Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte IV

   

Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte IV


Pgs. 122-154:


61 - Coloca que os altos salários mínimo do Sul da Europa (Espanha, Itália...) inflam as estatísticas de desemprego. Seriam pessoas que estão trabalhando em atividades a salários menores que os legais. Fora dos registros oficiais portanto. Isso cria ineficiência nos gastos com seguro-desemprego, que são maiores do que necessitariam ser. 


62 - Itália ainda coloca que empresas com menos de 15 funcionários não precisam pagar o mínimo. Assim, há um incentivo a proliferação dessas pequenas empresas, o que não parece lá muito eficiente. Podem optar até por não crescer, pois haja salto para compensar. 


63 - Controles de quantidade (licenças de táxi, por exemplo), desde que, em algum momento, esteja em número insuficiente para a demanda que existiria ao preço de equilíbrio num livre-mercado, elevam artificialmente o preço. Assim, o preço da demanda se torna maior que o preço da oferta real (que não pode existir). Como não se está na quantidade de equilíbrio, também não há o preço de equilíbrio real (mesmo "livre"). É como se o consumidor remunerasse o bem desejado e ao mesmo o tempo o direito que o vendedor tem de alugar aquele bem se quiser, já que outros trabalhariam por um valor menor (a curva de oferta real que está por trás da artificial, digamos assim). O taxista de NY tem (ou tinha) um ativo - a licença - além do seu próprio trabalho e poderia até mesmo alugá-la se quisesse. Ativo de alto valor e crescente, já que a cidade sequer aumentava o número de licenças na proporção do seu crescimento absoluto. Enfim, uma cunha é colocada entre oferta e demanda:



64 - ...Menciona ainda o incentivo a atividades ilegais, por vezes perigosas, que isso causa e a captura da legislação por interesses corporativos. Supostos direitos adquiridos a rendimentos. 


65 - Krugman coloca que isso - controle da quantidade - pode ser útil como proteção ambiental, como a cota para pescas de moluscos em New Jersey, devido a algumas ameaças de extinção de espécies. A licença acabou virando um bem valioso, mais caro que os próprios barcos que o pessoal "da cota" usa para tanto. 


66 - O capítulo 6 é sobre elasticidade. Se o preço de algo aumenta 5% e a quantidade demandada diminui 1%, significa que a elasticidade-preço é de -0,2. Tiram o "-" pra não ficar escrevendo sempre isso. A correlação entre preço-quantidade é negativa, mas usam o número positivo por estilo. Uma demanda com esse pouco grau de elasticidade permite estratégias de "exploração do preço alto" em caso de grandes altas súbitas na demanda. Ao menos até novos ofertantes normalizarem a taxa de lucro. 


67 - Como saber o que é mudança na demanda ou mudança na quantidade demandada? Isso é importante quando se fala em elasticidade. Não tem jeito. Apenas isolando (anulando os efeitos, se necessário) os demais fatores. Pode haver mudanças em elasticidades. 


68 - Exemplo de demanda perfeitamente inelástica praticamente não existe. Krugman cita a possibilidade de comprarem sempre 1.000 soros antiofídicos por ano nos EUA, mas creio que não se o preço de cada dose fosse 999 quatrilhões de dólares rs. Demanda perfeitamente elástica ele dá o exemplo "preço de alguma cor de algum bem sendo que a cor não importa". Se for centavo mais barato, todo mundo vai querer a cor que não importa. Se for centavo mais caro, ninguém vai querer.


69 - Como a receita total é o preço vezes a quantidade vendida, a elasticidade vai definir "se é mais negócio" aumentar um preço "x" diminuindo a quantidade demandada ou aumentar a quantidade demandada "y" diminuindo o preço. Ou qual mix de ambos é mais eficiente. Na elasticidade unitária é interessante, pois tanto faz. No resto, vai depender da luta entre efeito-preço e efeito-quantidade, o que depende obviamente se é inelástico (aumente o preço que se dá bem!) ou elástico (não aumente o preço!).


70 - Se fosse só isso, seria fácil. Para a maior parte dos bens (creio), a elasticidade muda em cada ponto da curva de demanda. Preços baixos terão respostas inelásticas e os altos respostas cada vez mais elásticas. O ponto que maximiza a receita é o de elasticidade unitária. Quem for bom que acerte.


71 - Vários fatores irão interferir na elasticidade. Se há um bom bem substituto... se é bem de primeira necessidade ou de luxo... quanto é a parcela da renda gasta... tempo para se adaptar à mudança de preço.


72 - A elasticidade-preço cruzada é um ótimo indicador de quanto um bem é substituto do outro. Se for muito, a correlação será positiva e alta. Aumenta o bem X de preço, a quantidade demanda do bem Y substituto vai crescer muito. Elasticidade preço-cruzada negativa pode indicar "bem complementar". Aí é o oposto.


73 - Setor agrícola e elasticidade. O percentual de renda do estadunidense médio gasta com alimentos não costuma subir muito com as décadas. Elasticidade-renda bem fraca. Logo, com o progresso tecnológico, a receita total do setor vinha caindo, ao menos até países asiáticos começarem a reduzir a extrema-pobreza e aumentarem a demanda consoante à evolução da oferta ou até mais. Setor agropecuário voltou a ser atrativo. Não se sabe, porém, até quando. 


74 - Bem elástico em relação à renda é quando a quantidade demandada aumenta mais rápido até que a renda. Elasticidade maior que um. Inelástico aumenta, só que menos. Inferior que é uma onda, pois a elasticidade é negativa.


75 - Refeições fora-de-casa têm elasticidade-renda praticamente unitária. Isso talvez ajude a explicar a coisa "Balassa-Samuelson" nos serviços de igual produtividade e diferentes receitas. 


76 - Uma oferta perfeitamente inelástica? Espectro das operadoras de telefonia de celular é algo fixo. Um número x de frequências. Não tem como aumentar a quantidade ofertada seja a qual preço a demanda fizer a coisa chegar. 


77 - ...Oferta perfeitamente elástica? Restaurante de pizza. Se sobe o preço um pouquinho além do equilíbrio, entrariam infinitos concorrentes. Logo, o preço de equilíbrio, a qualquer quantidade demandada, tende a ser paradão. Uma linha horizontal. 



78 - A elasticidade na oferta dependerá da disponibilidade de insumos e tempo para adaptação à demanda. Longo prazo inclusive tende a aumentá-la. 


79 - Krugman afirma que os pisos de preços europeus para seus produtos agropecuários subestimou a capacidade de ampliação da oferta dos produtores. Como a Europa já é densamente povoada e sem tantas terras para expansão agrícola, imaginaram que a oferta não reagiria muito (seria bem inelástica) ao governo comprando possíveis excedentes indesejados ou algo do tipo. Estavam enganados. Subestimaram a evolução tecnológica: pesticidas, fertilizantes etc. Maior oferta com a mesma quantidade de terra. 




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