lineares”, na verdade, não são funções lineares! A agregação das duas curvas de demanda tem a aparência da curva traçada na Figura 15.2.



350 - Bens discretos (não vi mistério):



351 - Mais conceitos e/ou obviedades. Anoto porque vai que algo concreto sai disso: Quando o preço varia, ele decide consumir mais ou menos de um bem ou de outro, mas ainda assim acaba por consumir um pouco de ambos os bens. Os economistas dizem às vezes que isso constitui um ajuste na margem intensiva. (...) No modelo de preço de reserva, os consumidores decidem se entram ou não no mercado de um dos bens. Isso às vezes é chamado de ajuste na margem extensiva. (...) Também vimos anteriormente que, para os bens normais, o ajuste na margem intensiva dava-se na direção “certa”: quando o preço sobe, a quantidade demandada cai. O ajuste na margem extensiva trabalha também na direção “certa”. Assim, as curvas de demanda agregada têm, em geral, inclinação negativa.


352 - Elasticidade: a primeira ideia que vem à mente é utilizar a inclinação da função de demanda como medida de sua sensibilidade:



353 - ...Pra não depender da medida - quilos, gramas, reais, milhões, km ou metros - que se está medindo, melhor usar variações percentuais. Vira "elasticidade-preço" da demanda:



Ou...


354 - A rigor, é negativa, mas... "mais comum falar em elasticidades de 2 ou 3, em vez de –2 ou –3". E se usar a terminologia "correta", alguns cuidados se tornam necessários: Uma elasticidade de –3 é maior ou menor do que uma elasticidade de –2? Do ponto de vista algébrico, –3 é menor do que –2, mas os economistas tendem a dizer que a demanda com elasticidade de –3 é “mais elástica” do que a demanda com elasticidade de –2


355 - Óbvio, mas enfim: Se um bem tiver muitos substitutos próximos, será de esperar que sua curva de demanda seja muito sensível às suas variações de preço. Entretanto, se um bem tiver poucos substitutos próximos, sua demanda será bastante inelástica.


356 - Faz uma salada de letras, sei lá por qual motivo, falando que receita é preço vezes quantidade e a variação disso.




357 - Segue mais um monte de fórmula (in)útil para chegar na seguinte obviedade: "Portanto, a receita aumenta quando o preço sobe sempre que a elasticidade da demanda for menor do que 1 em valor absoluto." O "1" - ou, a rigor, -1 - como divisor entre elástica e inelástica nunca me pareceu uma arbitrariedade.


358 - ...Para quem gostar, manda mais fórmulas chatas pra "reconcluir" a mesma coisa, sendo a última esta aqui:



359 - Menciona uma greve dos trabalhadores da produção de alface. A oferta caiu pela metade, mas os preços acabaram subindo uns 400%. Ou seja, os lucros da burguesia agrária praticamente dobrou. Luta sindical "na demanda inelástica" exige atenção. A greve teria que durar muitos e muitos meses para ter chances. Explica: ...Se a greve se mantivesse por diversas estações, provavelmente a alface seria plantada em outros lugares. Esse aumento da oferta proveniente de outras fontes tenderia a reduzir o preço da alface aos níveis normais, o que reduziria os lucros dos plantadores do Imperial Valley.


360 - Mais um monte de álgebra pra simplesmente este gráfico aqui. Como não sei nem o "e daí" dele, só vai ele mesmo:



361 - Fórmula da "receita marginal" e todo um blablablá, jogado do nada, subsequente: 



362 - ...Isso significa que, se a elasticidade da demanda for –1, a receita marginal será 0 – a receita não varia quando aumenta a produção. Se a demanda for inelástica, então |ε| será menor do que 1, o que significa que 1/|ε| será maior do que 1. Portanto, 1 – 1/|ε| será negativo, de modo que a receita diminuirá quando aumentar a produção.


363 - (Parece-me tudo um mero modo diferente de ver a mesma lição anterior sobre elasticidade, preço, demanda e receita).


364 - Pois bem, o próprio Varian diz logo em seguida: Isso é bastante intuitivo. Se a demanda não reagir muito ao preço, será preciso diminuir muito o preço para aumentar a produção, o que provoca queda na receita. Tudo isso é absolutamente coerente com a discussão anterior sobre como a receita varia à medida que o preço varia, uma vez que o aumento na quantidade provoca a diminuição do preço e vice-versa.


365 - Chegando enfim a um raciocínio prático/interessante, coloca que a consequência disso é o "vendedor-maximizador-de-lucro" buscar sempre acima da demanda inelástica. Se ainda for possível aumentar preço de modo a demanda não cair na mesma proporção, significa que a receita tende a aumentar, talvez mais ou bem mais que os custos (que, na verdade, tendem a reduzir, pela diminuição da quantidade vendida). Ou seja, há espaço para maximizar os lucros se o sujeito tá estacionando seu bem ofertado na demanda inelástica. Tem tudo para ser um erro. Enfim, cuidado ao vender barato demais!


366 - Quantidade maior e demanda inelástica? Receita marginal negativa. Traz um monte de álgebra e gráfico que não sei nem onde quer chegar. Se for só nisso que falei, nem precisava. É decorrência de tudo aprendido. 


367 - Também há a elasticidade-renda, lembra:



368 - ...Os economistas usam às vezes a expressão bens de luxo. São bens cuja elasticidade-renda da demanda é maior que 1.


369 - Na prática, a quantidade de bens que fogem muito de 1 não será grande, pois um lado tem que contrabalancear o outro. A equação (logo abaixo) diz que a média ponderada das elasticidades-renda é 1, em que os pesos são as parcelas de gasto. Os bens de luxo que têm uma elasticidade-renda maior do que 1 têm de ser contrabalançados por bens que tenham elasticidade-renda inferior a 1 para que, “na média”, as elasticidades-renda sejam de aproximadamente 1.



370 - Alguns trechos de resumo desse longo capítulo (sobre as fórmulas, sabe-se lá se algum dia precisarei usar, então anotei): "A curva de demanda de mercado é apenas a soma das curvas de demanda individuais." (...) "Se a demanda for inelástica num certo ponto, então um aumento na quantidade causará redução na receita. Se a demanda for elástica, um aumento na quantidade demandada causará um aumento na receita" (...) "A fórmula que relaciona a receita marginal e a elasticidade é: RM = p[1 + 1/ε] = p[1 – 1/|ε|]." (...) "Se a curva de demanda inversa for uma função linear p(q) = a – bq, então a receita marginal será dada por RM = a – 2bq."


EXERCÍCIOS E APÊNDICE


371 - P = Se a curva de demanda de mercado for D(p) = 100 – 0,5p, qual será a curva de demanda inversa?; R = A curva de demanda inversa será P(q) = 200 – 2q.


372 - Há conjunto pergunta/resposta simplesmente deprimente, como a segunda, absurdamente aberta. Dá pra responder só com a frase um do resumo do capítulo que não estaria errado. 


373 - P = Se D(p) = 12 – 2p, que preço maximizará a receita? R = fiz olhando, p = 3, mas há matemática - função de primeiro grau - ou "decorar fórmula" pra isso. Logo, simples. "Gabarito": A receita é R(p) = 12p – 2p2 , que é maximizada em p = 3


374 - ...A seguinte nem entendi a premissa da pergunta e a última é muito fácil.


375 - No apêndice ele conseguiu complicar algo tão simples como a Curva de Laffer. Porém, ao menos chegou a algumas explicações práticas: "...Mostramos que o efeito de Laffer só pode ocorrer se a elasticidade da oferta de trabalho for maior do que (1 – t)/t. (...) Consideremos um caso extremo e suponhamos que a alíquota do imposto sobre a renda do trabalho seja de 50%. Então, o efeito de Laffer só poderá ocorrer quando a elasticidade da oferta de trabalho for maior do que 1. Isso significa que uma redução de 1% no salário levaria a uma redução maior do que 1% na oferta de trabalho. Essa é uma reação muito grande. (...) Os econometristas têm estimado elasticidades de oferta de trabalho nos Estados Unidos com frequência e o maior valor até agora encontrado situa-se em torno de 0,2. Portanto, parece pouco provável que o efeito de Laffer ocorra para o tipo de taxa de tributação americana. No entanto, em outros países, como a Suécia, as alíquotas são bem mais altas e há indícios de que o fenômeno estudado por Laffer possa ter ocorrido.


376 - Outras coisas anoto sem saber se algum dia vão me servir. A meu ver, como elasticidade é sobre as variações percentuais:  ...Assim, a elasticidade mede a inclinação da curva de demanda traçada com base em logaritmos; ou seja, como o logaritmo da quantidade varia à medida que o logaritmo do preço se altera.


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