Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte IX

                 

Livro: Varian, Hal - Microeconomia (2015) - Parte IX


Pgs. 317-338:


CAPÍTULO 11: "Mercado de ativos"


259 - É um capítulo inteiramente óbvio para quem investe, poderia até ser pulado. Vou ler rápido e frisar os trechos mais importantes só para ter um bom resumo.


261 - O cara meteu fórmula para falar que ativos sem incerteza/risco - se existissem - teriam que ter a mesma expectativa de retorno. 


262 - Arbitragem: comprar um ativo e vender outro para obter ganho certo – é chamado de arbitragem sem risco ou simplesmente arbitragem. (...) devemos esperar que os mercados de bom funcionamento eliminem rapidamente qualquer oportunidade de arbitragem. Em equilíbrio, não deve haver essas oportunidades.


263 - Também traz outra obviedade para quem investe: ativos que parecem ser o mesmo, mas têm liquidez e/ou risco diversos, terão valores diversos.


264 - Ativos com "rendimentos de consumo": O principal exemplo é a moradia, com sua taxa de aluguel implícita. Explica que o rendimento total de tal ativo vai ter muita relação com a taxa de juros, senão todos imobilizariam capital em apenas uma das formas.


265 - Ao falar sobre impostos nos EUA, não sei se está atualizado ou não: Pela lei americana atual, os ganhos de capital são tributados à mesma taxa da renda comum. Há, contudo, propostas para que se tributem esses ganhos a uma taxa mais favorável. (Renda comum que ele fala aqui seriam os dividendos, por exemplo). ... Crítica: ... O fato de a cobrança dos impostos sobre os ganhos de capital ser adiada para o momento da venda faz a carga tributária efetiva sobre eles ser menor do que a taxa imposta sobre a renda comum.


266 - ...Outro problema de tributação, mas este vai no sentido de prejudicar tais ganhos: ...os ganhos de capital baseiam-se no aumento do valor monetário do ativo. Se os valores dos ativos aumentarem somente por causa da inflação, o consumidor poderá pagar impostos por um ativo cujo valor real não variou. (...) Qual dos dois efeitos predomina é uma questão controversa.


267 - ...Coloca que, no fim das contas, o rendimento líquido após impostos entre ativos iguais será o mesmo com ou sem IR, por exemplo, em razão da tendência ao equilíbrio já explicada. Por isso que CDB bom vai dar 120% do CDI e LCI bom vai dar uns 100%, trazendo pra realidade brasileira.


268 - Explica bolhas a partir do seguinte exemplo: Suponha que você esteja considerando comprar uma casa que daqui a um ano valha, com absoluta certeza, US$220.000 e que a atual taxa de juros (refletindo suas oportunidades alternativas de investimento) é 10%. Um preço justo para a casa seria o valor presente de US$200.000. Coloca que, como quantidade relevante de pessoas não concorda muito com essa valorização toda, pode-se comprar a um valor presente levemente menor em tal caso. É o "risco adicional associado à compra". (...) 


269 - ...Suponhamos que o ano passe e a casa venha a valer US$240.000, muito mais que o esperado. O valor da casa teria subido 20%, mesmo que a taxa de juros prevalecente tivesse sido de 10%. Talvez essa experiência leve as pessoas a revisar sua opinião sobre quanto a casa valerá no futuro – quem sabe, talvez seu valor suba 20% ou até mais no próximo ano. (...) O preço mais elevado tenderá a reduzir a demanda atual, mas igualmente pode incentivar as pessoas a esperarem um retorno ainda mais elevado no futuro. Em outras palavras... "Formou!" O efeito expectativa de retorno desequilibra o primeiro e prudente efeito "maior preço, mesmo ativo, menor demanda".


270 - Fala da crise imobiliária de 2007, colocando que as pessoas subestimaram alguns indicadores poderosos: ...Em plena bolha habitacional nos Estados Unidos, a razão entre o preço de uma casa e o valor da locação anual de uma casa idêntica tornou-se muito maior do que os padrões históricos. Esse hiato supostamente refletia as expectativas dos compradores a respeito dos aumentos futuros de preços. (...) “Desta vez é diferente” pode ser uma opinião muito perigosa, especialmente quando se trata de mercados financeiros.


271 - O rendimento em atividades incertas tem que ser maior ou bem maior que a taxa "livre de risco": Se o dinheiro no banco tem uma taxa de rendimento r, o petróleo no subsolo tem de render a mesma taxa de rendimento. Se o petróleo rendesse mais do que o dinheiro no banco, ninguém o tiraria do subsolo, mas preferiria aguardar um pouco mais para extraí-lo, de modo a fazer com que seu preço subisse.


272 - Simula uma hipótese em que o petróleo está já no fim da sua aventura humana na Terra e há apenas "carvão liquefeito" pra pôr no lugar como "substituto perfeito". Qual será o preço do barril nesse finzinho de últimos barris? "Agora, daqui a T anos, quando o petróleo estiver se esgotando, a que preço ele deverá ser vendido? É claro que a US$C por barril, o preço de seu substituto perfeito, o carvão liquefeito."


273 - Mais um bom exemplo - repleto no livro - de fórmulas pra complicar o simples: Por exemplo, o que aconteceria se houvesse uma descoberta imprevista de petróleo? Isso significa que T, o número de anos em que restará petróleo, aumentará, fazendo com que (1 + r)elevado-a-tzinho aumente e p0 diminua. Assim, não é de surpreender que o aumento da oferta de petróleo diminua o preço atual desse combustível.


274 - Não entendi bem, na prática, isto aqui, mas vamos lá: Se o mercado madeireiro for competitivo, quando se deveria cortar a floresta para produzir madeira? (...) Resposta: quando a taxa de crescimento da floresta se igualar à taxa de jurosAntes disso, a floresta terá uma taxa de rendimento maior do que o dinheiro no banco; depois, a taxa de rendimento será menor. (...) Quando a floresta for nova, ela será o ativo de maior rendimento. Quando atingir a maturidade, sua taxa de crescimento declinará e o banco passará a oferecer o rendimento mais elevado. Coloca que as florestas tendem a ter baixa taxa de crescimento quando ficam antigas.




275 - Em meados de 1990, o Iraque invadiu o Kuwait. Em resposta, as Nações Unidas impuseram um bloqueio às importações de petróleo iraquiano. Logo após o anúncio do bloqueio, o preço do petróleo subiu nos mercados mundiais. (...) Os que julgavam os aumentos de preços injustificados argumentavam que seriam necessárias pelo menos seis semanas para que o petróleo com o novo preço (mais caro) cruzasse o Oceano Atlântico e fosse refinado sob a forma de gasolina. (...) Suponhamos que você possua um ativo – digamos gasolina num tanque de armazenamento – que custe hoje US$1 o litro. Você sabe que, daqui a seis semanas, ele custará US$1,50 o litro. A que preço você o venderá? Com certeza, você bancaria o ingênuo se o vendesse por menos de US$1,50 o litro – a qualquer preço abaixo desse, você estará numa melhor situação deixando a gasolina no tanque por seis semanas.


276 - ...Isso também faz sentido do ponto de vista do bem-estar: se a gasolina for ficar mais cara no futuro próximo, não será razoável diminuir seu consumo hoje? O aumento de preço da gasolina incentiva a tomada imediata de medidas de conservação e reflete o verdadeiro preço de escassez da gasolina.


277 - Coloca que banco não é a única instituição que faz o crédito fluir e as necessidades intertemporais das pessoas serem negociadas. O mercado de capitais, via emissão de ações, faz a mesma coisa de certa forma. Uma vez que a empresa se firme, os proprietários têm direito aos futuros lucros que ela venha a gerar: eles têm direito a um fluxo de pagamentos.


EXERCÍCIOS E APÊNDICE


278 - A maioria dos exercícios não acrescenta, sendo mera decorrência das lições acima. 


279 - O apêndice é sobre como juros contínuos, sem pausa, são relacionados ao logaritmo natural - algo que eu tinha aprendido nos estudos de matemática:



280 - Um dos exercícios deixa finalmente exemplificada a chata fórmula que ele usa para medir o preço de um recurso conforme se aproxima da escassez: P = Suponhamos que um recurso escasso, mas de demanda constante, se esgote em dez anos. Se um recurso alternativo estiver disponível ao preço de US$40 e se a taxa de juros for de 10%, qual terá de ser o preço de hoje do recurso escasso? ...


281 - ...O preço atual tem de ser 40/(1 + 0,10)elevado-a-dezinho = US$15,42. Ou seja, é uma mediação de três fatores: o tempo que resta do recurso, a taxa de juros atual e o preço do recurso alternativo. 


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