Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XI
Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte XI
Pgs. 387-412:
CAPÍTULO 14: "O excedente do consumidor"
321 - Torna a falar da demanda de um bem discreto. Nota-se a diferenciação entre excedente bruto e excedente líquido:
322 - Joga uma fórmula de "utilidade total" na compra desse bem discreto: v(n) + m – pn. (...) O termo v(n) – pn é chamado de excedente do consumidor ou excedente líquido do consumidor. Esse termo mede os benefícios de consumir n unidades do bem discreto: a utilidade v(n) menos a redução no gasto de consumo no outro bem.
323 - Outra forma de ver: Como a soma dos preços de reserva nos dá precisamente a utilidade do consumo do bem 1, podemos também escrevê-la como EC = v(n) – pn.
324 - ...Ou: Quanto dinheiro seria necessário para induzi-lo a reduzir a zero seu consumo do bem? Seja R a quantidade de dinheiro requerida: R = v(n) – pn.
325 - A curva de demanda contínua, para bens desse tipo, não é tão diferente da discreta. Deve pedir uns cálculos de integral. Gráfico abaixo;
326 - Dá umas explicações meio soltas: Os economistas dizem que com a utilidade quase linear não há “efeito renda”, uma vez que as variações da renda não afetam a demanda. É outra que será analisada, portanto, nessa questão dos excedentes. Mais à frente, afirma, pra resumir tudo: No caso de um bem discreto e de utilidade quase linear, a utilidade correspondente ao consumo de n unidades do bem discreto é exatamente a soma dos n primeiros preços de reserva. (...) Essa soma é o benefício bruto de consumir o bem. Se subtrairmos a quantia gasta na compra do bem, obteremos o excedente do consumidor.
327 - Variação no excedente do consumidor:
328 - ..."R" ali mede o quanto ele perde por pagar mais pelo que consome e "T" ali mede o quanto ele perde em bem-estar por ter que consumir menos do bem que subiu de preço (talvez até ganhe algo dessa parte em outro, mas talvez não na mesma proporção de bem-estar subjetivo, dependendo da indiferença - ou da proximidade à ela - da cesta de consumo alternativa).
329 - Cobb-Douglas: Naquele exemplo, observamos que as parcelas do gasto eram relativamente constantes e que podíamos utilizar as parcelas médias do gasto como estimativas dos parâmetros da função Cobb-Douglas. Se o comportamento da demanda não apresentar essa característica específica, teremos de escolher uma função de utilidade mais complicada.
330 - Preço aumenta... A variação de renda necessária para levar o consumidor à sua curva de indiferença original é chamada variação compensadora da renda, uma vez que ela é a variação na renda que compensa o consumidor pela variação do preço.
331 - Outro conceito que sabe-se lá pra que serve: Outra forma de medir em termos monetários o impacto de uma variação de preço consiste em perguntar quanto dinheiro teria de se tirar do consumidor antes da variação de preço para deixá-lo tão bem quanto estaria depois da variação de preço. Isso é chamado variação equivalente da renda, posto que é a variação na renda que equivale à variação de preço em termos de variação na utilidade.
332 - Faz um monte de discussão conceitual pelas quais fica quase impossível ter interesse genuíno, pois ele não relaciona a qualquer possível questão concreta que minimamente chegue a mim. Ao menos por enquanto. De toda forma, são conceitos diferentes, que só dão a mesma coisa neste caso: "...No caso da utilidade quase linear, a variação compensadora, a variação equivalente e a variação no excedente do consumidor fornecem todas elas a mesma medida do valor monetário de uma variação de preço". (coloca, mais à frente, um monte de equação pra provar isso, mas continuo sem entender o propósito prático). Também afirma o seguinte: Mesmo que a utilidade não seja quase linear, a variação do excedente do consumidor pode servir como uma boa aproximação ao impacto de uma variação de preço na utilidade do consumidor.
333 - Excedente do produtor é a mesma lógica, só que inversa. Ou seja, A diferença entre a quantia mínima pela qual o produtor está disposto a vender as x* unidades e a quantia pela qual realmente as vende é o excedente líquido do produtor (o que a teoria chama de "produtor" na verdade é o vendedor/ofertante):
334 - ...Também isto aqui é "igual": O retângulo mede o ganho obtido com a venda ao preço p” das unidades antes vendidas ao preço p’. A região quase triangular mede o ganho obtido com a venda das unidades adicionais ao preço p”.
335 - Lembra que excedentes existem mutuamente. Se há um teto de preços imposto, diminui excedente líquido dos ofertantes, mas também o de demandantes (ao que entendi, está tratando do excedente líquido total dos demandantes, porque o de cada um que conseguiu comprar, número agora bem menor, na verdade aumenta. Ele certamente está tratando do "total" da área excedente que deixa de existir, o "branco" abaixo, digamos):
336 - ...Cupons de racionamento darão no mesmo que acima. Se os cupons de racionamento forem negociáveis, então eles serão vendidos a um preço pe – pc . Isso tornaria o preço total da compra igual a pe , que é o preço que ajusta o mercado do bem que está sendo vendido.
337 - Dificuldades em mensurar efeitos de políticas públicas que afetem os preços: A) ...o cálculo do excedente do consumidor só é válido para formas especiais das preferências – ou seja, as que possam ser representadas por funções de utilidade quase lineares. B) ...para bens cujo consumo esteja muito relacionado com a renda, o uso do excedente do consumidor pode não ser muito apropriado. C) ...Em muitos casos, é desejável saber não só o custo médio da população global, mas também quem suporta os custos. O fracasso ou sucesso das políticas em geral depende mais da distribuição dos ganhos e das perdas do que das perdas e dos ganhos médios.
338 - Exemplo prático numa proposta de reforma tributária inglesa em 1983: King examinou primeiro as despesas com habitação de 5.895 famílias e estimou uma função de demanda que descrevesse melhor essas despesas. Em seguida, utilizou essa função de demanda para conhecer a função de utilidade de cada família. Finalmente, aplicou a função de utilidade estimada para calcular quanto cada família ganharia ou perderia com determinadas mudanças nos impostos sobre a habitação na Grã-Bretanha. A medida que King utilizou era muito semelhante à variação equivalente discutida anteriormente neste capítulo. A natureza básica da reforma tributária que ele estudou era a eliminação dos privilégios tributários das residências habitadas pelos proprietários e o aumento do aluguel das moradias públicas. As receitas geradas por essas modificações retornariam às famílias na forma de devoluções proporcionais à renda familiar. (...) King descobriu que 4.888 das 5.895 famílias seriam beneficiadas por esse tipo de reforma. Ainda mais importante, ele pôde identificar de maneira explícita as famílias que teriam perdas significativas por causa da reforma tributária. King descobriu, por exemplo, que 94% das famílias de mais alta renda ganhariam com a reforma, enquanto somente 58% das famílias de renda mais baixa seriam beneficiadas. Esse tipo de informação permitiria a implementação de medidas especiais que satisfizessem objetivos distributivos.
EXERCÍCIOS E APÊNDICE
339 - A primeira questão é a típica pergunta mal formulada: Um bem pode ser fabricado a um custo de US$10, em uma indústria competitiva. Há cem consumidores dispostos, cada um deles, a pagar US$12 para obter uma única unidade do bem (unidades adicionais não têm qualquer valor para eles). Qual será o preço de equilíbrio e a quantidade vendida? O governo impõe um imposto de US$1 sobre o produto. Qual é o ônus desse imposto? Por que mal formulada?...
340 - ...Coisas que estão implícitas na pergunta e deveria ter sido explicitado: 1) No "custo de" já estão incluídos a remuneração do custo-oportunidade do capital "adiantado" - o que se espera ser o lucro normal; 2) só há esses cem consumidores e mais nenhuma a preço algum entre 10 e 12 pelo visto; 3) a indústria consegue fornecer esses cem bens, não há capacidade ociosa indevidamente aproveitada ou por taxas de lucros médias superiores em outros setores; 4) O que ele quer perguntar no que concerne ao ônus, pelo que entendi do "gabarito", é se algum bem deixará de ser vendido, não sobre se o lucro vai diminuir ou algo do tipo. Enfim, se ele tivesse explicitado tudo isso, o gabarito seria óbvio...
341 - ...R = O preço de equilíbrio será de US$10 e a quantidade vendida, 100 unidades. Se for lançado um imposto, o preço aumenta para US$11, mas ainda assim serão vendidas 100 unidades. O imposto não implica ônus.
342 - ...Nas seguintes, o caso é pior, pois nem dá pra entender o que ele está perguntando. Contexto e etc. Se é erro de tradução, do pdf, ou meu já não sei.
343 - ...E a última é desnecessária de tão óbvia.
344 - O apêndice é um pé no saco. Obviamente pulei, já que não sei se é útil.
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