Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte II
Livro: Paul Krugman - Introdução à Economia (2015) - Parte II
Pgs. 23-86:
15 - Capítulo 2 é sobre "Trade-offs e comércio".
16 - Krugman observa que havia confiança do mercado em um modelo matemático criado em 2000 garantindo o risco pequeno das títulos baseados em hipotecas. Subestimaram a possibilidade de muita gente não pode honrar seus compromissos ao mesmo tempo. Chama de "o modelo que danou a economia". Darrell Duffie teria alertado que ia dar merda, sem ouvidos.
17 - Uma produção é eficiente se não há oportunidade perdida de produzir mais ao mesmo custo/sacrifício. Produz-se em algum ponto máximo da fronteira de possibilidades de produção (FPP). Ademais, as escolhas (na fronteira) devem refletir a demanda social, sob pena de termos falta de itens básicos e itens encalhados nas prateleiras - Krugman diz que isso era um problema comum na URSS, por exemplo.
18 - Inclinação constante na FPP significa custo de oportunidade constante a qualquer ponto da fronteira. Quando a inclinação é curvada há um custo de oportunidade crescente. A realidade em geral é assim. O capital adicional a ser usado tende a ter rendimentos decrescentes devido aos custos de oportunidades aumentados em tais casos.
19 - Como Mankiw, lembra que uma empresa ou país pode ter desvantagem absoluta na produção de ambos os produtos em relação à outro/outra e ainda assim se beneficiar do comércio devido às vantagens comparativas/relativas. Basta se especializar no que é "menos pior". A determinado preço, ambos sairão ganhando. Ao menos no curto prazo.
20 - Krugman cita o exemplo das manufaturas têxteis. Certamente os países ricos e de renda média-alta conseguem fazer roupas com produtividade até maior do que a de Bangladesh, mas acabam preferindo comprar importado de lá e usar sua mão-de-obra em atividades com menor custo-oportunidade. Bangladesh acaba usando mais da metade da população nessa indústria porque nas outras possuir produtividade relativa ainda menor/mais distante dos países de ponta. Quanto mais desenvolvido é o país, menos ele tende a empregar na indústria têxtil o percentual do emprego industrial/manufatureiro. Há muitas outras oportunidades de aumentar o diferencial de produtividade em relação à média. Há um custo-oportunidade enorme em "fazer roupa" para populações altamente produtivas/escolarizadas.
21 - Diz que os economistas costumam concordar que subsídio à aluguéis é mais eficiente que teto/controle do preço máximo de um aluguel.
22 - Há também um apêndice sobre gráficos, relação "não-linear" é quando a "curva" não é uma reta. A relação é positiva se a reta é ascendente.
23 - Curvas totalmente verticais ou horizontais denotam variáveis não-correlacionadas. A alteração de uma não influencia a outra.
24 - O método de "tangente" (do ponto) para calcular a inclinação de um ponto da curva só serve se existir ao menos uma curva aproximada no gráfico. Desenhadinha e tal. Aí basta mandar a reta tangente ao ponto que se quer calcular (Já que a inclinação varia a cada ponto):
25 - Curvas com ponto máximo e ponto mínimo são comuns. Lucro x quantidade produzida e custos x quantidade produzida costumam ser bons exemplos de cada:
26 - O capítulo 3 é "Oferta e demanda". O mercado de algodão tem tantos vendedores que mesmo as maiores empresas têm muito pouco poder sobre o preço. É diferente do mercado da Coca (Pepsi e Coca).
27 - Curva de demanda: quantos quilos de algodão serão comprados no ano? A resposta óbvia é "depende do preço". Como este oscila, a curva de demanda se presta a tentar mensurar de forma aproximada quantos quilos de algodão as pessoas gostariam de comprar a determinados preços (os infinitos pontos da curva).
28 - Deslocamento da curva. Por que preço e quantidade de algodão comprada/demandada subiram de 2007 pra 2010? Fatores externos à curva. A curva é para "tudo mais mantido constante". A preferência por roupas de algodão parecia estar em tendência (gosto); a renda crescente dos chineses tensiona a curva para cima etc. Sem contar o próprio crescimento populacional. A quantidade que se quer comprar a qualquer preço aumentou. A curva de demanda foi deslocada. Quando economista diz "a demanda aumentou" é sobre deslocamento de curvas, não sobre movimentos ao longo da mesma. Se a quantidade aumenta exclusivamente devido a queda de preço é diferente. Tecnicamente falando, o que aumenta aí nesse último caso é a quantidade demandada. Frases como "se a demanda aumenta, o preço aumenta e a demanda volta a cair" são tecnicamente erradas. Só seria "V" em se tratando de quantidade demandada.
29 - Oferta: o algodão esteve barato por décadas devido a avanços tecnológicos e expansão em mais de 35% da área cultivada. Pôde crescer, assim, tanto quanto a demanda. Deslocamento da curva de oferta para frente/direita. Não é deslocamento de quantidade ofertada (este é ao longo da curva)
30 - Lembra que o preço de bens relacionados também influenciam no tocante à curva de oferta. Se o preço de um vem substituto na produção cai, a oferta do bem original vai aumentar. Oportunidade surge. O contrário também vale. A oferta de um bem "x" vai sumir se o preço de um bem substituto "y" subir. Já os bens complementares estão positivamente relacionados. Se o preço de um bem sobe, há oportunidade para crescer a oferta do outro bem complementar, que será essencial.
31 - Expectativa versus preço na oferta. Se é esperado alta dos preços de um bem/ativo nos próximos meses, o que acontecerá com a oferta atual? Parece contra-intuitivo, mas cairá. Não é "negócio" ofertar agora. Espera, estoca e vende depois. Ainda vai subir. Pessoal da gasolina faz isso. Já que a produção é constante, para ter uma oferta variando conforme a expectativa, estoques se tornam necessários.
32 - Se a quantidade ofertada é maior que a demandada (ou vice-versa) é porque o preço está fora do equilíbrio e tende ao mesmo. Há um excedente que não teria porque existir na intersecção entre as curvas. Novos compradores atentos (ou vendedores talvez menos competentes tenderão a sair) tenderão a entrar no mercado e baixar o preço:
33 - E preços diferentes para o "mesmo bem" (show de artista)? Pode ser que não seja exatamente o "mesmo bem", o cara paga uns 50 reais a mais para não pegar uma fila, por exemplo, devido a seu "custo de oportunidade".
34 - Se a demanda cai (deslocamento por gosto ou sei lá) e tudo mais se mantém constante, tanto o preço de equilíbrio quanto a quantidade ofertada irão cair. Se a demanda sobe (deslocamento por gosto ou sei lá, para frente), tanto o preço de equilíbrio quanto a quantidade ofertada irão subir! Se o deslocamento ruim for na oferta, quantidade cairá e preço de equilíbrio subirá (se tudo mais se mantiver constante).
35 - ...No caso de deslocamento positivo da curva de oferta, o preço de equilíbrio cai e a quantidade demandada aumenta.
36 - Portanto, para saber o que está se deslocando, é notar se preço de equilíbrio e quantidade vão em direções opostas (deslocamentos da curva de oferta) ou no mesmo sentido (deslocamentos da curva de demanda). Se há vários deslocamentos ao mesmo tempo, aí fica um pouco mais confuso. Tem que ver direitinho qual foi o efeito maior e quais foram os sentidos de cada deslocamento (tem meio que uns oito resultados finais possíveis, dois pra cada situação).
37 - ... No caso de as curvas se deslocarem em sentidos opostos o que pode acontecer? Se o deslocamento da oferta for proporcionalmente maior, preço e quantidade se moverão em sentidos opostas. Se for o da demanda... Sentidos iguais (imagine que oferta aumenta e demanda diminui, tanto o preço quanto o quantidade irão cair, o que não é a situação dos dois gráficos abaixo, por sinal):
38 - ...E se oferta e demanda se deslocam no mesmo sentido? Ambos crescem, por exemplo. Que acontece? Nesse caso as certezas se invertem. É certo que a quantidade demandada/ofertada subirá, mas incerto qual será o novo preço de equilíbrio. Se a oferta aumentar (linguagem técnica) mais do que a demanda aumentou, o preço cai (ao contrário da quantidade). Se a demanda aumentar (linguagem técnica) mais que a oferta se deslocou, o preço, assim como a quantidade, sobe.
39 - Krugman traz exemplo do mercado de trabalho de modelos. Curva de demanda se deslocou negativamente porque as pessoas estão se conectando mais com celebridades famosas (Angelina Jolie) que com belas modelos anônimas (fator gosto). Ademais, o fator tecnologia deslocou a curva de oferta de trabalho de modelo para frente. Com a internet e barateamento das viagens internacionais, diversas jovens belas de todo o mundo estão podendo entrar em tal mercado. Enviam fotos e viajam. A modelo tradicional típica está vendo o preço de equilíbrio do seu mercado cair e mesmo a quantidade demandada.
40 - Em mercados competitivos, a única preocupação do produtor é se o preço de seu produto está alto o bastante - acima dos custos - para justificar a produção ou aumento dela. São tomadores de preços. Já em mercados não-competitivos, grandes companhias podem ser formadoras de preço. O cálculo é mais complicado porque a quantidade de produção dela pode influenciar o próprio preço.
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